 |
No museu Torres García, em Montevideo |
Clique nas fotos para ampliá-las
A maioria das fotos são de Thelmo Lins.
Outros créditos:
Wagner Cosse (WC) e Vinicius Cosse (VC)
Há casos de autores não identificados, como garçons, transeuntes e outros, que fizeram o registro a pedido do autor deste blog.
Sempre quis conhecer o Uruguai.
As notícias desta pequena nação, com cerca de 3,3 milhões de habitantes, eram
boas tanto na questão política quanto nos direitos humanos. Além da reconhecida
ação internacional para minimizar o tráfico de drogas, a partir da
comercialização da maconha, e da união estável de pessoas do mesmo sexo. De
todos os nossos vizinhos latino-americanos, o Uruguai sempre foi o mais
avançado.
E
Montevideo não foge à regra.
É considerada a capital sul americana com melhor qualidade de vida. E isto pode
ser visto nas suas ruas e avenidas limpas e bem cuidadas, na grande quantidade
de arborização e de parques, na beleza de suas praias fluviais e na preservação
do patrimônio histórico.
Para
quem tem boa disposição, é agradável caminhar por suas ruas, observando a
imponente arquitetura, com exemplares maravilhosos do início do século 20. Ou
mesmo, na Cidade Velha, observar a raiz da colonização local.
Com cerca
de 1,8 milhões de habitantes, a capital concentra cerca de 60% da população do
país e é muito bem servida de serviços básicos de educação, saúde e comércio.
Fica a três horas de voo de São Paulo e quarenta minutos de Buenos Aires. Ou
seja, no centro do que chamamos de Mercosul.
Nossos
passeios por Montevideo (com os meus companheiros de viagem Conceição, Regina,
Vinicius e Wagner) começou com uma caminhada pela Avenida 18 de Julho, a
principal de Montevideo. Ela tem várias praças e monumentos, em que se destacam
elegantes edifícios do início do século 20, como o Palácio Salvo, o mais
emblemático da cidade. Naquela região também se encontram o Teatro Solis e a
Porta da Cidadela, que se abre para a Cidade Velha.
No
segundo dia da viagem, pegamos o Bus Turístico para termos uma noção mais ampla
do território. Com suas paradas estratégicas e uma narração em português,
pudemos conhecer melhor a cidade e escolher, dentre suas inúmeras atrações,
aquelas que mais nos agradariam. Uma das paradas foi a Cidade Velha, nas
proximidades do Mercado do Puerto, local onde se concentram alguns dos
principais restaurantes de parrilladas, especializado nas famosas carnes
uruguaias.
É bom esclarecer que o churrasco uruguaio não vem com aquele tempero que
conhecemos no Brasil. Quase sempre foi preciso adicionar sal, embora haja uma
campanha forte no país pela redução do sódio na alimentação dos uruguaios. Outra
observação importante é quanto ao tamanho das porções. Pratos individuais
servem com folga duas ou três pessoas. Certo dia, pedimos lanches e as porções
vieram tão enormes, que caímos na gargalhada. E mais: as batatas (papas) fritas
são muito comuns na dieta deles (como o arroz com feijão para os brasileiros).
Ao fim de dois dias, já estávamos enjoados desta iguaria.
Experimentamos,
também, a empanada no Mercado do Puerto, que é uma das mais concorridas da
cidade. É preciso pegar uma senha para ter acesso ao salgado.
Achamos,
também, que a comida no Uruguai é cara para os nossos padrões cotidianos
brasileiros. Talvez, em restaurantes menos turísticos, ela tenha um preço
melhor. Mas os próprios moradores reclamam deste custo na cesta básica.
Depois do
Mercado do Puerto, conhecemos um pouco da Cidade Velha. Optei por caminhar a pé
pelas ruas, quase todas exclusivas para pedestres. Por ali também há o Mercado
dos Artesanos, com ótimas opções de compras.
A
caminhada nos levou novamente à Praça da Independência, onde estão o já citado
Palácio Salvo e os gabinetes da presidência da República. Antes de chegar ao
local, conhecemos a catedral metropolitana, o Museu Torres Garcia (dedicado ao
mais importante pintor moderno uruguaio, já falecido) e a belíssima livraria
Puro Verso.
Dali ao
nosso hotel, a caminhada não levava mais do que alguns minutos. Assim, pudemos
caminhar novamente pela 18 de Julho, onde conhecemos a Fonte dos Cadeados (onde
os casais tentam “amarrar” suas relações), a estátua de Carlos Gardel (que foi
criado no Uruguai) e as belas lojas enfeitadas para o Natal. Por ali, também,
muitos cafés e praças, com casais dançando tango ao ar livre.
Nas
cercanias da Intendência Municipal, perto de onde estávamos hospedados (Hotel
Klee), havia uma feirinha de artesanato e uma sorveteria deliciosa. Outro
atrativo é uma reprodução, em bronze, do David, de Miguelângelo, nas proporções
originais.
O passeio
pelo Bus Turístico nos permitiu conhecer as praias de Montevideo, banhada pelo
Rio da Prata. Os bairros de Pocitos e Carrasco são belíssimos, com construções
elegantes. Lá vivem os ricos. Em Carrasco, está o cassino-hotel, que é um dos
mais elegantes do país. Em Pocitos,
pudemos observar o pôr-do-sol perto do emblemático letreiro de Montevideo, com
direito a uma brisa deliciosa que vinha do rio-oceano.
