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quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

DICA DA SEMANA: Um passeio por São Luís e Alcântara, no Maranhão

Em São Luís, no ano de 2006, segurando um guaraná Jesus (foto de Wagner Cosse)
Clique nas fotos para ampliá-las. Fotos de Thelmo Lins e Wagner Cosse


            A Copa do Mundo rolava solta na Alemanha, em 2006. O torneio consagraria a Itália como tetracampeã mundial. Nesse período, eu conhecia uma das cidades mais belas do nordeste brasileiro, São Luís do Maranhão.
            Demorei muito a viajar para aquela cidade, pois o preço da passagem aérea era um dos mais caros do país. Acompanhado por meu amigo Wagner Cosse, que é filho de maranhense, fomos conhecer o que a tornou digna do título de Patrimônio Histórico da Humanidade.
            Fundada em 1612 por franceses, São Luís foi dominada pelos holandeses e, por fim, colonizada por portugueses. Mas é possível observar todas essas influências, principalmente no centro histórico. Nem as tenebrosas administrações da família Sarney, que impuseram uma miséria impressionante ao Maranhão, conseguiram apagar a beleza que o passado imprimiu nas ruas de sua capital.
            Os casarões do centro histórico são belíssimos, embora muitas vezes descuidados, carecendo de restauração. Lá podem ser encontrados os famosos azulejos portugueses em diversas cores e estampas. Na ocasião, havia muitos roubos dessas peças, uma vez que se encontram nas fachadas dos edifícios, obrigando a uma fiscalização mais intensa. Diziam, também, que não era muito seguro caminhar na área histórica à noite, mas nós não tivemos problemas com roubos ou assaltos.
            Dentre as construções históricas, havia o Palácio dos Leões (1766), sede do governo maranhense. Não o conheci por dentro, mas soube que há visitas guiadas gratuitas. Mas a fachada é muito bonita e sua localização, espetacular. O Teatro Arthur Azevedo (1817) também é uma pérola. Tivemos a oportunidade de assistir a um espetáculo no local e apreciar suas belas dependências. O altar-mor da Catedral da Sé (1626), revestido de ouro, é muito marcante. Conhecemos, ainda, o Museu de Cultura Popular Domingos Vieira Filho, que abrigava um importante acervo da intensa colaboração da comunidade afro-brasileira ao município.
            Por falar em cultura popular, estivemos em São Luís durante a festa do Bumba-meu-boi, a mais importante manifestação folclórica da cidade. As bandeirinhas verde-e-amarelas da Copa do Mundo se confundiam com a decoração da grande atração junina. A programação começa no dia 13 de junho e termina somente no final do mês. A cidade fica enfeitada com enormes esculturas do boi e barracas de alimentos. Em vários pontos são montados palcos para apresentações artísticas. E aí que os inúmeros grupos de dança se apresentam, com suas fantasias características. Como acontece no Amazonas, a cada ano eles disputam qual é o grupo mais bonito e bem vestido, com a coreografia mais elaborada.         Há participações de artistas locais e de reconhecimento nacional, como Alcione, que marcou presença em um dos palcos.
            Ficamos hospedados em um hotel fora da área central da cidade, perto da lagoa Jansen. Ali havia, já naquela época, um grande boom imobiliário, com a construção de edifícios mais altos e condomínios da classe alta de São Luís. O local é muito aprazível, bom para caminhar e apreciar a natureza.
            Outra atração muito interessante é o Centro de Artesanato (Ceprama). Trata-se de um enorme galpão com muitas lojinhas de artesanato maranhense em cestaria, cerâmica, tear, rendas, bordados, além de doces e bebidas. E atenção: não saia de São Luís sem experimentar o famoso guaraná Jesus, que tem um tom cor-de-rosa. Gostando ou não, é uma marca registrada da cidade.

            Alcântara

            Um bate-volta imprescindível para quem está hospedado em São Luís é a cidade histórica de Alcântara. Como a capital maranhense fica em uma ilha, é preciso atravessar a baía de barco ou catamarã. O percurso dura aproximadamente uma hora e vinte minutos.
            Bem pequena, pouco mais de 20 mil habitantes, Alcântara tem muitas ruínas. E em torno delas, belíssimos gramados e coqueiros, que criam uma atmosfera bem tropical. O casario está razoavelmente preservado e as ruas têm belos desenhos criados a partir do calçamento de pedras.
            Apesar do imenso calor (mesmo em junho!), caminhar pelas ruas de Alcântara é prazeroso. Há boas opções de restaurantes e todo o tempo você se depara com meninos com cestos vendendo a grande atração culinária do local: o doce-de-espécie (confira a receita em: http://www.nacozinhabrasil.com/2009/06/doce-de-especie.html).
            Fica em Alcântara o polêmico CLA - Centro de Lançamento de Alcântara, onde são desenvolvidas as pesquisas espaciais brasileiras e realizados lançamentos de foguetes. Há, ainda, o sítio arqueológico da Ilha do Cajual, que revelou importantes descobertas de fósseis antigos. Este local não cheguei a visitar na época.
            Queria ter tido a oportunidade de ver Alcântara à noite, mas precisávamos retornar São Luís, onde estávamos hospedados, e não havia barcos noturnos. O passeio rendeu, ainda, uma ida aos Lençois Maranhenses, mas isso é tema de uma outra postagem.
            Espero que tenham gostado da lembrança e, na próxima semana, nos encontramos para um novo passeio.

A lenda da serpente

Diz a lenda que uma serpente encantada de proporção descomunal vive debaixo de São Luís. O gigantesco animal crescerá sem parar até o dia que sua cabeça e sua calda se encontrarem levando para o fundo do mar a Ilha, provocando seu completo desaparecimento. A serpente, que já foi cantada pelos poetas e tomou forma pelos artistas plásticos, habitaria as galerias subterrâneas no centro da capital. A cauda do animal estaria na igreja de São Pantaleão, a barriga na igreja do Carmo e a cabeça na secular Fonte do Ribeirão. Os que já passaram por seus túneis dizem que é possível até ver, através da grade de uma das entradas da fonte, a cabeça do monstro, com seus terríveis olhos vermelhos, com boca aberta e uma língua muito comprida e vermelha saindo do meio dos dentes, como descreve Josué Montello em seu romance “Os degraus do paraíso”.


Centro Histórico de São Luís

Igreja Matriz













Fonte do Ribeirão, de onde se "avista" a serpente que vive nos subterrâneos da cidade

Azulejos dos casarões são arrancados por ladrões

Centro de artesanato

Lagoa Jansen

Wagner e o palácio dos Leões, sede do governo estadual

 São Luís à noite





Teatro Arthur Azevedo

Sala no interior do teatro

 Centro de Cultura Popular




 Bumba-meu-boi













Azulejos








 Alcântara

Travessia de catamarã

Desenho das ruas








Monumento em homenagem ao centro de lançamento de foguetes






O garoto vendedor dos doces-de-espécie

Wagner e um casarão de Alcântara




Impressões atuais a respeito de Guarapari

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