Com Regina, Vinicius, Conceição em frente ao Café Tortoni (foto de WC) |
A maioria das fotos são de Thelmo Lins.
Outros créditos:
Wagner Cosse (WC) e Vinicius Cosse (VC)
Há casos de autores não identificados, como garçons, transeuntes e outros, que fizeram o registro a pedido do autor deste blog.
Do
dia 28 de dezembro de 2017 a 03 de janeiro de 2018, estive em Buenos Aires,
capital de Argentina, com um grupo de amigos formado por por três membros da
família Cosse – Conceição e seus dois filhos Vinicius e Wagner – e Regina
Paulino. É a segunda vez que visito a cidade portenha. A primeira vez aconteceu
em 2004.
Desta
vez, voltei a vários lugares que já havia visitado, para poder apresentá-los
aos meus companheiros de viagem, e me propus a conhecer outros locais. Para
facilitar a leitura, divido o tema em três postagens. Nesta primeira, o assunto
vai girar em torno da Avenida e da Praça de Mayo e seus arredores, da Rua
Florida e do concerto que assistimos no Parque Centenário.
Na
segunda postagem, abordarei o passeio pelo Bus Turístico, Caminito, a Flor de
Metal, a Feira de San Telmo e o show de Reveillon no Señor Tango.
Por
fim, descreverei minha experiência na Avenida 9 de Julho, nas cercanias do
Teatro Colón, Recoleta e no Museu Evita. Espero que apreciem.
Nesta
viagem, fomos ao céu e ao inferno em relação aos humores dos portenhos. Já viu
garçom mal humorado, que nem olha para sua cara? Motorista de taxi que quer lhe
ver pelas costas? Atendentes estúpidos? Pois assim fomos tratados no primeiro
dia em que estivemos em Buenos Aires (21 de dezembro), antes de visitarmos o Uruguai.
Diferentemente os brasileiros, os argentinos são menos efusivos e menos
calorosos.
Já
estávamos pensando em como reagiríamos se isso continuasse na temporada de 28
de dezembro a 03 de janeiro. Felizmente, as pessoas mudaram, os gênios mudaram
e as caras fechadas se abriram em sorrisos. Acho que o grande número de
conterrâneos que estão visitando a cidade (e até salvando o turismo local)
estão deixando os corações portenhos mais amolecidos.
A
chegada a Buenos Aires foi tumultuada. Nosso hotel (Mundial, duas estrelas) fica
na Avenida de Mayo, perto da Congresso Nacional. Chegamos à cidade no horário
do almoço, quando um ônibus explodia em chamas e deixava o trânsito completamente
congestionado. Pensamos logo que pudesse ser algum atentado político, mas não
passou de defeito mecânico. Ainda assim, assustador.
Nas
ruas, em especial próximo ao nosso hotel, que ficava na região do Congresso,
havia muitos cartazes e até um grafite com imagens contra o atual presidente
argentino, o direitista Mauricio Macri. Fuera Macri! era um bordão tão comum
quanto o nosso Fora Temer! Em um determinado desenho, a figura do presidente
aparecia como uma marionete comandada pela grande água norte-americana.
Chegamos a presenciar uma pequena manifestação em pleno sábado à noite!
Voltando
ao nosso passeio, tiramos a primeira tarde para caminhar pela Avenida de Mayo.
De forte influência espanhola, sua arquitetura é marcada por palacetes dos idos
do século 19 ao início do século 20. De uma extremidade, como já citei, está o
Congresso. Da outra, a Casa Rosada, perfazendo um trecho de aproximadamente
dois quilômetros.
No
meio deste caminho, há o belo Palácio Barolo (do mesmo arquiteto do Palácio
Salvo, de Montevideo), uma infinidade de cafés (inclusive o emblemático Tortoni),
hotéis, livrarias e casas comerciais diversas. Entre o ponto em que estávamos
hospedados até a Praça de Mayo, tivemos que atravessar as 12 pistas da Avenida
9 de Julho, a principal artéria de Buenos Aires. A avenida é belíssima, com
muita arborização, praças, jardins e esculturas.
O
calor nos surpreendeu em Buenos Aires, com temperaturas que atingiam 33 graus
(no dia seguinte, teríamos 37 graus. Segundo informações locais, seria o dia
mais quente do verão.) Por isso, tivemos que caminhar com mais tranquilidade,
tomando muita água, para não sucumbirmos à alta temperatura. Felizmente, em boa
parte do trajeto havia os queridos plátanos para nos proporcionar as suas
sombras refrescantes.
