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No Tour Hassan, em Rabat (foto de Wagner Cosse) |
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Reproduzo novamente o mapa (abaixo), para que você acompanhe a trajetória da viagem
Chuva em Marrocos! Estranho, principalmente depois de
enfrentarmos o deserto e tantas regiões reconhecidamente áridas. Mas choveu
quando estávamos ainda em Chefchaouen e, nesta nova etapa, ela nos acompanhou.
Claro que não eram chuvas torrenciais, como estamos acostumados nos verões
brasileiros. Lá, quando chove, é no inverno. E na temporada 2015/2016, ela veio
em pouca quantidade. Por isso, não me estressei. Agradeci a Deus, ou melhor, a
Alah, a bem aventurança. Água sempre traz alegria.
O circuito desta postagem perpassa por duas das maiores
cidades marroquinas. Rabat, a capital, com 2,5 milhões de habitantes; e
Casablanca, a mais importante cidade econômica do país, com mais de 4 milhões. Havíamos
(meu companheiro de viagem Wagner Cosse e eu) pernoitado no Riad El Maati e o
atencioso funcionário disse que havia reservado para nós a melhor suíte, com
direito a um mezanino. Dormimos feito pedras!
Após o café da manhã, o motorista Ahmed nos levou até o
guia que iria nos acompanhar no passeio em Rabat. Youssef foi, ao lado de Réba,
na casbá Amridil, o mais bem preparado guia que encontramos em Marrocos. Respondeu
a todas as perguntas, sempre com informações que sempre aguçava a nossa
curiosidade e nos explicou alguns detalhes da história do país com muita
clareza.
Visitamos vários pontos de Rabat que nos fizeram
acreditar que ela talvez seja uma das mais belas e organizadas cidades do país.
Foi, talvez, a maior surpresa da viagem. Como capital, é uma cidade imperial,
cheia de palácios, fortalezas e avenidas largas e bem iluminadas, num confronto
harmônico entre o antigo e o contemporâneo. Além disso, ela está localizada à
beira mar, separada por um rio da também histórica Salé.
Começamos pela medina, que atualmente é um bairro
tranquilo, habitado, em grande parte, por estrangeiros, que compraram as casas
(dar ou riads) e os transformaram em residências, hotéis, pousadas, cafés,
lojas de artesanato ou restaurantes. Em seguida, fomos para a Casbá Les Oudaias,
onde se encontram belíssimas muralhas e um jardim andaluz de tirar o fôlego.
Daqui se avistam o porto, o rio e o oceano Atlântico.
Mais tarde, conhecemos o Palácio Real, onde vive o atual
rei, Mohammed VI. O local é muito bonito, mas não é tão impressionante como
acreditávamos que seria. Como não é permitido entrar em suas dependências, aproveitamos
para registrar a parte externa, em especial os guardas, com suas fardas
diferenciadas. A chuva atrapalhou um pouco, impedindo que ficássemos mais tempo
no local.
Para terminar a visita a Rabat, fizemos o Tour Hassan, a
principal atração turística da capital. Ali situa-se o Mausoléu de Mohammed V e
de Hassan II, avó e pai do rei. O lugar é patrulhado pela guarda imperial, com
seus belos trajes vermelhos. Alguns deles eram garbosos cavaleiros. O mausoléu
é um edifício rebuscado, de elevada artesania, e está inserido no complexo da
Grande Mesquita Samarra. O templo religioso iniciado no século XVIII, pretendia
ser a maior mesquita do mundo. Problemas políticos e geológicos (o terremoto de
1775, que também destruiu Lisboa) acabaram transformando o local em uma obra
inacabada. O minarete, inspirado na Giralda (de Sevilha) e na Koutoubia (de
Marrakesh) ficou na metade do caminho. No entanto, as ruínas constituem em uma
paisagem de grande beleza. O piso de mármore, molhado pela chuva, refletia as
colunas destruídas. Só sobreviveram aquelas que foram retiradas de Volubilia
para sustentar o prédio.
Saímos de Rabat em direção a Casablanca. Esqueça todo o
glamour do filme. Trata-se de uma megalópole cosmopolita com todos os problemas
ligados a uma grande cidade, como trânsito caótico e favelas. Pouco sobrou dos
antigos prédios históricos, mas é possível reconhecer edifícios art déco
construídos pelos franceses no início do século XX. Ali também há praia e foi
agradável almoçar próximo a um calçadão, vendo o movimento do mar. Um refresco
que, às vezes, sinto falta em Belo Horizonte, uma cidade das montanhas.
A grande atração de Casablanca é a Mesquita Hassan II, a
maior do país e uma das maiores do mundo. Inaugurada em 1993, ela comporta 25
mil fiéis na parte interna, além de 80 mil nos pátios e praças próximas.
Tentamos chegar a tempo para uma visita guiada, mas não conseguimos. Por isso,
tivemos que contentar com a parte externa. A torre é gigantesca, com 210m de altura.
É o maior minarete do mundo. As paredes e os pisos são cobertos de mármore e
trazem lindos arabescos coloridos. Outro atrativo é que ela fica à beira mar,
com uma deslumbrante vista do oceano e do calçadão de Casablanca. O local é um
centro constante de peregrinação.
O dia chega ao fim e preparamos para continuar a jornada
para duas lindas cidades praieiras de Marrocos, que vamos conhecer na próxima
postagem: El Jadida e Essaouira. Por enquanto, apreciem as fotos e deixem que a
imaginação embale todas as fantasias. Confesso que está difícil de acordar
deste sonho!
Fotos de Thelmo Lins e Wagner
Cosse
Rabat
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Riad em Rabat: um charme |
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Riad: mezanino no quarto |
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Entrada da casbá Les Oudaias |
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Les Oudaias |
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Medina |
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Com Wagner nas ruelas da medina de Rabat |
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Vista do rio Bou Regreg |
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Porto de Rabat |
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Café em Les Oudaias |
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Jardim andaluz |
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Jardim andaluz |
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Wagner na entrada de Les Oudaias |
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Palácio real de Rabat |
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Porta principal do palácio |
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Guardas imperiais |
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Mesquita do palácio |
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Homem com traje típico de vendedor de água |
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Guarda real |
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Tour Hassan |
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Detalhe do edifício da Tour Hassan |
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Mausoléu dos reis marroquinos (parte interna) |
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Fachada do mausoléu |
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Guia Youssef e Wagner: qualidade das informações |
Casablanca
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Grande mesquita Hassan II |
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Calçadão de Casablanca |
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A mesquita e o mar |