sábado, 16 de setembro de 2017

Conhecendo Santa Teresa, no Espírito Santo, a cidade dos colibris

No alto da pista de voo livre, em Santa Teresa (foto de Wagner Cosse)
Clique nas fotos para ampliá-las. Fotos de Thelmo Lins

E aproveitando para visitar Vitória e Vila Velha

            No feriadão de 7 de setembro enfrentei a perigosa BR-262 de carro para conhecer mais um pedaço do Espírito Santo. Desta vez, o destino foi Santa Teresa, na serra capixaba, a capital Vitória e a vizinha Vila Velha, em quatro dias.
Já estive naquele Estado inúmeras vezes quando criança – afinal, Guarapari é a praia preferida dos mineiros. Mas o tempo foi passando e as visitas foram se tornando raras. Até que, já adulto, voltei ali algumas vezes, a maioria delas antes de começar a escrever este blog. Vale lembrar a passagem pela belíssima Pedra Azul, um réveillon em Aracruz e um tour por cidades da região de Cachoeiro do Itapemirim (com belas cachoeiras). Mais recentemente conheci o centro histórico de Vitória, alvo de uma postagem neste site.
De Belo Horizonte a Santa Teresa são aproximadamente 500 quilômetros, boa parte deles na BR-262, uma estrada terrível, mal conservada, repleta de caminhões pesados e motoristas imprudentes. A jornada durou quase nove horas e meia extenuantes. É preciso ter paciência e voltar os olhos para seus atrativos, com lindas montanhas que volta e meia surgem para aliviar o estresse.

Santa Teresa

Em Santa Teresa, o clima é montanhoso. A temperatura baixava a 14º graus à noite, fazendo do casaco um acessório indispensável. Colônia formada por imigrantes – principalmente italianos e alemães – a cidadezinha de pouco mais de 20 mil habitantes virou uma atração pelo seu morador mais famoso: o pesquisador Augusto Ruschi (1915-1986), considerado o primeiro ecologista brasileiro. Sua pesquisa com colibris e beija-flores da região tornou-se uma referência em todo o mundo. E ele ainda deixou mais de 20 livros, todos eles primordiais para a compreensão das aves e da flora brasileiras. Na cidade, existe um museu dedicado a Ruschi, onde podem ser conhecidos parte de sua pesquisa, animais da região (alguns vivos outros empalhados) e muitos colibris. O local é um parque agradabilíssimo e com uma boa visitação, embora mal conservado.
Fiquei em uma pousada na região do Roteiro Caravaggio, uma região de Santa Teresa que conta com vários atrativos, que vão desde a hospedagem, passando por restaurantes típicos, cervejarias e até uma famosa pisa de voo livre. No dia em que fui à pista (cerca de 8 km do centro da cidade), o dia amanheceu chuvoso. Mas, mesmo assim, a paisagem das montanhas já garantia a visita.
Na área central, ainda é possível notar muitos casarões do século 19 e início do século 20. O ponto mais charmoso é a Rua de Lazer, onde estão situados os bares e restaurantes mais frequentados da cidade. Há atrações para vários gostos e estilos. Perto desta rua, está a Casa do Lambert, a primeira construção da cidade, transformada em museu. Infelizmente, ele estava fechado para visitação nessa temporada.
Durante a estadia na cidade, estava sendo realizada uma grande liquidação no comércio local e havia um estande com vários representantes, a maioria deles, de roupas e calçados. A loja que mais me impressionou foi a Comercial Iria, uma daquelas casas comerciais que deixa uma pessoa como eu maluca devido à grande variedade de tecidos. A proprietária, que me atendeu pessoalmente, mostrou os diversos estilos de panos, separados por cor e estampa. Tive vontade de comprar um corte de cada um, mas me contive e acabei levando somente o que o meu bolso permitia.
Sobre essa parte (a do bolso), vale ressaltar que Santa Teresa não é uma cidade barata, pelo menos nos restaurantes. Ela é frequentada pela elite capixaba, o que eleva os preços. Há, sim, opções mais simples, mas os valores são salgados, considerando que nem sempre há uma boa relação entre custo e benefício. Na minha pousada, por exemplo, o valor da diária (cerca de R$ 200) era alto para o serviço que oferecia. O quarto, por exemplo, não foi limpo em um dos dias em que estive lá e o banheiro tinha um cheiro ruim. Comparando, paguei quase o mesmo valor por dois dias de hospedagem em um hotel muito mais qualificado em Vitória.
Outros atrativos de Santa Teresa são as vinícolas. Algumas delas, oferecem vinho de jabuticaba, e se pode fazer a degustação.
As casas e jardins são bem cuidados, com muitas flores e enfeites, fazendo com que a cidade ganhe um ar leve e agradável para passear.
Evite sair de carro, pois o trânsito, principalmente na área central, é caótico.

