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sábado, 15 de novembro de 2025

Viagem à Colômbia - Parte VI - Medellín e Guatapé

 

Na Comuna 13, em Medellín, com Wagner, Simone e Regina
(foto de Dayana)


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Esta é a sexta postagem referente à viagem à Colômbia, realizada em outubro de 2025, na companhia dos amigos Regina, Simone e Wagner. Nos textos anteriores, relatei como foi o planejamento e descrevi a nossa experiência em Bogotá, capital do país, e em outras cidades, como Zipaquirá, Ráquira, Villa de Leyva e Barichara.

Fiz também um breve relato sobre nossa experiência pelas rodovias colombianas, já que alugamos um carro em Bogotá para conhecer mais profundamente o interior.

Agora chegamos a Medellín, segunda maior cidade da Colômbia e de grande relevância cultural. Ficaremos três dias na cidade e, antes de seguir para a etapa final da viagem — Cartagena — devolveremos ali o carro alugado.

A cidade tem aproximadamente 2,5 milhões de habitantes e está situada a 1.538 m de altitude. Ficamos impressionados com os enormes túneis das rodovias que dão acesso à cidade. Junto a eles, pedágios bastante caros, pagos igualmente por moradores e visitantes. Um deles, que liga o centro ao aeroporto, custou cerca de R$ 33,00.

Medellín é uma cidade essencialmente montanhosa, com relevo parecido com o de Belo Horizonte (MG), onde vivo. Como no Rio de Janeiro, os bairros mais pobres se espalham pelos morros, contornando boa parte do município.

Esse contraste entre riqueza e pobreza, tão familiar aos brasileiros, marcou profundamente a história da cidade. Foi aqui que Pablo Escobar (1949-1993) reinou por muitos anos. A população o vê com um misto de horror e admiração: um bandido cruel para uns; um ícone popular, ainda estampado em camisetas e souvenirs, para outros.

O narcotráfico dominou a economia local nos anos 1980 e 1990, especialmente sob o comando do cartel de Escobar. Enquanto isso, grupos como FARC, ELN e M19, considerados terroristas, ampliavam a instabilidade com constantes confrontos contra as forças do Estado.

Com o apoio dos EUA, a Colômbia iniciou uma luta armada contra narcotraficantes e grupos insurgentes. Muita gente inocente acabou envolvida, mas o processo levou à pacificação do país, especialmente de Medellín — um período que custou, segundo residentes, centenas de vidas, muitas delas encerradas sem identificação.

Nas últimas duas décadas, Medellín passou por uma profunda transformação. Urbanizou favelas, aprimorou o transporte público, reduziu a violência e levou esperança aos moradores. Tornou-se um referencial mundial de urbanismo, inspiração inclusive para cidades brasileiras, como o Rio de Janeiro.


Visita à Comuna 13

A Comuna 13, antigo epicentro de conflitos, tornou-se um dos maiores símbolos de renovação urbana de Medellín. Ao chegar, fomos abordados por guias locais credenciados, que oferecem visitas acompanhadas.

Nossa guia foi Dayana, 38 anos, nascida e criada na comunidade. Apesar da pouca idade, já é avó de uma menina de sete. Teve a filha na adolescência, quando se relacionou com um jovem envolvido (ou cooptado) pelo narcotráfico. Viveu intensamente os anos de conflito armado, mas reconstruiu sua vida, assim como sua comunidade. Hoje é guia profissional. Ficamos sabendo também que é viúva — seu marido morreu durante a pandemia de Covid-19, não por violência.

A Comuna 13 é hoje a comunidade mais urbanizada e turística de Medellín. Diversos programas sociais foram implementados ali: incentivo ao esporte, às artes, além da instalação de escadas rolantes e teleféricos que facilitaram o acesso às áreas mais altas. Há regras para uso dos equipamentos, preservando sua conservação.

O bairro é cheio de galerias de arte, lojas de artesanato, lanchonetes, mirantes e passarelas. E, acima de tudo, oferece segurança e uma vista privilegiada da cidade.

