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Na Praça da Revolução, em frente à icônica imagem de Che Guevara |
Cuba
sempre esteve em meus sonhos de viagem. E, com certeza, havia muito expectativa
em relação a conhecer o país, por seu estilo de governo e pela resistência na
luta contra o gigante norte-americano. E recebi muitas notícias antes da
viagem. Boas e más. Algumas pessoas que falaram horrores do regime comunista e
ditatorial da ilha de Fidel Castro; outras que enalteciam a alternativa de
sobrevivência, com grandes avanços nas áreas de educação, esporte e saúde. Mas
nada se compara a ver com os próprios olhos.
A
chegada a Havana, depois de alguns dias de Cancun, não foi muito auspiciosa. O
voo faz uma conexão na Cidade do Panamá, aumentando a viagem em várias horas.
No entanto, o pior estava por vir. A nossa bagagem (minha e do meu companheiro
de viagem, Wagner Cosse) foi extraviada. Nessa hora, mesmo sabendo que a
situação poderia se resolver, senti um calafrio. Uma conhecida me contou que havia
passado vários dias de uma viagem a Cuba sem suas malas, obrigando-a a vestir
as mesmas e suadas peças de roupa que tinha no corpo, pois não encontrou nada
decente para comprar na ilha (mais tarde, vi que não é bem assim). Depois das
devidas reclamações, fomos avisados que a bagagem poderia vir no próximo voo,
mas só seria entregue no dia seguinte. E, finalmente, foi enviada ao nosso
hotel, para nosso alívio.
Outra
notícia quase abalou a tranquilidade da viagem. O cartão de débito que
utilizamos na viagem, por ser da bandeira Visa, e estar carregado de dólares
americanos, foi recusado no país. Devido ao embargo, todos os cartões dos EUA
foram suspensos, a não ser em situações bem particulares. E não foi o meu caso,
a princípio. Wagner, enfim, conseguiu sacar um dinheiro com seu cartão de
crédito, resolvendo parcialmente a questão. Ou seja, é preciso ter cuidado com
esse tipo de situação em Cuba ou a viagem pode se tornar um inferno. Mas, mesmo
assim, saberíamos que dali para diante, teríamos restrições financeiras, o que
nos causou algum constrangimento e menor poder de compra.
Aproveito
para falar do dinheiro usado no país. Parece uma história fantástica. Nas
compras cotidianas, por incrível que parece, são bem aceitos o dólar americano
e os “pesos convertibles”, que valem US$0,87. Além disso, existem os pesos
cubanos, cuja equiparação é de um dólar para 25 pesos. Este é somente possível
aos nativos. Os turistas têm acesso aos pesos convertidos. E tudo é
comercializado, para nós, nessa moeda, que é mais “poderosa” que o dólar. Ou
seja, haja calculadora para toda hora fazer a comparação com o nosso real, para
saber quando estamos pagando pelos diversos serviços ou objetos, desde uma
simples gorjeta (propina, na língua espanhola) a uma corrida de táxi. Ou seja, passamos
o primeiro dia em Havana nos adaptando à realidade financeira e econômica do
país.
Conhecemos
o nosso guia em Havana, Mario, que nos levou para conhecer vários pontos
turísticos da capital. Desta vez, ao contrário do México, a viagem seria
exclusiva para mim e para o Wagner. Começamos pela Praça da Revolução, onde
ficam os principais prédios do governo cubano. Ali está o mítico edifício com a
face de Che Guevara ao lado da bandeira do país; o Memorial José Marti, o maior
obelisco da cidade; o Teatro Nacional; ministérios e palácios federais. Ali que
Fidel Castro fazia seus discursos de sete horas de duração, nos áureos tempos
em que havia energia física e disposição para isso. E o povo ficava horas a fio
sob o sol abrasador da capital ouvindo o comandante.
Conhecemos
o cemitério Colón, um dos mais belos e maiores do mundo. Confesso que foi uma
visita impressionante, pois os túmulos são belíssimos. Dois dos mais marcantes,
para mim, foram a homenagem que o povo cubano fez ao Corpo de Bombeiros e a
morada final de La Milagrosa. Trata-se de uma jovem, Amélia, que morreu no
parto junto com seu filho recém-nascido, no início do século 20. Anos mais
tarde, dizem que , ao abrir o túmulo, seu corpo estava praticamente intacto – e
o bebê, no seu colo. Seu marido a velou por mais de 40 anos, transformando o
túmulo em um local de peregrinação, principalmente das mães que perderam seus
filhos ou que pedem um milagre à mulher ali enterrada. O jazigo de Amélia fica
constantemente coberto de flores e foram instaladas várias placas de pessoas
que acreditaram ter recebido uma graça pelas orações dedicadas a ela.
