domingo, 9 de novembro de 2025

Viagem à Colômbia - Parte III - Museus imperdíveis de Bogotá e a surpreendente Catedral de Sal

 

Com Regina, Simone e a Mona Lisa, de Botero


Museus de Padrão Internacional

A capital colombiana tem vários museus de padrão internacional. Podem ser citados o Museu da Esmeralda, o Museu de Arte do Banco da República, a Casa da Moeda, o Museu Nacional, o Centro Cultural Gabriel García Márquez, entre outros. Mas os mais significativos e visitados são o Museu do Ouro e o Museu Botero.

 


 

Museu do Ouro: Um Tesouro Arqueológico

O Museu do Ouro (del Oro), de acordo com vários guias, é considerado o maior do mundo nesta categoria. Reúne mais de 30 mil peças, sendo que cerca de 5 mil estão em exposição. Grande parte do acervo foi encontrada em sítios arqueológicos espalhados pelo território colombiano, proveniente dos povos ancestrais que viveram entre os anos 500 e 1.000 d.C.

Chamam a atenção, principalmente, os adereços em ouro, como joias usadas pelos nobres daquela época. Muitos deles eram oferendas aos deuses e foram encontrados em locais de cerimônias funerárias. Pessoalmente, fiquei bastante encantado com uma espécie de brinquedo formado por vários patinhos que circundavam uma hipotética lagoa.

 Uma das principais obras do museu é uma pequena embarcação que retrata como os nobres eram transportados naquela época. A delicadeza e o detalhamento da peça exibem a maestria dos ourives da época.

O museu, inclusive, apresenta as várias técnicas empregadas ao longo dos séculos para lapidar o ouro e transformá-lo nos diversos objetos expostos no local.

 Outra notícia boa: o museu é gratuito para menores de 12 anos e maiores de 60.

 

Museu Botero: Um legado do maior artista colombiano

 Outro museu imperdível é o dedicado às obras de Fernando Botero (1932-2023), considerado o maior artista plástico da Colômbia. O Museu Botero é composto por 123 obras de autoria do próprio Botero e outras 85 obras de arte internacional, reunidas por ele em sua coleção particular. Todas as obras foram doadas pelo próprio artista, com a condição de que o Banco da República, guardião do acervo, concedesse gratuidade à visitação pública.

Botero ganhou fama internacional por suas figuras gordinhas, arredondadas, com formas avantajadas, carregadas de humor e drama. Neste museu estão expostas algumas de suas principais obras, como sua versão da “Mona Lisa”, o “Casal Dançando”, a “Família”, a “Colombiana”, a “Guerrilha de Eliseo Velázquez”, “Adão e Eva”, entre outras. Há, ainda, importantes esculturas em bronze e mármore.

Outra parte impressionante do acervo é a coleção de obras de grandes artistas internacionais, reunida por Botero ao longo de sua vida e também doada ao museu. Entre os artistas expostos estão Monet, Pissarro, Degas, Bonnard, Miró, Picasso, Klimt, Chagall e Matisse, para citar apenas alguns. São obras deslumbrantes e de grande relevância para o mundo da arte.

Fundado em 2000, o Museu Botero ocupa um edifício construído em 1955 como uma réplica contemporânea do antigo Palácio Arcebispal, erguido no mesmo terreno no início do século XVIII.

 


  

A Catedral de Sal de Zipaquirá

Aproveito esta postagem para mencionar outro local que vale a pena visitar nas cercanias de Bogotá: a Catedral de Sal, localizada no município de Zipaquirá, a cerca de 50 quilômetros da capital.

Os depósitos de sal das montanhas de Zipaquirá têm datação de aproximadamente 200 milhões de anos. Eles foram explorados ao longo dos séculos, e a extração ainda está longe do esgotamento. O local onde se formou a salina, no passado, era um oceano que cobria parte do que hoje é conhecido como Colômbia. Estudos indicam que o sal pode ser encontrado a até dois quilômetros de profundidade.

No início, o sal era recolhido somente na superfície. Com a chegada dos espanhóis, o processo de extração começou a se industrializar. Em 1816, a mina começou a ser cavada. Nos anos seguintes, a cidade de Zipaquirá tornou-se a mais importante do país, graças aos royalties oriundos do mineral.

Atualmente, a mina atinge quatro níveis. O mais antigo é onde está situada a catedral. A primeira igreja subterrânea surgiu ainda no século XIX. Com a desativação das outras áreas, o espaço foi ampliado e, atualmente, o visitante pode caminhar até 180 metros abaixo do nível da entrada principal.

