terça-feira, 16 de outubro de 2018

Os encantos de Belo Vale

No distrito de Boa Morte, em Belo Vale (foto de Wagner Cosse)

Fotos de Thelmo Lins e Wagner Cosse


Clique nas imagens para ampliá-las



            Nada como sair das pressões de uma grande metrópole, como Belo Horizonte, e apreciar a natureza. E, para isso, bastam cerca de 70 km, e se chega à Serra da Moeda, mais especificamente em Belo Vale.
            Estive lá em 2002, com amigos, para conhecer a belíssima Fazenda da Boa Esperança, monumento tombado pelo patrimônio cultural brasileiro. Aproveitamos para conhecer o Museu do Escravo e alguns edifícios da área central da cidade, como a Estação Ferroviária.
            Naquela época, a estação estava em ruínas, embora os trilhos ainda sirvam para o transporte do minério de ferro e outros produtos, por meio da Ferrovia do Aço. Dezesseis anos depois, a surpresa: a estação foi restaurada e a administração municipal planeja fazer o mesmo com todo o casario do entorno, que pertenceu um dia à Rede Ferroviária Federal. O local ficou muito agradável. E o prédio hoje abriga a Secretaria Municipal de Cultura. Pena que, aos domingos, bom dia para visitação, o edifício estava fechado.
            Andando um pouco mais, ali mesmo na área central, avistamos a matriz (em restauro), o prédio onde funciona o Museu do Escravo e algumas casas antigas com razoável grau de conservação. Datada de 1764, a Matriz de Belo Vale há muito não acolhe cerimônias religiosas. A comunidade criou o grupo SOS Matriz para angariar fundos para sua restauração, que anda a passos lentos.
A construção de um viaduto (muito feio por sinal) bem no meio da cidade, fez uma confusão na questão urbana, embora – acredito – tenha facilitado a vida dos motoristas.
Os grandes atrativos de Belo Vale estão na zona rural. Como acessamos a cidade pela BR-040, o primeiro ponto de visitação foi o distrito de Boa Morte (cerca de 5 km do centro, em estrada asfaltada). A igreja matriz foi restaurada há pouco tempo e está localizada em um local esplêndido, marcado por uma vegetação exuberante e uma praça aconchegante. O lugarejo é um antigo quilombo. Infelizmente o templo também estava fechado, mas pode-se acessar à imagens de seu interior por meio da internet.
Já um pouco mais afastado do centro, cerca de 9 km, na estrada para Moeda (parte dela em terra batida), vê-se a Igreja de Santana, o mais antigo templo do município. Na fachada, que foi reformada com muito desleixo, é destacada a data de 1735. Mas acredita-se que ela seja ainda mais antiga. O distrito de Santana do Paraopeba é considerado um dos vilarejos mais antigos de Minas Gerais, fundado por bandeirantes no século 17. Não conseguimos entrar na igreja, que fica em um bonito largo, ladeado por frondosas árvores. Mas dali se tem uma bela vista das montanhas que circundam Belo Vale, numa imensidão de tons que vão do verde escuro ao azul mais claro.
Outra visita imperdível é a Fazenda da Boa Esperança (3 km do centro, por estrada de terra). Como disse anteriormente, eu já a conhecia. Mas, desta vez, achei-a mais bela e mais bem conservada. Talvez seja uma das fazendas mais bonitas de Minas ou do Brasil. Construída no século 18 e tombada como patrimônio nacional em 1959, ela foi revitalizada recentemente pelo projeto Refazenda, parceria entre o governo estadual, Iepha e Instituto Inhotim.
Desde que a conheço, ela não tem mobiliário. Somente um sem fim de cômodos e varandas, além de uma linda capela. Na parte lateral, existe um antigo engenho, segundo informações do guia local. As árvores são outro atrativo à parte. Nesta época do ano, na primavera, as folhas estavam arroxeadas, criando um ambiente de grande beleza.
Há várias cachoeiras na região de Belo Vale. Sua área rural é mais valorizada que a parte central, por isso as melhores pousadas estão lá. Como também, alguns restaurantes de beira de estrada, com boa comida e um visual encantador.
Falta à cidade um bom café ou lanchonete, que sirva a culinária regional e que se possa parar para descansar e observar o movimento das ruas.
Visitei Belo Vale em um bate-e-volta, retornando à noite para Belo Horizonte. Mas fiquei com vontade de passar ali mais alguns dias, para poder curtir com mais vagar os seus encantos. Com certeza, devem ter muitos ainda não revelados para mim.
Até o próximo passeio!


