segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Viagem ao Peru - Parte II - Arequipa

 

O complexo da Companhia de Jesus e suas colunas decoradas

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Arequipa é a segunda mais populosa cidade do Peru, com aproximadamente um milhão de habitantes. Localizada a 2.300 metros de altitude, ela foi fundada em 1540 numa área de oásis entre o deserto e a cordilheira dos Andes. Está circundada por icônicos picos e vulcões, dentre eles o Chachani (6.057 m), o Pichu Pichu (5.664 m) e o Misti (5.822 m), que é o símbolo da cidade.

Ficamos hospedados no centro histórico, tombado como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, graças a uma característica peculiar: boa parte dos edifícios foi construída com o “sillar”, uma rocha vulcânica de cor esbranquiçada.

A origem de Arequipa, no entanto, remonta ao império inca. Ali funcionou um de seus principais centros administrativos. Os atuais edifícios históricos passaram por vários terremotos e muitos deles foram reconstruídos ao longo dos anos, como também aconteceu na capita peruana. Eles continuam monumentais e surpreendentes.

Visitamos a Igreja de la Compañia, erguida entre 1595 e 1689 pelos jesuítas. A fachada é marcada por entalhes mestiços, com muitos detalhes decorativos, que podem ser notados em outras igrejas da época. No interior, uma profusão de altares dourados, com muito luxo e requinte. Imagens sacras foram esculpidas com fisionomias incas.

No coração da igreja, está a capela de Santo Inácio de Loiola. O templo é espetacular. Todo coberto por pinturas de pássaros, flores e frutos típicos da região, com um colorido extraordinário e impactante. Comprei alguns postais como recordação desse local, uma vez que é proibido fotografá-lo.

O complexo abriga um museu e várias pinturas de estilo cusquenho. O claustro, atualmente, é ocupado por lojas e restaurantes muito charmosos.

A catedral é outra obra monumental. A construção atual é de 1868, mas a igreja original foi edificada em 1621. É o maior templo neoclássico do país. Ela ocupa toda uma parte da Plaza de Armas, com certeza uma das mais belas do Peru.

É possível visitar as torres da catedral, de onde se tem uma vista abrangente de Arequipa, incluindo seus famosos vulcões.

            Conhecemos, em seguida, o distrito de Yanahuara, onde (segundo nosso guia) vive a elite arequipenha. Em torno da praça principal, decorada com belas palmeiras, está uma antiga igreja em estilo andaluz, um sofisticado colégio e os arcos de sillar, de onde se tem uma vista abrangente da região. Agradável ponto de descanso para a população local. Achei muito interessante um tronco de árvore todo esculpido, como se fosse uma espécie de ídolo.

Outro local de visitação é o Monastério de Santa Catalina, um impressionante mosteiro que ocupa todo um quarteirão da cidade, com cerca de 20.000m2 e, por isso, é tratado como um pequeno vilarejo. Os números são impressionantes: 100 aposentos, seis ruas, três claustros e uma galeria de arte.

Ele foi fundado em 1579, graças a doação dos bens de dona Maria de Guzmán, viúva de dom Diego Hernández de Mendoza, com o objetivo de abrigar mulheres mestiças pobres. Com o tempo foi ocupado por freiras oriundas de famílias abastadas. Ali as noviças viviam com luxo e regalias, como seus próprios criados. Ao invés de celas, elas moravam em pequeninas casas, com decorações próprias. No seu auge, a população chegou a quase 500 mulheres, entre religiosas e empregados, que realizam eventos festivos nem sempre tão castos.

Na década de 1970, já em decadência, o prédio foi aberto à visitação. Assim, a população e os turistas puderam conferir os extensos corredores, a arquitetura marcada por tons fortes de laranja, vermelho e azul e os jardins bem cuidados. A lavanderia comunitária (1770) é muito interessante, por sua tecnologia, formada por fontes e recipientes de barro.

O monastério também abriga muitas obras de arte e objetos sacros, que compõem hoje uma sofisticada pinacoteca. Algumas freiras ainda vivem enclausuradas no local. O conjunto é tombado como Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

Percorrer o centro histórico de Arequipa é esbarrar com recantos atraentes, marcados por cafés, bares, restaurantes e lojinhas. As fachadas brancas contrastam com o intenso colorido do interior dos edifícios que, bem ao estilo espanhol, conhecido na região da Andaluzia, vão se abrindo em pátios, fontes e arcos.

Vamos nos retirando para o hotel, pois no dia seguinte, bem cedo, vamos para o Vale del Colca, conhecer um pouco do interior peruano, marcado por seus cânions gigantescos e suas graciosas aldeias.

“Tupananchiskama”! (*)


(*) "até nos encontrarmos novamente" em quíchua, língua falada em vários países andinos.


Plaza de Armas e a Catedral










Detalhe dos paramentos do arcebispo de Arequipa

Plaza de Armas vista do alto da torre da catedral

Pintura da Santa Ceia com elementos típicos da culinária peruana


Igreja de la Compañia







Wagner e Regina na fachada lateral da igreja




Wagner e um dos altares da igreja

Claustro da igreja foi transformado em lojas e restaurantes






Igreja de la Compañia

(fotos de postais)




Vulcões de Arequipa


Chachani


Misti é o símbolo de Arequipa


Pichu Pichu


Distrito de Ynahuara





Monastério de Santa Catalina


Pinacoteca


Vista do alto do monastério





Lavanderia

Cozinha

Um dos aposentos










Detalhe da pintura de um dos claustros

Outros cantos de Arequipa



Recanto charmoso da cidade


Estudantes de Arequipa em excursão pelas ruas


Menestreis que se apresentam na praça principal


Famoso restaurante local

Catedral com iluminação noturna

Arcos da praça principal iluminados à noite


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