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No balcão de nosso hotel, no centro histórico de Cartagena, com Regina, Simone e Wagner |
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Esta postagem é a última etapa de
uma viagem à Colômbia, realizada no período de 4 a 19 de outubro de 2025. Ela
foi feita por mim, na companhia dos amigos Regina, Simone e Wagner.
Planejada com
muitos meses de antecedência, iniciamos nossa jornada em Belo Horizonte
(Brasil) e, depois de uma breve parada na Cidade do Panamá, descemos em Bogotá,
capital do país. De lá, alugamos um carro e rumamos para Zipaquirá, onde
conhecemos a Catedral de Sal, e depois para Ráquira, Villa de Leyva, Barichara,
Medellín e Guatapé. Devolvemos o carro no aeroporto de Medellín, de onde
pegamos um voo de aproximadamente uma hora para Cartagena.
Cartagena
Cartagena é uma das
joias da coroa do turismo colombiano. Fundada em 1533, a cidade antiga — toda
amuralhada — foi um dos principais portos para o transporte dos minerais
encontrados na América do Sul para a Espanha, como a prata de Potosí, por
exemplo.
Por isso, foi muito
atacada por navios de outras nações e por piratas. Era também uma zona de
tráfico de escravos provenientes da África. Devido aos ataques constantes, ali
foi construída a maior fortaleza espanhola fora da Espanha e os 11 km de
muralhas que circundam a cidade antiga.
Houve muitos
confrontos, mas Cartagena sobreviveu a todos eles e, por isso, carrega o título
de “Ciudad Heroica”.
Procurando Gabo
Por outro lado, é
também o local onde o grande escritor colombiano Gabriel García Márquez
(1927-2014), Gabo, viveu durante um período de sua vida e manteve uma residência.
Nessa cidade, ele escreveu algumas de suas obras mais importantes, como “O amor
nos tempos do cólera” (1985). O autor ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em
1982.
Procuramos o rastro
de GGM em Cartagena, mas não fomos bem-sucedidos. Havia, em alguns roteiros, o
denominado “Circuito Gabriel García Márquez”, mas não o encontramos na prática.
A casa onde ele vivia, atualmente administrada por sua família, estava fechada
ao público. Pelo que entendemos, ali havia um acervo aberto à visitação. Além
disso, nos indicaram outro local onde a cidade mantinha um acervo do escritor
que, para nossa tristeza, estava em reforma. Ou seja, ficamos sem conhecer essa
parte importante de Cartagena.
História e mar do Caribe
A maioria dos
turistas que visita a cidade está interessada em sua parte histórica, tombada
pela Unesco e bem conservada, ou nas praias, que se estendem pela parte mais
contemporânea, com altos edifícios que lembram uma pequena Dubai. As ilhas, por
sua vez, são muito procuradas, uma vez que Cartagena se encontra às margens do
Mar do Caribe, com suas águas belíssimas.
Como tínhamos
somente três dias, preferimos focar nas atrações históricas de Cartagena. Até
porque os passeios para as ilhas estavam com preços absurdos e nos tomariam um
dia completo da viagem. As praias da cidade não são recomendadas, pois a água
não é tão límpida quanto nas ilhas e há muita extorsão nos preços cobrados
pelos vendedores ambulantes. Lembro que Cartagena ainda é um porto importante
da Colômbia. E cidades portuárias geralmente não têm praias limpas.
Hospedamo-nos bem
no centro histórico, de onde poderíamos ir a pé aos principais pontos
turísticos. Cartagena é um show de cores. As ruas estreitas, ladeadas por
construções de dois ou três andares, têm belíssimos balcões de madeira
carregados de flores, como buganvílias, que enfeitam a cidade.
Os prédios
icônicos, como a matriz e a universidade, com suas torres imponentes, têm
colorações amareladas e avermelhadas e chamam a atenção de qualquer região da
cidade. Mesmo com algumas exceções, é proibido construir prédios altos nessa
parte antiga, o que preserva os contornos de como ela foi erguida ao longo dos
séculos.