Nos dias
em que estivemos em Montevideo, ainda visitamos a Feira de Tristán Narvaja, com
ofertas de todo tipo de mercadoria: de antiguidades a verduras e roupas. Ela
acontece no domingo e é lotada de gente. É aconselhável ir lá na parte da
manhã, quando o movimento é menos intenso.
Dali fomos conhecer o palácio da Assembleia Legislativa, um edifício
impressionante, localizado numa praça arborizada e muito agradável, e o Mercado
Agrícola, com lojinhas e restaurantes muito legais. O prédio, por si, já é um
atrativo. Trata-se de uma construção em metal, datada de 1905, que foi um
presente da Bélgica para os moradores da capital.
Havia,
ainda, outro mercado na cidade. E ficava em frente ao nosso hotel, na Rua San
José: o da Abundância. Fomos lá para jantar um dia. Há, no local, uma pista de
dança, onde dançarinos de tango vão se divertir. O local, apesar de belo, está
um pouco descuidado. O prédio, também de ferro, data de 1904.
A estadia
em Montevideo ainda rendeu uma ida à casa de shows El Milongón, com
apresentações de tango, candombe, danças folclóricas e atrações musicais. O
candombe é o ritmo do Carnaval uruguaio, que é o mais longo do mundo: dura 40
dias. Embora haja poucos negros nas ruas de Montevideo, o ritmo mais
contagiante do país foi criado a partir das influências africanas. Embora não
tenha o vigor do carnaval brasileiro, a batida (ou batidas, pois são muitas
variações) é deliciosa.
Foi em
Montevideo que passamos o Natal. No hotel, conhecemos um casal de brasileiros -
Adriana e Élio – que estavam fazendo uma grande aventura: viajavam de moto
desde Brodosqui (SP), cumprindo uma jornada de mais de três mil quilômetros ida
e volta. Como estávamos em cinco e não tínhamos nenhum planejamento para o dia
25 de dezembro, resolvemos nos juntar e fazer uma comemoração própria. Com o
apoio da equipe do hotel, que nos emprestou o local e os acessórios da copa
(pratos, copos, abridores de garrafas e vinho, dentre outros), fizemos um Natal
uruguaio, somente com produtos da terra, como queijos, vinhos e outras
comidinhas, compradas em um supermercado próximo ao hotel. Para brindar, não
esquecemos da bebida mais famosa do país: o medio y medio, que é uma mistura de
espumante com vinho branco). Na sobremesa, doce de leite e alfajores.
Três dias
não são suficientes para conhecer melhor a capital uruguaia. Gostaria de ter ficado,
pelo menos, uma semana. Há belíssimos parques, que só vimos de passagem.
Avenidas ladeadas de palmeiras, casas e edifícios encantadores, com jardins recheados
de hortênsias. Havia, também, muitos plátanos, no auge de sua floração.
Montevideo é daquelas cidades em que se tem vontade de morar, devido aos seus
inúmeros atrativos e sua tranquilidade, conseguindo ser ao mesmo tempo uma
metrópole vibrante.
Mas,
infelizmente, não seria possível permanecer na cidade. O que resta é a vontade
de voltar a ela novamente, para poder curtir um pouco mais de seus atrativos.
 |
Vista da cidade |
Avenida 18 de Julho
Praça da Independência
 |
Edifício Salvo e porta da Cidadela |
 |
Conceição, Wagner e Regina na Praça da Independência |
Teatro Solis
 |
Detalhe da Porta da Cidadela |
Livraria Puro Verso
Praças e parques da cidade
 |
Sede do Mercosul |
 |
Wagner, Regina, Conceição e Vinícius em frente ao Bus Turístico |
Cidade Velha
 |
Praça do Mercado do Puerto |
 |
Mercado dos Artesanos |
 |
Mercado do Puerto |
 |
Na parrillada |
 |
Ramblas de Montevideo |
 |
Monumento (foto de VC)
|
Praça da Matriz
Museu Torres García
 |
Tango na Rua 18 de Julho |
 |
Estátua de Carlos Gardel |
 |
Wagner e a fonte dos cadeados |
 |
Wagner e o David de Miguelângelo em bronze |
El Milongón
 |
Vinicius, Regina, Conceição e Wagner: amigos se divertindo |
Porções gigantescas
 |
Wagner |
 |
Vinicius |
 |
Regina |
 |
Thelmo e sanduíche descrito no cardápio como light
Feira de Tristán Narvaja
|
Assembleia Legislativa
 |
Construção contemporânea |
 |
Mercado Agrícola |
 |
Hotel Sofitel Carrasco |
 |
Regina e Vinicius em frente ao hotel-cassino Carrasco |
 |
Praia de Carrasco |
 |
Wagner, eu, Regina e Vinicius na praia de Carrasco (ao fundo, o Rio da Prata) |
 |
Hotel-cassino Carrasco |
 |
Hortênsias adornavam casas e parques de Montevideo |
 |
Em frente ao símbolo da cidade, em Pocitos (foto de WC)
|
 |
Natal entre amigos, com produtos uruguaios. Da direita para esquerda:
Thelmo, Regina, Vinicius, Conceição, Élio, Adriana e Wagner |