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O complexo da Companhia de Jesus e suas colunas decoradas |
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Arequipa é a segunda mais
populosa cidade do Peru, com aproximadamente um milhão de habitantes.
Localizada a 2.300 metros de altitude, ela foi fundada em 1540 numa área de
oásis entre o deserto e a cordilheira dos Andes. Está circundada por icônicos
picos e vulcões, dentre eles o Chachani (6.057 m), o Pichu Pichu (5.664 m) e o
Misti (5.822 m), que é o símbolo da cidade.
Ficamos hospedados no centro
histórico, tombado como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, graças a uma
característica peculiar: boa parte dos edifícios foi construída com o “sillar”,
uma rocha vulcânica de cor esbranquiçada.
A origem de Arequipa, no entanto,
remonta ao império inca. Ali funcionou um de seus principais centros
administrativos. Os atuais edifícios históricos passaram por vários terremotos
e muitos deles foram reconstruídos ao longo dos anos, como também aconteceu na
capita peruana. Eles continuam monumentais e surpreendentes.
Visitamos a Igreja de la
Compañia, erguida entre 1595 e 1689 pelos jesuítas. A fachada é marcada por
entalhes mestiços, com muitos detalhes decorativos, que podem ser notados em
outras igrejas da época. No interior, uma profusão de altares dourados, com muito
luxo e requinte. Imagens sacras foram esculpidas com fisionomias incas.
No coração da igreja, está a
capela de Santo Inácio de Loiola. O templo é espetacular. Todo coberto por
pinturas de pássaros, flores e frutos típicos da região, com um colorido
extraordinário e impactante. Comprei alguns postais como recordação desse
local, uma vez que é proibido fotografá-lo.
O complexo abriga um museu e
várias pinturas de estilo cusquenho. O claustro, atualmente, é ocupado por
lojas e restaurantes muito charmosos.
A catedral é outra obra
monumental. A construção atual é de 1868, mas a igreja original foi edificada
em 1621. É o maior templo neoclássico do país. Ela ocupa toda uma parte da
Plaza de Armas, com certeza uma das mais belas do Peru.
É possível visitar as torres da
catedral, de onde se tem uma vista abrangente de Arequipa, incluindo seus
famosos vulcões.
Conhecemos,
em seguida, o distrito de Yanahuara, onde (segundo nosso guia) vive a elite
arequipenha. Em torno da praça principal, decorada com belas palmeiras, está
uma antiga igreja em estilo andaluz, um sofisticado colégio e os arcos de
sillar, de onde se tem uma vista abrangente da região. Agradável ponto de
descanso para a população local. Achei muito interessante um tronco de árvore
todo esculpido, como se fosse uma espécie de ídolo.
Outro local de visitação é o
Monastério de Santa Catalina, um impressionante mosteiro que ocupa todo um
quarteirão da cidade, com cerca de 20.000m2 e, por isso, é tratado como um
pequeno vilarejo. Os números são impressionantes: 100 aposentos, seis ruas,
três claustros e uma galeria de arte.
Ele foi fundado em 1579, graças a
doação dos bens de dona Maria de Guzmán, viúva de dom Diego Hernández de
Mendoza, com o objetivo de abrigar mulheres mestiças pobres. Com o tempo foi
ocupado por freiras oriundas de famílias abastadas. Ali as noviças viviam com
luxo e regalias, como seus próprios criados. Ao invés de celas, elas moravam em
pequeninas casas, com decorações próprias. No seu auge, a população chegou a
quase 500 mulheres, entre religiosas e empregados, que realizam eventos
festivos nem sempre tão castos.
Na década de 1970, já em
decadência, o prédio foi aberto à visitação. Assim, a população e os turistas
puderam conferir os extensos corredores, a arquitetura marcada por tons fortes
de laranja, vermelho e azul e os jardins bem cuidados. A lavanderia comunitária
(1770) é muito interessante, por sua tecnologia, formada por fontes e
recipientes de barro.
O monastério também abriga muitas
obras de arte e objetos sacros, que compõem hoje uma sofisticada pinacoteca. Algumas
freiras ainda vivem enclausuradas no local. O conjunto é tombado como
Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
Percorrer o centro histórico de
Arequipa é esbarrar com recantos atraentes, marcados por cafés, bares,
restaurantes e lojinhas. As fachadas brancas contrastam com o intenso colorido
do interior dos edifícios que, bem ao estilo espanhol, conhecido na região da
Andaluzia, vão se abrindo em pátios, fontes e arcos.
Vamos nos retirando para o hotel,
pois no dia seguinte, bem cedo, vamos para o Vale del Colca, conhecer um pouco
do interior peruano, marcado por seus cânions gigantescos e suas graciosas
aldeias.
“Tupananchiskama”! (*)
(*) "até nos encontrarmos
novamente" em quíchua, língua falada em vários países andinos.
Plaza de Armas e a Catedral
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Detalhe dos paramentos do arcebispo de Arequipa |
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Plaza de Armas vista do alto da torre da catedral |
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Pintura da Santa Ceia com elementos típicos da culinária peruana |
Igreja de la Compañia
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Wagner e Regina na fachada lateral da igreja |
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Wagner e um dos altares da igreja |
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Claustro da igreja foi transformado em lojas e restaurantes |
Igreja de la Compañia
(fotos de postais)
Vulcões de Arequipa
Outros cantos de Arequipa
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Recanto charmoso da cidade |
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Estudantes de Arequipa em excursão pelas ruas |
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Menestreis que se apresentam na praça principal |
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Famoso restaurante local |
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Catedral com iluminação noturna
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Arcos da praça principal iluminados à noite |
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