Vitória e Vila Velha

Saindo de Santa Teresa, fui para Vitória. São 78 quilômetros em uma rodovia em bom estado e pedágio (R$ 4,80). Parte da viagem é feita por entre belas montanhas da região.
A proposta inicial, na capital capixaba, era visitar o Parque Estadual Paulo Vinhas, perto de Guarapari, um local remanescente da Mata Atlântica que exibe uma exuberante mistura de mar, areia e lagoas. Mas chovia, o que me fez mudar os planos.
Resolvi, então, visitar alguns locais que não conhecia. Dentre eles, o Solar dos Monjardim, a fazenda da qual se formou a futura capital. O prédio, do século 18, abriga um interessante museu, com mobiliário de época. A visita é gratuita.
Conheci, ainda, o SESC Glória, no centro antigo, na mesma praça onde está situado o Teatro Carlos Gomes. No local havia uma mostra de cinema, que foi o refúgio para abrigar da insistente chuva.
Por fim, o último dia da viagem foi feito em Vila Velha, cidade vizinha a Vitória. Elas estão apenas separadas por pontes, uma vez que Vila Velha está no continente e, Vitória, em uma ilha.
Na cidade vizinha está uma das mais importantes construções históricas do Espírito Santo, o Convento da Penha. Lembro-me de tê-lo visitado na adolescência, mas nesta nova oportunidade pude melhor usufruir de seus encantos.
Como a Serra da Piedade em Minas Gerais (veja postagem sobre ela neste blog), o local é famoso pela religiosidade. Nossa Senhora da Penha é a padroeira do Estado. Para chegar até lá, é preciso deixar o carro nas imediações. Evite os inúmeros flanelinhas, deixando o automóvel próximo à Igreja do Rosário, ali bem perto, que também vale uma visita.
O acesso ao convento é gratuito, mas para chegar até o alto da montanha é preciso percorrer cerca de 1,5 quilômetro. A distância pode ser vencida a pé ou por meio de uma van que passa de 10 em 10 minutos. O preço do transporte para ida-e-volta foi de R$ 4. O caminho é muito agradável, rodeado de árvores e com uma vista maravilhosa de Vitória e Vila Velha.
Além das paradas para tirar fotos e observar a paisagem, o convento também é um local histórico, de 1562. A igreja é muito bonita, com belos altares e portadas de madeira escura, com detalhes em ouro. Há também lojinhas, lanchonete e outros atrativos. Para os católicos praticantes são realizadas missas em vários horários durante o dia.
Depois do convento, fui para a Barra do Jucu, também em Vila Velha, conhecer o restaurante Espera Maré, especializado em moqueca capixaba, a mais importante iguaria da região. Há várias opções, incluindo ou não frutos do mar. Confesso que nunca fui fã de moquecas, mas a de lá é realmente divina. Além disso, o local é muito bonito, com uma bela vista para o rio Jucu e a cidade.
Há muitas atrações na região, tanto históricas quando praieiras e gastronômicas. A chuvinha insistente me impedia de usufruir melhor delas. Fiz o que foi possível, dentro das condições climáticas. Mas adianto algumas coisas interessantes para uma próxima viagem: fábrica de chocolates Garoto (que oferece visita com degustação), Museu da Vale, Praia da Costa, Morro do Moreno, dentre outros.
Retornando a Vitória, conheci a região do Triângulo das Bermudas, na Praia do Canto, onde estão vários restaurantes, cafés e lojas. Visitei e gostei muito do Café Tabaco, no Shopping Pátio.
Na volta para BH, uma passada pela Pedra Azul, que pode ser observada da beira da estrada, com o prenúncio de um bom retorno. Logo que saí de Vitória, o sol apareceu novamente. Ou seja, pedindo que eu fizesse um novo retorno à bela capital, para curtir um pouco mais suas atrações.

Até a próxima!

Santa Teresa


Rua de Lazer, em Santa Teresa


Rua de Lazer






Praça principal de Santa Teresa

Augusto Ruschi



Mural em prédio da cidade

Jardim da agência do Banco do Brasil

Foto de Wagner Cosse






Vista da pista de voo livre



Lá vem a chuva...

Pista de voo livre

Parque Augusto Ruschi







Parque Ruschi

Casa Lambert, a primeira da cidade

Vitória 



Solar dos Monjardim
















Vila Velha
 

Igreja do Rosário

Interior da igreja do Rosário

Vista do alto do Convento da Penha

Convento da Penha





Porta do claustro do convento



Interior da igreja do Convento da Penha



Nossa Senhora da Penha

Estrada que dá acesso ao convento


Restaurante Espera Maré



Barra do Jucu



Moqueca capixaba

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