Na
Praça de Mayo estão alguns dos principais prédios da cidade. Além da Casa
Rosada, que funciona como a sede da Presidência da República, ali estão o
Cabildo (antiga casa dos governadores), a Catedral Metropolitana, a sede do
Banco de La Nacion e outros edifícios emblemáticos. O local passa por uma
reforma completa, e não pudemos ver desta vez os seus belos jardins.
É
nessa praça que as mães e, posteriormente, avós de Mayo se reúnem para lembra
os desaparecidos dos golpes e ditaduras militares que assolaram o país (foram
nove, somente no século 20). O símbolo das mulheres é um lenço de cabeça.
A
Casa Rosada pode ser visitada. E há também um museu nas redondezas. A visita ao
prédio presidencial deve ser marcada com antecedência, pela internet. O outro
museu, mais histórico, é aberto ao público. Como Wagner e eu já conhecíamos os
acervos e o restante da turma não se interessou em fazer a visita, resolvemos
continuar a caminhada.
A
visita à Catedral Metropolitana tem vários objetivos. Um deles, é abrigar do
forte calor. O segundo é conhecer seu interior, com uma requintada decoração.
Por fim, entrar no local onde o cardeal Jorge
Mario Bergoglio celebrava as missas antes de se tornar o Papa Francisco, um dos
grandes orgulhos da Nação argentina. Na igreja também está a imagem da Virgem
de Luján, a padroeira da Argentina, do Uruguai e do Paraguai, e túmulo de San
Martin, libertador do país. Tivemos até o prazer de ver a troca da guarda
quando estávamos no interior do templo.
Depois
desse entreato religioso, fomos em direção da Rua Florida, uma das principais
ruas de compras de Buenos Aires, totalmente dedicada aos pedestres. Almoçamos
em um simpático restaurante local, servido por uma família supersimpática e nos
dirigimos em seguida para a Galeria Pacífico, um dos shoppings mais bonitos da
cidade. Como era de se esperar, ele estava enfeitado para as festividades de
Natal. Aliás, havia poucos lugares públicos enfeitados na capital portenha,
diferentemente do festival de luzes que conhecemos no Brasil. Portanto, nas
galerias, shoppings e lojas era onde podíamos apreciar esse tipo de decoração.
Notamos também que os enfeites eram “terceirizados”, uma vez que uma marca de
perfume aparecia em quase todos os objetos.
O
dia – tão repleto de programações – terminou de forma lúdica e emocionante.
Lemos no Clarín (jornal portenho) que haveria um concerto gratuito, no Parque
Centenário, com três tenores e a banda sinfônica de Buenos Aires. E para lá
fomos. O evento aconteceu numa espécie de concha acústica. O repertório era deslumbrante,
com ária de Puccini e outros compositores eruditos, e temas de Gardel e
Piazzola (inclusive o Adios, Nonino, uma de minhas canções favoritas). Quer
mais? Saímos de lá quase flutuando de felicidade.
É bom ressaltar que os preços em Buenos Aires estavam menos salgados do que os de Montevideo. Assim, o dinheiro na capital argentina parece render mais do que no Uruguai. Felizmente, para nós! Enfim,
era hora de descansar, pois Buenos Aires ainda teria muito para nos revelar.
Até a próxima postagem!
Fuera Macri!
Regina e Vinicius chegando a Buenos Aires por meio da estação do Buquebus (companhia de barcos) |
Conceição exibe a nota de 100 pesos, que homenageia Evita. Na ocasião em que estivemos em Buenos Aires, um real valia R$ 5,79 pesos |
Incêndio do ônibus perto de nosso hotel |
Avenida de Mayo e cercanias
Edifício Barolo |
Fonte da Av. 9 de Julho, com Vinicius, Wagner, Conceição e Regina |
Fachada do Café Tortoni |
Regina, que é bibiotecária, se emociona com um sebo em BA |
Fachada da Catedral Metropolitana |
Casa Rosada |
A City (região bancária de BA) vista da Praça de Mayo |
Cabildo |
Catedral Metropolitana
Troca de guardas do túmulo de San Martin |
Virgem de Luján |
Rua Florida e Galerias Pacífico
Galerias Pacífico |
Regina, Conceição e eu nos corredores da Galeria Pacífico (foto de WC) |
Confeitaria próxima do nosso hotel |
As famosas medialunas (croissant) |
Concerto no parque
A turma reunida para comemorar a viagem |