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Eu, Wagner, Tímor e uma girafa, em Aberdare |
O
mergulho pelo interior do Quênia previa a busca pelo elo ancestral da livre convivência
entre os homens e os animais, nos grandes parques do país, como Aberdare,
Nakuru e Masai Mara. Neles, o principal atrativo são os safaris. Boa parte do
mundo que tem contato com o National Geographic ou o Discovery Channel
vislumbra um dia ter a oportunidade de realizar esse encontro.
Na
saída de Nairóbi para o interior do país conhecemos o nosso guia, Kamotho, que
fala português muito bem, e o Tímor, um jovem paulista que, a partir dali,
dividiria os programas conosco. Poderíamos, enfim, falar nossa língua natal,
contar casos e conhecer histórias diferentes de vida. Tímor se revelou um ótimo
companheiro de viagem e uma pessoa gentil, amável e bem humorada.
No
caminho para Aberdare, que seria nossa primeira escala do roteiro, passamos
pela linha do Equador. Havia, ainda, várias lojas de artesanato, que confundem
nossos sentidos, com tantos objetos maravilhosos. Compramos (Wagner, Tímor e
eu) algumas peças, mediante a uma complexa negociação para reduzir os preços
que inicialmente são altos. Na barganha, que é uma prática comum no país, os
valores podem cair até 40%. A moeda queniana é o shilling, cuja proporção em
relação com o dólar é de um para 80. Um café custa 100 shillings. Uma massagem
relaxante, em torno de 4.500 shillings. Uma escultura artesanal de madeira é
adquirida por 7.000 shillings e uma boa refeição, cerca de 1.500. Um suco ou a gorjeta
para os carregadores nos hotéis, cerca de 200 shillings.
Para
enfrentar os safaris, contamos com um 4x4 da Toyota, veículo que é
indispensável nas estradas não asfaltadas. No parque de Aberdare, nos anos
1950, Elizabeth estava hospedada, quando recebeu a notícia que seria a nova
rainha da Inglaterra. Elefantes, girafas, búfalos, impalas, babuínos e vários
tipos de macacos, além de uma imensa diversidade de pássaros, fizeram parte do
nosso roteiro. Logo recebemos o aviso para nos mantermos silenciosos para não
espantar os animais, mas quase perdemos a compostura ao vermos duas hienas na
estrada.
Ficamos
hospedados no belo e confortável lodge (assim que eles denominam os hotéis
localizados nos parques nacionais) The Ark, que simboliza a arca de Noé. O
local é um esplêndido observatório de animais, que ficam pastando na frente do
lodge. As dependências são divinas. Para comemorar tantas emoções, o encontro e
a amizade com Tímor, brindamos com um delicioso vinho tinto sul africano.
Observando a qualidade dos serviços é que a gente entende os custos altos de
uma viagem para a África, pelo menos para nós da classe média brasileira.
No dia
seguinte, rumamos para o parque do lago de Nakuru, internacionalmente famoso
pelos flamingos, que migram para o local em busca de uma alga encontrada ali
que, além de alimentá-las, colore suas penas brancas de um tom róseo. A viagem
dos pássaros também envolve os rituais de acasalamento. No entanto, havia
poucas aves no lago, contrariando as previsões e nos frustrando um pouco. Vamos
tentar vê-las em outro lago, na Tanzânia. Esperamos ter mais sucesso.
Mas
Nakuru é um parque soberbo pela beleza das acácias de tronco amarelo, pela
imensa quantidade de outros animais e, principalmente, por ser uma das maiores
reservas do rinoceronte branco, em risco de extinção. O animal, que pode pesar
até três toneladas, vive ali em grupo familiar. Sua visão é fantástica e vale
todo o percurso.
No
lodge de Nakuru, também belíssimo, convivemos com dezenas de babuínos, que
vinham visitar os apartamentos. É preciso trancar as portas e janelas, pois
eles costumam levar objetos dos hóspedes. Na região ainda vimos pântanos com
vegetações incríveis.
A
próxima parada é a reserva dos Masai Mara, na divisa do Quênia com a Tanzânia.
Os maasai são muito elegantes e vestem trajes característicos, marcados por
roupas e colares coloridos. Atualmente, existem cerca de um milhão deles, entre
os tradicionais e os que já assumiram hábitos mais ocidentais. Seu poder está
no número de vacas que conseguem arrebanhar ao longo de suas vidas. Os animais
são utilizados até nas transações matrimoniais. Uma bela mulher, com boa
instrução, pode gerar até 10 vacas de dote para seu pai. Cada família tem um
design diferente para marcar o gado.
Chegamos
ao lodge da reserva após seis horas de viagem, as últimas delas numa estrada de
terra inacreditavelmente ruim. Sacolejamos o tempo todo. O cansaço já rumava
para a exaustão quando surgiu o paradisíaco hotel Mara Leisure Camp. Os
quartos são luxuosas barracas, com uma estrutura fenomenal. Do lado de fora, os
miquinhos fazem uma algazarra, lembrando-nos a todo o momento que estamos nesse
lugar mágico chamado África. Agora, é
descansar um pouco, pois amanhã tem mais aventura!
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No 4x4 essencial para enfrentar os safaris do Quênia |
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Artesanato queniano |
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Parque Aberdare: girafas |
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Impalas e javalis em Aberdare |
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Trombando com elefantes |
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Uma espécie de alce e os búfafos em Aberdare |
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Vai encarar? |
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Antílope |
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O lodge The Ark, com grupo de elefantes na sua frente: paraíso |
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Eu e Tímor, em The Ark |
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Wagner e nosso novo amiguinho, Edward |
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Eu, Wagner e Timor comemorando com vinho sul africano |
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The Ark |
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Hienas, uma festa para fotografar |
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Zebra |
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Na linha do Equador |
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Garota queniana |
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Olhos de menina do Quênia |
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Wagner e os pequenos camaleões |
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Tímor, Wagner e eu, numa cachoeira do Quênia |
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Impalas |
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A natureza invade o quarto do lodge em Nakuru |
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Pássaro do Quênia |
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Lodge em Nakuro: simplesmente fantástico |
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Rinoceronte branco |
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Rinocerontes brancos |
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Rinocerontes brancos na floresta de acácias amarelas |
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Flamingos de Nakuru: poucos, mas lindos |
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O lago Nakuru |
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Família de babuínos |
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Patos quenianos |
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Pântanos do parque Nakuru |
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Pássaros sobrevoam Nakuru |
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Quarto em Nakuru: à prova de mosquitos |