No distrito de Boa Morte, em Belo Vale (foto de Wagner Cosse) |
Fotos de Thelmo Lins e Wagner Cosse
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Nada
como sair das pressões de uma grande metrópole, como Belo Horizonte, e
apreciar a natureza. E, para isso, bastam cerca de 70 km, e se chega à Serra da
Moeda, mais especificamente em Belo Vale.
Estive
lá em 2002, com amigos, para conhecer a belíssima Fazenda da Boa Esperança,
monumento tombado pelo patrimônio cultural brasileiro. Aproveitamos para conhecer
o Museu do Escravo e alguns edifícios da área central da cidade, como a Estação
Ferroviária.
Naquela
época, a estação estava em ruínas, embora os trilhos ainda sirvam para o
transporte do minério de ferro e outros produtos, por meio da Ferrovia do Aço.
Dezesseis anos depois, a surpresa: a estação foi restaurada e a administração
municipal planeja fazer o mesmo com todo o casario do entorno, que pertenceu um
dia à Rede Ferroviária Federal. O local ficou muito agradável. E o prédio hoje
abriga a Secretaria Municipal de Cultura. Pena que, aos domingos, bom dia para
visitação, o edifício estava fechado.
Andando
um pouco mais, ali mesmo na área central, avistamos a matriz (em restauro), o
prédio onde funciona o Museu do Escravo e algumas casas antigas com razoável
grau de conservação. Datada de 1764, a Matriz de Belo Vale há muito não acolhe
cerimônias religiosas. A comunidade criou o grupo SOS Matriz para angariar
fundos para sua restauração, que anda a passos lentos.
A construção
de um viaduto (muito feio por sinal) bem no meio da cidade, fez uma confusão na
questão urbana, embora – acredito – tenha facilitado a vida dos motoristas.
Os grandes
atrativos de Belo Vale estão na zona rural. Como acessamos a cidade pela
BR-040, o primeiro ponto de visitação foi o distrito de Boa Morte (cerca de 5
km do centro, em estrada asfaltada). A igreja matriz foi restaurada há pouco
tempo e está localizada em um local esplêndido, marcado por uma vegetação exuberante
e uma praça aconchegante. O lugarejo é um antigo quilombo. Infelizmente o
templo também estava fechado, mas pode-se acessar à imagens de seu interior por
meio da internet.
Já um pouco
mais afastado do centro, cerca de 9 km, na estrada para Moeda (parte dela em
terra batida), vê-se a Igreja de Santana, o mais antigo templo do município. Na
fachada, que foi reformada com muito desleixo, é destacada a data de 1735. Mas
acredita-se que ela seja ainda mais antiga. O distrito de Santana do Paraopeba
é considerado um dos vilarejos mais antigos de Minas Gerais, fundado por
bandeirantes no século 17. Não conseguimos entrar na igreja, que fica em um
bonito largo, ladeado por frondosas árvores. Mas dali se tem uma bela vista das
montanhas que circundam Belo Vale, numa imensidão de tons que vão do verde
escuro ao azul mais claro.
Outra visita
imperdível é a Fazenda da Boa Esperança (3 km do centro, por estrada de terra).
Como disse anteriormente, eu já a conhecia. Mas, desta vez, achei-a mais bela e
mais bem conservada. Talvez seja uma das fazendas mais bonitas de Minas ou do
Brasil. Construída no século 18 e tombada como patrimônio nacional em 1959, ela
foi revitalizada recentemente pelo projeto Refazenda, parceria entre o governo
estadual, Iepha e Instituto Inhotim.
Desde que a
conheço, ela não tem mobiliário. Somente um sem fim de cômodos e varandas, além
de uma linda capela. Na parte lateral, existe um antigo engenho, segundo informações
do guia local. As árvores são outro atrativo à parte. Nesta época do ano, na
primavera, as folhas estavam arroxeadas, criando um ambiente de grande beleza.
Há várias
cachoeiras na região de Belo Vale. Sua área rural é mais valorizada que a parte
central, por isso as melhores pousadas estão lá. Como também, alguns
restaurantes de beira de estrada, com boa comida e um visual encantador.
Falta à
cidade um bom café ou lanchonete, que sirva a culinária regional e que se possa
parar para descansar e observar o movimento das ruas.
Visitei Belo
Vale em um bate-e-volta, retornando à noite para Belo Horizonte. Mas fiquei com
vontade de passar ali mais alguns dias, para poder curtir com mais vagar os
seus encantos. Com certeza, devem ter muitos ainda não revelados para mim.
Até o
próximo passeio!
Confira no link abaixo mais informações sobre
os templos históricos de Belo Vale: https://globoplay.globo.com/v/6967520/
Cachoeira do Mascate: fácil acesso |
Boa Morte
Cemitério local |
Igreja de N.Sra. Boa Morte: restaurada |
Interior da igreja (foto Iepha) |
Santana do Paraopeba
Igreja de Santana (foto internet) |
Detalhe da porta lateral da igreja |
Fazenda da Boa Esperança
Estação Ferroviária e centro histórico de Belo Vale
Foto da estação em 2002 |
Igreja matriz e Museu do Escravo (esquerda) |
Edifício restaurada |
Foto de 2002 |
Parabéns 👏 Belas fotos de Belo Vale.
ResponderExcluirAgradecido pelo carinho. Grande abraço
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