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segunda-feira, 14 de março de 2016

Marrocos Parte 5 - Rabat e Casablanca, as maiores cidades marroquinas

No Tour Hassan, em Rabat (foto de Wagner Cosse)
Clique nas fotos para ampliá-las

Reproduzo novamente o mapa (abaixo), para que você acompanhe a trajetória da viagem



            Chuva em Marrocos! Estranho, principalmente depois de enfrentarmos o deserto e tantas regiões reconhecidamente áridas. Mas choveu quando estávamos ainda em Chefchaouen e, nesta nova etapa, ela nos acompanhou. Claro que não eram chuvas torrenciais, como estamos acostumados nos verões brasileiros. Lá, quando chove, é no inverno. E na temporada 2015/2016, ela veio em pouca quantidade. Por isso, não me estressei. Agradeci a Deus, ou melhor, a Alah, a bem aventurança. Água sempre traz alegria.
            O circuito desta postagem perpassa por duas das maiores cidades marroquinas. Rabat, a capital, com 2,5 milhões de habitantes; e Casablanca, a mais importante cidade econômica do país, com mais de 4 milhões. Havíamos (meu companheiro de viagem Wagner Cosse e eu) pernoitado no Riad El Maati e o atencioso funcionário disse que havia reservado para nós a melhor suíte, com direito a um mezanino. Dormimos feito pedras!
            Após o café da manhã, o motorista Ahmed nos levou até o guia que iria nos acompanhar no passeio em Rabat. Youssef foi, ao lado de Réba, na casbá Amridil, o mais bem preparado guia que encontramos em Marrocos. Respondeu a todas as perguntas, sempre com informações que sempre aguçava a nossa curiosidade e nos explicou alguns detalhes da história do país com muita clareza.
            Visitamos vários pontos de Rabat que nos fizeram acreditar que ela talvez seja uma das mais belas e organizadas cidades do país. Foi, talvez, a maior surpresa da viagem. Como capital, é uma cidade imperial, cheia de palácios, fortalezas e avenidas largas e bem iluminadas, num confronto harmônico entre o antigo e o contemporâneo. Além disso, ela está localizada à beira mar, separada por um rio da também histórica Salé.
            Começamos pela medina, que atualmente é um bairro tranquilo, habitado, em grande parte, por estrangeiros, que compraram as casas (dar ou riads) e os transformaram em residências, hotéis, pousadas, cafés, lojas de artesanato ou restaurantes. Em seguida, fomos para a Casbá Les Oudaias, onde se encontram belíssimas muralhas e um jardim andaluz de tirar o fôlego. Daqui se avistam o porto, o rio e o oceano Atlântico.
            Mais tarde, conhecemos o Palácio Real, onde vive o atual rei, Mohammed VI. O local é muito bonito, mas não é tão impressionante como acreditávamos que seria. Como não é permitido entrar em suas dependências, aproveitamos para registrar a parte externa, em especial os guardas, com suas fardas diferenciadas. A chuva atrapalhou um pouco, impedindo que ficássemos mais tempo no local.
            Para terminar a visita a Rabat, fizemos o Tour Hassan, a principal atração turística da capital. Ali situa-se o Mausoléu de Mohammed V e de Hassan II, avó e pai do rei. O lugar é patrulhado pela guarda imperial, com seus belos trajes vermelhos. Alguns deles eram garbosos cavaleiros. O mausoléu é um edifício rebuscado, de elevada artesania, e está inserido no complexo da Grande Mesquita Samarra. O templo religioso iniciado no século XVIII, pretendia ser a maior mesquita do mundo. Problemas políticos e geológicos (o terremoto de 1775, que também destruiu Lisboa) acabaram transformando o local em uma obra inacabada. O minarete, inspirado na Giralda (de Sevilha) e na Koutoubia (de Marrakesh) ficou na metade do caminho. No entanto, as ruínas constituem em uma paisagem de grande beleza. O piso de mármore, molhado pela chuva, refletia as colunas destruídas. Só sobreviveram aquelas que foram retiradas de Volubilia para sustentar o prédio.
            Saímos de Rabat em direção a Casablanca. Esqueça todo o glamour do filme. Trata-se de uma megalópole cosmopolita com todos os problemas ligados a uma grande cidade, como trânsito caótico e favelas. Pouco sobrou dos antigos prédios históricos, mas é possível reconhecer edifícios art déco construídos pelos franceses no início do século XX. Ali também há praia e foi agradável almoçar próximo a um calçadão, vendo o movimento do mar. Um refresco que, às vezes, sinto falta em Belo Horizonte, uma cidade das montanhas.
            A grande atração de Casablanca é a Mesquita Hassan II, a maior do país e uma das maiores do mundo. Inaugurada em 1993, ela comporta 25 mil fiéis na parte interna, além de 80 mil nos pátios e praças próximas. Tentamos chegar a tempo para uma visita guiada, mas não conseguimos. Por isso, tivemos que contentar com a parte externa. A torre é gigantesca, com 210m de altura. É o maior minarete do mundo. As paredes e os pisos são cobertos de mármore e trazem lindos arabescos coloridos. Outro atrativo é que ela fica à beira mar, com uma deslumbrante vista do oceano e do calçadão de Casablanca. O local é um centro constante de peregrinação.
            O dia chega ao fim e preparamos para continuar a jornada para duas lindas cidades praieiras de Marrocos, que vamos conhecer na próxima postagem: El Jadida e Essaouira. Por enquanto, apreciem as fotos e deixem que a imaginação embale todas as fantasias. Confesso que está difícil de acordar deste sonho!


Fotos de Thelmo Lins e Wagner Cosse


Rabat


Riad em Rabat: um charme

Riad: mezanino no quarto

Entrada da casbá Les Oudaias

Les Oudaias

Medina



Com Wagner nas ruelas da medina de Rabat



Vista do rio Bou Regreg


Porto de Rabat

Café em Les Oudaias

Jardim andaluz

Jardim andaluz

Wagner na entrada de Les Oudaias

Palácio real de Rabat

Porta principal do palácio

Guardas imperiais

Mesquita do palácio

Homem com traje típico de vendedor de água

Guarda real

Tour Hassan

Detalhe do edifício da Tour Hassan





Mausoléu dos reis marroquinos (parte interna)

Fachada do mausoléu



Guia Youssef e Wagner: qualidade das informações

Casablanca


Grande mesquita Hassan II














Calçadão de Casablanca

A mesquita e o mar

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