Confira no link abaixo mais informações sobre os templos históricos de Belo Vale: https://globoplay.globo.com/v/6967520/


Cachoeira do Mascate: fácil acesso



Boa Morte



Cemitério local


Igreja de N.Sra. Boa Morte: restaurada




Interior da igreja (foto Iepha)

Santana do Paraopeba

Igreja de Santana (foto internet)




Detalhe da porta lateral da igreja



Fazenda da Boa Esperança













Estação Ferroviária e centro histórico de Belo Vale




Foto da estação em 2002






Igreja matriz e Museu do Escravo (esquerda)


Edifício restaurada

Foto de 2002


quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Conheça o Centro Histórico de Itabirito, em Minas Gerais

Thelmo Lins na varanda de um dos casarões da Rua do Rosário


Clique aqui e assista ao video na íntegra: https://www.youtube.com/watch?v=0FIsMMPTAj0


Foto e imagens de Thelmo Lins e Fábio Antunes

Itabirito é a cidade onde eu nasci. Por isso, a escolhi para a criação do primeiro vídeo de viagens do projeto Descobertas do Thelmo. Trata-se do trabalho final desenvolvido para o curso de Produção e Edição de Vídeo Sesiminas/Studio 3, realizado em Belo Horizonte, capital mineira, em setembro de 2018. O projeto foi desenvolvido em parceria com Fábio Antunes, que também foi responsável pela codireção e pela coedição do material.
A proposta deste vídeo é tratar do tão pouco conhecido Centro Histórico da de Itabirito, cidade que fica a meio caminho entre Belo Horizonte (55 quilômetros) e Ouro Preto (40 quilômetros), na região central de Minas Gerais.
            O núcleo urbano começou no século 18. A matriz da Boa Viagem, a mais antiga do município, foi construída entre 1710 e 1720. Ela traz características do Barroco e do Rococó. No teto, uma rara pintura da Ave Maria.
            No entorno da igreja, estão os mais antigos casarões da cidade e a sua parte histórica. Um pouco acima, onde antigamente era a Rua Direita, está a Igreja do Rosário. É a única da cidade tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional (Iphan). Embora tenha passado por várias restaurações, a igreja mantém sua beleza. Seu adro é o único que restou, atestando como eram edificados os templos da cidade.
            Fechando o conjunto histórico, está a Igreja do Bom Jesus do Matozinhos, de 1765, no bairro de mesmo nome. Embora bem pequena, é muito encantadora. Graças, principalmente, à sua pintura extraordinária, onde até os anjinhos se vestem como se estivessem na corte francesa daquela época.
            Foi a descoberta do ouro que proporcionou tanto luxo para a antiga Itabira do Campo, como Itabirito era chamada antes de sua emancipação, em 1923. Mas sua principal mina desabou em 1844, deixando a população com sérios problemas econômicos e sociais. Vestígios do antigo local que abrigava a mina hoje fazem parte da Estação Ecológica de Aredes, projeto museológico patrocinado por uma empresa mineradora.
            O ciclo econômico de Itabirito só mudou no final do século 19, com a implantação da malha ferroviária. A estação, de 1888, ainda está de pé e é um dos pontos mais interessantes da cidade. Ao seu redor há uma praça e alguns equipamentos culturais, como a biblioteca municipal. Pretende se instalar ali um museu dedicado ao ex-jogador e técnico da Seleção Brasileira, Telê Santana, seu filho mais ilustre.
            Os trilhos não existem mais. Por uma infeliz (na minha opinião) decisão da administração municipal, eles foram arrancados para a construção de uma avenida.
            O ponto principal da virada econômica de Itabirito foi a fundação da Usina Esperança, de 1889, que continua ativa. Um dos primeiros fornos siderúrgicos da América Latina ainda está lá, mas funciona apenas como um monumento.
            As belas montanhas que integram o município podem ser avistadas do Alto do Cristo, o principal mirante da cidade. Ali se contempla uma boa parte do território itabiritense e nota-se seu acelerado crescimento, muitas vezes desordenado.
            Itabirito tem muitos hotéis e pousadas. Inclusive um spa. É possível encontrar seus endereços no site da Prefeitura Municipal. Para quem mora na região, talvez o melhor seja passar um fim de semana, podendo apreciar tanto os aspectos históricos quanto naturais. Há também belos distritos, que falaremos numa próxima ocasião.
            Espero que tenham gostado desta dica. Visitem o blog www.descobertasdothelmo.blogspot.com.br e acompanhem minhas viagens ao redor do mundo.
            Grande abraço!
           
           

Turnê Atacama/Uyuni Parte IV: Salar de Uyuni

  No bosque das bandeiras, atração do Salar de Uyuni Veja as fotos no final do texto Clique nas fotos para ampliá-las      Chegamos à última...