Visitamos,
ainda, a região do Capitólio, que está em restauração, como muitos edifícios na
área central de Havana, a Praça da Catedral, a Praça das Armas e o Paseo del
Prado. Fizemos uma parada na turística La Bodeguida del Medio, o lendário
restaurante frequentado e popularizado pelo escritor Ernest Hemingway, que
viveu em Cuba, e por centenas de celebridades. E, é claro, experimentamos o
famoso mojito, bebida preparada com rum, limão, açúcar, água e gelo. Delicioso!
Vi, lá, fotos de vários astros globais, como Gloria Pires e Claudia Abreu. A
novela Avenida Brasil está em cartaz atualmente na televisão local e faz um
grande sucesso.
Como
havíamos previsto, por fotos e até por leituras, muitos prédios do centro da
cidade estão caindo aos pedaços. Falta manutenção e, principalmente, recursos
para a sua restauração. Há vários prédios, como disse, em fase de reforma. Mas
Havana é quase toda composta de belíssimos edifícios, de várias épocas e
estilos. Restaurar tudo isso seria uma fortuna, o que não dispõe o país e sua
enfraquecida economia. Pode-se, na verdade, perceber que, mesmo com vários
escombros, os edifícios são de uma beleza ímpar. O que torna Havana, com
certeza, numa das cidades mais belas do mundo. E os cubanos ainda têm o mar,
belíssimas praças, o Malecón e, ainda, pores-do-sol de tirar o fôlego.
Para
completar a estadia em Havana, fomos conferir o super espetáculo do cabaré
Tropicana, um dos mais famosos do mundo. Famoso por seus números de dança e
shows artísticos, embalados pela excelente música cubana. Bailarinos com corpos
esculturais e uma infraestrutura de primeiríssimo mundo. Além de centenas de
figurinos e uma orquestra ao vivo.
E
partimos para Santiago de Cuba! Até mais.
Fotos de Thelmo Lins e Wagner Cosse.
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Túmulo dos bombeiros no cemitério de Havana |
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Capela principal do cemitério |
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Wagner junto ao túmulo de Amélia |
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Loja de bebidas |
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Charutos cubanos em exposição |
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Café em Havana |
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Wagner e eu com alguns dos símbolos do país |
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Vestido à maneira cubana |
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Wagner posa junto ao belíssimos carros antigos do centro de Havana |
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Transporte local |
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Capitólio: em restauração |
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Admirando um Chevrolet 1957 |
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A fortaleza De La Punta |
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Centro de Havana |
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Havana, vista da fortaleza |
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Praça das Armas |
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Exposição de livros permanente na Praça das Armas |
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Cubanas profissionais (com crachá e tudo): vivem de fazer fotos com os turistas |
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Banho para combater o calor de 35 graus |
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Calçamento de madeira na Praça das Armas |
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Prédios coloniais e neoclássicos na área central |
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Interior de restaurante |
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Cerveja local |
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Com Wagner, o guia Mário e o grupo musical Madera Buena |
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Catedral de Havana: dedicada a São Cristóvão |
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Santeria: leitura do futuro |
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Rua Empedrado, onde fica a tradicional La Bodeguita del Médio |
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La Bodeguida del Medio, tomando um mojito |
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Praça da Catedral |
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Interior da Catedral de São Cristóvão |
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Na torre da catedral |
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Estátua do Cristo, em Havana |
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Vista da fortaleza/castelo |
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Wagner na torre da catedral |
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Barman prepara mojito em La Bodeguita |
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Mojito |
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Centro de Havana |
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Luminárias |
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Vedado, visto da janela do hotel |
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No cabaré Tropicana |
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Fazendo pose de cubano no Tropicana |
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Cena do show |
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Cena do show |
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Bailarinos do Tropicana |
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Um das cantoras do espetáculo |
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Bailarina |
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Bailarinas do Tropicana |
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Bailarinos do Tropicana |
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Mulheres-lutre, no show do Tropicana |
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Gran finale do show |
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No Coco Taxi, em Havana |
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Teatro Nacional e Hotel Inglaterra, no centro histórico |
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Paseo del Prado |
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Paseo del Prado |
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Paseo del Prado |
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Parque Central |
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Estátua de José Marti no Parque Central |
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Entrada do suntuoso Museu de Belas Artes |
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Café do Museu de Belas Artes |
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Centro da cidade |
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Hotel Sevilha, em estilo mourisco |
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Museu da Revolução |
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Museu da Revolução |
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Museu da Revolução: estátuas de Cienfuegos e Che Guevara |
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Museu da Revolução: fotografias |
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Museu da Revolução: imagens |
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Malecón |
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Malecón |
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Malecón |
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Centro da cidade |
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Venda popular |
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Centro da cidade |
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Centro da cidade |
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Centro da cidade |
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Centro da cidade |
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Crianças cubanas |
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Engarrafamento de carros antigos |
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Museu de Belas Artes |
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Estacionamento |
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Restaurante paladar |
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Entrada do bairro chinês |
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Prédios da área central |
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Varandas |
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Cartaz com imagem de Fidel Castro |
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Obra de Alejandro Gomez, em exposição na galeria do hotel |