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Com Regina e Wagner, em um dos mirantes do Vale do Colca |
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Veja, no final da postagem, um mapa ilustrado da região
O vale do rio Colca ou Cañon del
Colca é o terceiro destino mais visitado do Peru, depois de Machu Picchu e
Cusco (que falarei mais adiante). É a próxima etapa desta viagem ao país
andino, que empreendo junto aos amigos Wagner e Regina.
A região situa-se a 160 km de
Arequipa, no sul do Peru. O vale é famoso por seus parques nacionais,
onde espécies como a alpaca, a vicunha e a lhama são preservadas e vivem em
pastos naturais. Lá também podemos encontrar muitas pequenas vilas fundadas
pelos espanhóis, onde nos deparamos com a vida rural do Peru, seus hábitos e
costumes tradicionais.
O cânion tem profundidades de até
4.160 m, o que o torna duas vezes mais profundo que o Grand Canyon, nos Estados
Unidos; e uma extensão de mais de 100 km. Ele é entrecortado por terraços de
plantações, desenvolvidos pelos povos originários, com um intrincado sistema de
irrigação e cultivo que remonta a quase 2.000 anos.
Durante nossa
jornada, alcançamos uma altitude de 4.910 m. Foi ali que, pela primeira vez,
tivemos contato com o chá de coca, servido durante uma parada, com o objetivo
de evitar o que eles chamam de “o mal da montanha”, quando o oxigênio fica
rarefeito e a respiração se torna mais difícil.
O chá, que é legalizado no Peru, também serve como estimulante.
Posteriormente, notamos que em quase todos os hotéis a infusão era fornecida
para os seus hóspedes. Sem ele, aliás, muitas pessoas passam muito mal e até desmaiam.
Na estrada, pudemos
observar vicunhas, alpacas e lhamas em liberdade pelos pastos andinos e, em
pontos específicos, tivemos um contato mais próximo com alguns exemplares extremamente
dóceis. Nestes casos, os animais haviam sido domesticados e podiam ser
acariciados pelos visitantes. Não há como não se emocionar com a cena
inusitada.
Tivemos
contato com o rico e encantador artesanato local, que podíamos comprar
diretamente da fonte, com preços bem mais em conta do que encontraríamos em
Cusco.
O ponto alto
da nossa visita ao vale do Colca é o Mirador Cruz del Condor, de onde podem ser
observados os condores, a principal ave da região dos Andes. Embora estejam em
risco de extinção, o vale é o local onde eles vivem em maior número.
Como já havia
comentado na postagem sobre o Chile, os condores são as maiores aves voadoras
do mundo, podendo chegar a 1,5 m e altura e 3 m de envergadura quando adultos.
Para nosso deslumbramento, logo que chegamos ao mirador, vimos um condor
adolescente, de cor acinzentada, no alto de um rochedo, admirado por dezenas de
visitantes. Todo o pequeno gesto da “celebridade” era fotografado ou filmado,
inclusive quando nos dava o deleite de abrir as asas ou alçar o voo por entre
as deslumbrantes montanhas da região.
Quando adulto, os condores
adquirem as tonalidades preta e branca. Nos paredões da cordilheira eles fazem
seus ninhos e criam seus filhotes para garantir as novas gerações. Infelizmente,
muitos são vítimas de caça ilegal, envenamento ou problemas ligados ao meio
ambiente.
Pernoitamos em Chivay e
conhecemos pequenas vilas como Yanque e Maca. Em todas elas ficamos encantados
com a forma com que os moradores homenageiam seus costumes tradicionais, em
particular as danças folclóricas. Esculturas nas praças exibem os passos e os
figurinos utilizados pelos grupos, com muito orgulho e reverência.
Muitos moradores ainda se vestem
com roupas, mantas, bordados e chapéus coloridos; e muitos deles se colocam à
disposição dos turistas para serem fotografados em troca de alguns soles, a
moeda local.
Vale ressaltar o encantador e
charmosíssimo hotel Casa Andina, em Chivay, que reproduzia uma pequena vila.
Aliás, esta rede foi impecável em várias cidades em que estivemos hospedados,
com um excelente atendimento e receptividade.
Os restaurantes locais foram
muito bem escolhidos pela equipe que organizou nossa viagem. Em quase todos
eles, serviam bufês variados, com um misto de culinária local com
internacional. Particularmente, gostei muito da cerveja Cusqueña.
De Chivay rumamos a Puno, a
próxima etapa de nossa viagem. A cidade está localizada às margens do lago
Titicaca, o mais importante e emblemático da região. Embora tenhamos visto
belas paisagens, com certeza foi pior trecho de estrada que enfrentamos. Foram
aproximadamente 300 km de uma rodovia marcada por muitos caminhões e buracos.
Chegamos extenuados. Hora de descansar para podermos enfrentar novas aventuras!
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Uma vicunha pasta nas proximidades da rodovia |
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Parque natural do Peru: animais soltos na natureza exuberante |
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Ao fundo, terraços com plantações |
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Wagner, o casal de amigos da Espanha, Regina e eu em um dos mirantes da estrada |
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Na van |
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Paisagem andina |
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Chá de coca |
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Animais domesticados |
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Wagner e um rebanho de alpacas |
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Região pantanosa onde os animais buscam água para sobrevivência |
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Vista de Chivay |
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A 4.910m de altitude |
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Ao fundo, o cânion do Colca |
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Transporte comum na região |
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Escultura na praça de Chivay reproduz dança folclórica |
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Chivay: praça principal |
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Praça principal de Yanque |
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Dançarina vestida com roupa tradicional |
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Igreja de Yanque: danos sofridos por terremotos recentes |
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Vulcão em erupção constante |
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Rio Colca |
Mirador dos Condores
Cânion do Colca
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Estátua reproduz guerra entre espanhois e nativos no tempo da colonização |
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Outra escultura reproduz vestimenta típica em Maca |
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Praça principal de Maca |
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Maca |
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Interior da igreja de Maca |
Comes e bebes
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Cerveja Cusqueña |
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Pratos da culinária local |
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Espécies de milho peruanas |
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Bufê de doces de um dos restaurantes |
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Vinho local |
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Estrada para Puno: entre trancos e barrancos, belas paisagens |
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Mapa ilustrado do Vale do Colca |