O sistema de teleférico, conectado ao metrô e a outros modais, é fantástico. O uso se dá por meio de um cartão abastecido em máquinas — como no Brasil. Para turistas, o percurso é uma espécie de passeio panorâmico, com longo trajeto e custo equivalente ao de uma lotação.


Medellín além da Comuna 13

Visitamos a Praça Botero, dedicada a Fernando Botero (1932-2023), o mais importante artista plástico colombiano. O local é ladeado por edifícios marcantes, como o Palácio da Cultura e o Museu Antioquia, e abriga 23 esculturas monumentais do artista, doadas em 2004. Entre elas: Mano, Gato, Mulher com fruta, Adão e Eva, Esfinge, Rapto de Europa, Maternidade e Cabeça.

Outro ponto imperdível é o Jardim Botânico Joaquín Antonio Uribe, com 14 hectares, cerca de 4.500 flores e 139 espécies de aves catalogadas. O espaço também abriga o Mariposário e o impressionante Orchideorama, cujo acesso é limitado em alguns dias. Felizmente, estava aberto quando fomos.

Visitamos o parque com uma guia bióloga, que apresentou de forma didática a rica biodiversidade local.

Perto dali está o Parque Explora, com o maior aquário de água doce da América do Sul. Pelo horário avançado — e por já conhecermos museus semelhantes — decidimos não entrar.


Bate-volta a Guatapé

Para completar nossa estadia na região, fizemos um bate-volta a Guatapé, a 70 km de Medellín.

O maior símbolo da cidade é a Piedra Del Peñol, uma formação rochosa de 220 m de altura, semelhante ao Pão de Açúcar. É possível chegar ao topo por 740 degraus, altura equivalente a um prédio de mais de 40 andares. A vista lá do alto é deslumbrante.

Entre 1972 e 1979, grande parte da área foi inundada pela construção de uma represa, alterando profundamente a dinâmica econômica e social de Guatapé. A nova paisagem transformou antigos povoados rurais em destinos turísticos.

Ao redor da Pedra, há artesanato, restaurantes, mirantes e áreas de lazer.

Mais adiante está o centro histórico, com cerca de 6.500 habitantes. Considero-o um dos lugarejos mais belos e coloridos que vi na Colômbia — um lugar que transmite uma espécie de alegria, mesmo em uma curta visita.

As casas ganharam novos contornos com o crescimento do turismo, transformando-se em hospedagens, lojas e cafés. Em suas fachadas estão os famosos “zócalos”, pequenos relevos ou pinturas que narram histórias locais. Eles se espalham charmosa e abundantemente por toda a cidade.

Além disso, Guatapé caprichou também em suas ruas, praças, fontes de água e até em alguns meios de transporte, que seguem o mesmo estilo colorido.


Retornando a Medellín, começamos a nos preparar para a última etapa desta viagem, que finalizará em Cartagena das Índias. Devolvemos o carro na locadora próxima ao aeroporto e seguimos de avião até o famoso balneário, que conheceremos mais profundamente na próxima postagem.

Até lá!




Comuna 13


Com Simone, Regina e Wagner na entrada da comunidade

Vestidos ao estilo local

Galeria de arte


Wagner pula corda com as crianças


Simone, Regina, Dayane e Wagner


Escadas rolantes

Mirantes

Vista de Medellín



No mirante, com Wagner, Simone e Regina

Rede de teleféricos

Região do nosso hotel em Medellín

Praça Botero

















Jardim Botânico





Mariposário







Algumas espécies do bosque





Orchideorama

Com Simone, Wagner e Regina no Orchideorama

Palácio da Cultura

No teleférico, com Wagner, Simone e Regina

No Orchideorama

Guatapé


Com Simone, Regina e Wagner na Piedra del Peñol

740 degraus

Vista

Wagner e a represa






Centro Histórico de Guatapé e os zócalos










Moto-taxi no estilo local




Prédios coloridos

Fonte colorida

Rua dos artesãos


Lustre de rua


Moto colorida



Igreja matriz

Com Simone e Regina


Loja de artesanato



Viagem à Colômbia - Parte VI - Medellín e Guatapé

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