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quinta-feira, 5 de abril de 2012

Revisitando a história no Palácio Real





            A sensação ao acordar nesse segundo dia de viagem é de que não se dormiu quase nada, apesar de se ter passado praticamente oito horas na cama. O fuso horário, de cinco horas de diferença (para mais, em relação ao Brasil), nos dá a sensação de ter despertado no meio da madrugada. Mas não podemos ceder à tentação do sono, senão o nosso organismo se transforma numa bagunça várias vezes maior do que aquela provocada pela virada do horário de verão. Afinal, estamos em Madri. Hoje é dia 02 de abril de 2012. Mesmo sem o dia deslumbrante e ensolarado de ontem (amanheceu nublado, com aproximadamente 15ºC), a cidade se mostra bela.
O rumo é o Palácio Real, grandioso edifício que começou a ser construído no início do século 18, para exibir ao mundo o quanto a Espanha era um potência econômica. Depois de enfrentar uma fila gigantesca, adentramos nos salões decorados com toda a pompa e circunstância. A decoração percorre vários estilos e épocas, ao gosto dos reis que habitaram aquela morada, como Carlos III e até o irmão de Napoleão Bonaparte (durante o domínio francês, no início do século 19). A “nossa” Carlota Joaquina nasceu ali em 1775 e nesse local viveu até completar 10 anos, quando se casou com D. João VI, de Portugal e, mais tarde, do Brasil. Para quem não está em dia com a história, eles são os pais de D. Pedro I, que proclamou a nossa independência, em 1822, e avô de D. Pedro II, nosso último monarca.
            Aliás, nada mais inspira uma lição de história do que esses salões. São telas, adornos, objetos de decoração, utensílios e documentos que evocam o passado espanhol, e que se entrelaça com a história da humanidade. É mais fácil entender os hábitos e costumes daqueles nobres e, consequentemente, da história da Espanha, observando os locais onde comiam, definiam os destinos da nação e das colônias, dormiam e maquinavam suas estratégias políticas e militares. Um jovem, por menos interessado em história, não conseguiria sair desse edifício sem se sentir tocado, em algum momento, com a importância dessa disciplina para a compreensão do desenvolvimento humano. Para mim, é ver in loco tudo que li nos livros.
            Não pudemos fazer registros fotográficos nos salões internos do Palácio Real. Resta-nos a parte externa, os jardins, a praça e a catedral de Madri que o circundam. É uma região muito bonita e tranquila, apesar dos inúmeros turistas e transeuntes. É um lugar para passear. Mais uma vez foi inevitável pensar que temos poucos lugares assim em Belo Horizonte, uma capital que está crescendo sem se preocupar muito com a qualidade de vida de sua população. Na capital mineira, o local de passeio preferido da população é o shopping center. É uma pena!
            Em frente ao Palácio Real, encontram-se alguns restaurantes muito agradáveis. Wagner Cosse, meu companheiro de viagem, e eu fomos a um que parece ter saído daquela época das carruagens. A comida é deslumbrante, com direito a sopa ou salada, prato principal e sobremesa ou café – o menu básico de alguns países europeus – regados a vinho ou água. Wagner pediu a sopa castelhana que, segundo ele, que é um “sopólogo” (admirador de sopas), foi a melhor sopa que ele tomou nos últimos anos. Vale lembrar que a Espanha se tornou uma das mecas da alta gastronomia internacional. Aos poucos, tentarei repassar alguns nomes e locais que julgar interessantes.

Flamenco

            Bem, depois do almoço, fizemos uma boa caminhada pelas ruas de Madri para “fazer o quilo”. Prática extremamente saudável e agradabilíssima, considerando que aqui as ruas são muito planas e rodeadas de belas construções e parques. Pois andamos do Palácio Real até o nosso hotel, num trajeto de aproximadamente quatro quilômetros. No hotel, um descanso antes do próximo compromisso: assistir a um espetáculo de flamenco.
            Ir à Espanha e não frequentar uma casa de flamenco, ou um tablado, é como ir a Roma e não ver o papa? Resisti a princípio, pois não gosto de lugares ostensivamente turísticos. Ou seja, feito para agradar o turismo. Nessa situação, a casa foi recomendada pelos recepcionistas do hotel como um local também frequentado pelos espanhóis. Sem dúvida, o lugar é lindo. O objetivo é imitar a decoração do Alhambra (que ainda visitarei nesta viagem), castelo localizado na cidade de Granada. No palco, ótimos artistas. Na plateia, uma turba extremamente indelicada – os tais turistas! Eles não se incomodam em levantar a todo e qualquer momento para fotografar, falar alto e, na maioria das vezes, nem se dar ao trabalho de olhar o palco, tanta é a ansiedade para consumir o jantar que é servido (no nosso caso, dispensamos o jantar, para podermos aproveitar melhor a dança). Ou seja, nada muito diferente do que se transformou o ato de assistir a um show no Brasil, mas como irrita! Para piorar a situação, os garçons não interromperam o serviço durante o espetáculo e também falavam, davam ordens e instruções a todo pulmão. Depois de uma hora, eu já estava louco para fugir dali. Mas valeu a experiência!


Wagner e um artista de rua

A catedral de Madri

A longa fila para entrar no palácio



 

Praça em frente ao Palácio Real

Jardins do palácio

Restaurante do tempo das carruagens

A deliciosa sopa castelhana

A casa do flamenco: olé!

Decoração imita o Alhambra

Wagner em um dos cantos da casa

Grupo artístico do Tablao Torres Bermejas



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