É conhecida como a Rota do Sol o
trecho entre Puno e Cusco. São 386 km de estrada, que passa por vários pontos
importantes, como museus, mirantes, sítios arqueológicos e uma impressionante
capela. Toda a viagem é feita em um ônibus, com cerca de 40 passageiros.
A primeira parada acontece em
Pucará ou Pukara (131 km de Puno), onde situam-se o sítio arqueológico e museu
de mesmo nome. O lugarejo é famoso pelos “toritos”, um artesanato feito em
barro que reproduz dois touros que são colocados lado a lado, geralmente em
cima do telhado. Eles atraem boa sorte e proteção para os lares e comércios. É
muito comum vê-los em toda a região, inclusive em Cusco.
O museu, embora muito simples,
apresenta dioramas, esculturas, monolitos, múmias, tecidos, artesanias e até
salas com oferendas que a população faz aos seus deuses desde a antiguidade. A
civilização viveu seu auge de 100 a.C. e 300 d.C. Anexo ao museu, há uma
completíssima loja de artesanato, com preços muito bons.
Quase 80 km mais adiante, fizemos
outra parada no mirante de La Raya, localizado a 4.335 metros acima do mar.
Além de ser a fronteira entre Puno e Cusco, ali é um local para apreciar a
paisagem montanhosa. Há, como em outros pontos da viagem, vendas de artesanatos
locais, que são sempre impressionantes.
O sítio arqueológico de Raqchi é
a próxima etapa da viagem. Lá está o templo do deus Wiracocha, um local sagrado
para as culturas que precederam os incas. As paredes, janelas e portas que
sobraram, atestam que este monumento de pedra e adobe atingia 20 metros de
altura. Outras construções impressionantes, são as 156 colcas, construções
circulares usadas para armazenar alimentos (silos). O sítio também abriga
templos, casas, recintos e esplanadas.
Depois do almoço, fizemos a
última parada da viagem, em Huaro, onde está o tempo de San Juan Bautista (36
km de Cusco). Construído no século XVII, em estilo renascentista, ele é
conhecido como a “Capela Sistina das Américas”, graças ao seu interior coberto
por obras do pintor cusquenho Tadeo Escalante, que mostram cenas do juízo
final, do céu, do inferno e de trechos bíblicos, mesclando influências
europeias a simbolismos dos povos andinos. É de se ficar horas (se fosse
possível) observando cada detalhe da pintura, extremamente minuciosa.
Outros artistas colaboraram na
obra, como o entalhador Martín de Torres, responsável pelo trabalho em madeira
dos altares. Há ainda 60 esculturas e 50 telas de altíssima qualidade.
Finalizando o trecho de
(realmente) tirar o fôlego, chegamos a Cusco já no início da noite.
Aproveitamos para dar uma volta pelas principais ruas da cidade e conhecer sua
paisagem noturna. Depois, descansar para, no dia seguinte, continuar nossa
jornada pelo Peru, país que nos surpreende a cada dia.
Museu de Pucara
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"Toritos": símbolo de sorte |
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Oferendas aos deuses |
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No ônibus com Wagner |
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