segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Viagem ao Peru - Parte III - Vale do Colca

 

Com Regina e Wagner, em um dos mirantes do Vale do Colca


Clique nas fotos para ampliá-las

Veja, no final da postagem, um mapa ilustrado da região


O vale do rio Colca ou Cañon del Colca é o terceiro destino mais visitado do Peru, depois de Machu Picchu e Cusco (que falarei mais adiante). É a próxima etapa desta viagem ao país andino, que empreendo junto aos amigos Wagner e Regina.

A região situa-se a 160 km de Arequipa, no sul do Peru. O vale é famoso por seus parques nacionais, onde espécies como a alpaca, a vicunha e a lhama são preservadas e vivem em pastos naturais. Lá também podemos encontrar muitas pequenas vilas fundadas pelos espanhóis, onde nos deparamos com a vida rural do Peru, seus hábitos e costumes tradicionais.

O cânion tem profundidades de até 4.160 m, o que o torna duas vezes mais profundo que o Grand Canyon, nos Estados Unidos; e uma extensão de mais de 100 km. Ele é entrecortado por terraços de plantações, desenvolvidos pelos povos originários, com um intrincado sistema de irrigação e cultivo que remonta a quase 2.000 anos.

            Durante nossa jornada, alcançamos uma altitude de 4.910 m. Foi ali que, pela primeira vez, tivemos contato com o chá de coca, servido durante uma parada, com o objetivo de evitar o que eles chamam de “o mal da montanha”, quando o oxigênio fica rarefeito e a respiração se torna mais difícil.  O chá, que é legalizado no Peru, também serve como estimulante. Posteriormente, notamos que em quase todos os hotéis a infusão era fornecida para os seus hóspedes. Sem ele, aliás, muitas pessoas passam muito mal e até desmaiam.

            Na estrada, pudemos observar vicunhas, alpacas e lhamas em liberdade pelos pastos andinos e, em pontos específicos, tivemos um contato mais próximo com alguns exemplares extremamente dóceis. Nestes casos, os animais haviam sido domesticados e podiam ser acariciados pelos visitantes. Não há como não se emocionar com a cena inusitada.

            Tivemos contato com o rico e encantador artesanato local, que podíamos comprar diretamente da fonte, com preços bem mais em conta do que encontraríamos em Cusco.

            O ponto alto da nossa visita ao vale do Colca é o Mirador Cruz del Condor, de onde podem ser observados os condores, a principal ave da região dos Andes. Embora estejam em risco de extinção, o vale é o local onde eles vivem em maior número.

            Como já havia comentado na postagem sobre o Chile, os condores são as maiores aves voadoras do mundo, podendo chegar a 1,5 m e altura e 3 m de envergadura quando adultos. Para nosso deslumbramento, logo que chegamos ao mirador, vimos um condor adolescente, de cor acinzentada, no alto de um rochedo, admirado por dezenas de visitantes. Todo o pequeno gesto da “celebridade” era fotografado ou filmado, inclusive quando nos dava o deleite de abrir as asas ou alçar o voo por entre as deslumbrantes montanhas da região.

Quando adulto, os condores adquirem as tonalidades preta e branca. Nos paredões da cordilheira eles fazem seus ninhos e criam seus filhotes para garantir as novas gerações. Infelizmente, muitos são vítimas de caça ilegal, envenamento ou problemas ligados ao meio ambiente.

Pernoitamos em Chivay e conhecemos pequenas vilas como Yanque e Maca. Em todas elas ficamos encantados com a forma com que os moradores homenageiam seus costumes tradicionais, em particular as danças folclóricas. Esculturas nas praças exibem os passos e os figurinos utilizados pelos grupos, com muito orgulho e reverência.

Muitos moradores ainda se vestem com roupas, mantas, bordados e chapéus coloridos; e muitos deles se colocam à disposição dos turistas para serem fotografados em troca de alguns soles, a moeda local.

Vale ressaltar o encantador e charmosíssimo hotel Casa Andina, em Chivay, que reproduzia uma pequena vila. Aliás, esta rede foi impecável em várias cidades em que estivemos hospedados, com um excelente atendimento e receptividade.

Os restaurantes locais foram muito bem escolhidos pela equipe que organizou nossa viagem. Em quase todos eles, serviam bufês variados, com um misto de culinária local com internacional. Particularmente, gostei muito da cerveja Cusqueña.

De Chivay rumamos a Puno, a próxima etapa de nossa viagem. A cidade está localizada às margens do lago Titicaca, o mais importante e emblemático da região. Embora tenhamos visto belas paisagens, com certeza foi pior trecho de estrada que enfrentamos. Foram aproximadamente 300 km de uma rodovia marcada por muitos caminhões e buracos. Chegamos extenuados. Hora de descansar para podermos enfrentar novas aventuras!




Uma vicunha pasta nas proximidades da rodovia

Parque natural do Peru: animais soltos na natureza exuberante

Ao fundo, terraços com plantações



Wagner, o casal de amigos da Espanha, Regina e eu em um dos 
mirantes da estrada

Na van

Paisagem andina

Chá de coca


Animais domesticados




Wagner e um rebanho de alpacas

Região pantanosa onde os animais buscam água para sobrevivência






Vista de Chivay

A 4.910m de altitude


Ao fundo, o cânion do Colca


Transporte comum na região

Escultura na praça de Chivay reproduz dança folclórica

Chivay: praça principal




Hotel Casa Andina, em Chivay


Artesanato local

Bordadeira

Mulheres da região de Chivay

Foto para turista: por quatro soles


Chivay


Praça principal de Yanque

Dançarina vestida com roupa tradicional


Igreja de Yanque: danos sofridos por terremotos recentes


Vulcão em erupção constante

Rio Colca


Mirador dos Condores










Cânion do Colca




Estátua reproduz guerra entre espanhois e nativos
no tempo da colonização

Outra escultura reproduz vestimenta típica em Maca

Praça principal de Maca

Maca


Interior da igreja de Maca


Comes e bebes


Cerveja Cusqueña

Pratos da culinária local




Espécies de milho peruanas

Bufê de doces de um dos restaurantes

Vinho local

Estrada para Puno: entre trancos e barrancos, belas paisagens


Mapa ilustrado do Vale do Colca

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