Por isso, a melhor
atração de Cartagena é caminhar por essas ruelas, observando as fachadas das
casas e as vitrines das lojas. Há muitos restaurantes, hotéis, pousadas, lojas
de artesanato, museus, conventos e igrejas. Na Praça dos Coches, talvez a mais popular
da cidade, está a torre do relógio, que funciona como entrada oficial da cidade
histórica. A praça tem esse nome por ter sido o estacionamento das carruagens,
que hoje se transformaram em atrações turísticas. É possível alugá-las e
transitar pelas ruas, como antigamente.
A maior fortaleza
O Castelo de San
Felipe de Barajas é outra atração imperdível. Ao preço de um ingresso, é
possível visitá-lo em toda a sua extensão. Construído entre 1639 e 1657, ele é
a maior fortaleza espanhola fora da Espanha, citada no início deste texto.
Dependendo da época do ano, é bom fazer a visita no início da manhã ou no fim
da tarde, porque Cartagena é uma cidade muito quente, com um calor abafado.
Getsemaní
Getsemaní é outro
ponto atrativo de Cartagena. É também um bairro histórico, mas localizado fora
da cidade amuralhada, a poucos metros da torre do relógio. Antigamente, era
considerado o bairro pobre da cidade, onde viviam pessoas de menos posses e
ex-escravizados. Com o desenvolvimento do turismo, acabou sendo alçado e
transformado em um ponto de grande visitação, principalmente pelos mais jovens.
O bairro é marcado
pela arte pulsante nas ruas e nas galerias, pela vida noturna e pelas ruas
enfeitadas com bandeirinhas e outros adereços. Estive lá tanto no período
diurno quanto no noturno, para conferir a diferença. De dia, é mais tranquilo
para caminhar e observar a arquitetura e as manifestações artísticas. À noite,
é para curtir, beber, encontrar amigos e jogar conversa fora na Praça de la
Trinidad, a principal da região, onde fica a Igreja da Santíssima Trindade.
Getsemaní também é
composto por prédios históricos, com arquitetura colonial, e é bastante seguro
para se caminhar.
Palanqueiras e outros atrativos
É bom lembrar ainda
das palenqueiras. Com certeza, você vai encontrar várias delas, principalmente
nas principais praças de Cartagena. São mulheres, a maioria negras, vestidas
com trajes amarelos, vermelhos e azuis, cores da bandeira da Colômbia. Elas trazem
na cabeça uma bacia com várias frutas tropicais. Estas personagens, autênticas
representantes do local, atualmente servem como atração turística, prontas para
serem fotografadas ao lado do visitante, em troca de alguma gorjeta (ou
propina, como se diz na Colômbia).
Poderia citar
várias outras atrações, pois Cartagena tem muitas. Por exemplo, a feira de
doces na região da Praça do Relógio, dentre outras. É uma cidade muito
visitada, com turismo internacional. Por isso, também é bem mais cara que
outros lugares da Colômbia.
Infelizmente, há
também muita prostituição nas esquinas, principalmente à noite. Não posso dizer
com relação às drogas, porque não vivenciei a situação, mas também devem fazer
parte do “cardápio”, uma vez que o país tem essa fama. Como qualquer cidade de truismo
internacional, é bom ter cuidado com seus pertences e evitar cair em
pegadinhas. Afinal, Cartagena tem quase um milhão de habitantes, com um
histórico antigo de pirataria e outras maracutaias.
Pôr do sol na final da viagem
Enfim, chegamos ao
término desta viagem à Colômbia. Coroamos nossos últimos momentos com um
belíssimo pôr do sol nas muralhas de Cartagena, com a encantadora vista do Mar do
Caribe. Bem cedo, no dia seguinte, pegamos o avião de volta ao Brasil, repletos
de boas lembranças, muitas risadas, alguns perrengues e a sensação de termos
feito uma viagem maravilhosa, com amigos queridos e lugares fantásticos.
Viva a Colômbia!
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| Charmosos balcões de Cartagena |
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| Torre da universidade |
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| Torre do relógio |
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| Praça de São Pedro Claver |
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| Torre da matriz, avistada em vários pontos da cidade amuralhada |
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| Simone e Wagner em uma casa típica de Cartagena |
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| Teatro Heredia |
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| Wagner, Simone e Regina em um dos trechos da muralha |
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Praça dos Coches à noite
Getsemaní |
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