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domingo, 28 de junho de 2015

Bahia 3 - No Vale do Capão, visitando a Cachoeira da Fumaça

Cachoeira da Fumaça (foto Wagner Cosse)


          A internet não funciona bem em Lençóis. Agência bancária, somente a do Banco do Brasil. E, de vez em quando, acontecem aqueles assaltos que a deixam fechada por semanas. Aceitam-se pagamentos com cartões de crédito e débito, mas nem em todos os lugares. O lado bom é desvincular-se um pouco das redes sociais, e-mails e dos aplicativos do celular. Por isso, deliguei um pouco desse vício que nos consome de ficar plugado o tempo todo. E, assim, não postei as histórias desta viagem ao vivo, como costumo fazer.
Neste terceiro dia de viagem, com o sol já aparecendo timidamente, resolvemos enfrentar o desafio de conhecer a Cachoeira da Fumaça, a maior da Chapada Diamantina, com 380m de altura.
          Ela fica no Vale do Capão, a aproximadamente 70 km de Lençóis, onde estávamos hospedados. Além do trajeto de automóvel, teríamos que vencer mais 6 km a pé, em uma caminhada cheia de percalços. O início dela é a parte mais complicada, pois logo temos que enfrentar um paredão muito cansativo. E dá-lhe subidas e mais subidas. Uma verdadeira prova para conferir a resistência e a flexibilidade de nossas pernas e joelhos. Esta trilha, diga-se de passagem, é a mais curta e nos conduz à parte alta da cachoeira. Para chegar por baixo, onde está o poço, são necessários de três a quatro dias de caminhada.
Depois da subida íngreme, andamos por locais um pouco mais planos. Mas atravessamos área alagadas e até riachos. A paisagem se descortina e conseguimos ver todo o vale abaixo de nós, com as montanhas conhecidas como Três Irmãos.
Depois de algumas horas, chegamos ao ponto alto da Cachoeira da Fumaça. A vista é deslumbrante, mas a altura do abismo me provocou uma vertigem imediata. Alguns mais ousados chegavam à beira do chapadão. Só de vê-los, eu arrepiava. Um desses ousados, foi o Wagner, meu companheiro de viagem.
          O medo não me impediu de sacar algumas fotos. Por causa do período chuvoso que antecedeu à nossa visita, a cachoeira estava plena e alcançava o poço lá no fundo. E não se espalhava no ar, como prevê o seu nome. O resultado ficou muito bom. A nota negativa é que é impossível, nesse local, tomar um banho refrescante, depois da extenuante caminhada, com aquelas águas todas caindo em cima da gente.
Agora, é hora de voltar os mesmos 6 km. Já passava de três da tarde e teríamos que deixar o parque antes das 18h, pois eles não permitem que pessoas fiquem ali dentro durante a noite. E nós também não estávamos preparados para isso, pois não levamos lanternas nem agasalhos.
          Reservamos a noite para jantarmos em um restaurante do Vale do Capão. O lugarejo é muito charmoso.  Vale ressaltar, também, a beleza de Palmeira, sede do município a qual o vale está inserido. A praça principal é belíssima, com vários casarões preservados. Ficamos encantados!
        Nossos amigos – inclusive Wagner – ficaram interessados em retornar ao local, em outra ocasião, para fazer a trilha do Vale do Paty, que demora de cinco a seis dias, passando por lugares deslumbrantes. Planos para outra viagem.
       Ressalto, também, a preocupação com a pouca estrutura do Parque Nacional da Chapada Diamantina. Como é de hábito em outras áreas preservadas brasileiras, o local tem uma equipe muito pequena, sofre com a falta de recursos públicos e o descaso das autoridades. É mantido com o esforço de pessoas abnegadas que trabalham ali e cuidam dele com o carinho e a delicadeza que merece, considerando sua importância para a sustentabilidade da região. Afinal, ele é considerado a caixa d´água da Bahia. Alguns estudantes voluntários ficam no local contabilizando todos os visitantes, para convencer o governo federal de que vale a pena investir na região. Um dos argumentos para essa estrutura é a de que o turismo ainda é incipiente. Ma s somente a cachoeira recebe de 15 a 25 mil turistas anuais, mesmo com tantas dificuldades na trilha.
           Encerramos aqui esta etapa e retornamos em nova postagem, contando um pouco mais da experiência de conhecer a Chapada Diamantina, o principal destino de ecoturismo do Brasil.

Fotos de Thelmo Lins e Wagner Cosse.






Wagner na beira do abismo e o fotógrafo (eu) tendo vertigem...











Visão da cachoeira da parte de baixo (imagem copiada do escritório do parque nacional)

Vale do Capão





Palmeiras









Turnê Atacama/Uyuni Parte IV: Salar de Uyuni

  No bosque das bandeiras, atração do Salar de Uyuni Veja as fotos no final do texto Clique nas fotos para ampliá-las      Chegamos à última...