Construída a partir de 1995, a nova catedral inclui a Via Crucis, a cúpula e as naves. Esculturas, trabalhos de entalhe e luzes de LED – entre outros adornos – transformaram o local em um ponto de grande atração turística. Tanto que, em votação realizada em 2007, a Catedral de Sal foi eleita a primeira maravilha da Colômbia.

O espaço conta ainda com cafeteria, loja de artesanato, espaço de eventos, trailers de lanches e até um trem interno que transporta os visitantes para fora da mina. É cobrado um ingresso para acessar as dependências, em valores que podem chegar a aproximadamente R$ 165,00 por pessoa (preços de novembro de 2025).

 


 

Próximos Destinos

Encerramos esta etapa da viagem. Agora, o próximo passo é a locação de um automóvel, que nos levará a algumas das mais belas cidades coloniais da Colômbia, como Villa de Leyva, Ráquira e Barichara. Até a próxima postagem.

 


quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Viagem à Colômbia - Parte II - Bogotá: primeiras impressões e encontros inesquecíveis

 

No bairro Candelária, em Bogotá, com Regina, Blanca
Wagner e Simone (foto de Jenny)

Confira as fotos no final do texto.
Clique nas fotos para ampliá-las


Nesta postagem, darei continuidade à viagem que estou realizando pela Colômbia, país latino-americano famoso por suas paisagens e belezas naturais.
Viajo acompanhado por Regina Paulino, Simone Monteiro e Wagner Cosse.


Chegada à capital colombiana

Depois da primeira postagem — em que contei sobre a preparação para a viagem e a parada na Cidade do Panamá —, chegamos enfim a Bogotá, a vibrante capital do país.

No tumultuado aeroporto, descobrimos que o Uber não é oficialmente liberado, embora amplamente usado pela população. As opções legalizadas são o táxi e o ônibus. Até entender isso, tivemos certa dificuldade para conseguir transporte.

Foi então que conhecemos Blanca, uma simpática senhora colombiana que aguardava o marido. Ela nos explicou a situação e, com enorme gentileza, convenceu o marido a nos levar até o hotel com toda a nossa bagagem.
Reforço: não nos conhecíamos até aquele instante!

Regina, por causa da questão do passaporte (leia a postagem anterior), viajou separadamente. Quando chegamos, ela já estava nos esperando no hotel.


Um jantar inesperado

O gentilíssimo casal Blanca e José não apenas nos levou até o hotel, como também nos convidou para jantar em um restaurante próximo.

Fizemos o check-in, deixamos as malas nos quartos, chamamos Regina e seguimos para o restaurante sugerido.

Não entrarei em detalhes sobre a conversa, mas essa experiência foi um prenúncio do que viveríamos ali com os colombianos: pessoas amáveis, solícitas e sempre dispostas a ajudar.
Se são assim sempre, não sabemos. Mas conosco foi exatamente assim durante toda a viagem.

E para completar, o casal é ligado às artes — ele, dramaturgo e diretor teatral; a filha, diretora de um centro cultural em Medellín. Conversa fluida, cultural e cheia de sintonia.


Hospedagem com alma artística

Ficamos hospedados no Hotel Museo San Moritz, na parte central de Bogotá.
O nome vem do fato de o proprietário ser um colecionador de arte, que espalhou obras por todos os cômodos — confortáveis, por sinal.
Entre os artistas expostos, havia até obras de Botero, de quem falaremos mais adiante.

O café da manhã era servido em uma cafeteria charmosa, datada da década de 1930, com forte atmosfera histórica e cultural. Um charme extra que apreciamos bastante!


O café da manhã colombiano

O café da manhã na Colômbia é bem diferente do brasileiro.
No Brasil, até os hotéis mais simples oferecem bufês com frutas, pães, bolos, sucos, iogurtes e café.
Na Colômbia, ele vem pronto: ovos revueltos (mexidos) ou tostadas? Sanduíche ou croissant? Café tinto (preto), com leite ou chocolate?

As frutas vêm em porções pequenas, e os sucos raramente são incluídos — quem quiser, paga à parte.
No começo, foi estranho, mas com o tempo nos acostumamos ao estilo local.


O clima e o guarda-chuva das cores da Colômbia

Outubro costuma ser um mês chuvoso na Colômbia.
Fomos preparados para isso, mas na prática, quase não choveu.
Apenas algumas pancadas esporádicas interromperam o céu azul.

Comprei até um belo guarda-chuva com as cores da Colômbia, que infelizmente tive de deixar por lá por conta do transporte aéreo.


Cerro de Monserrate: a beleza e o caos

No primeiro dia, amanhecemos com o tempo firme.
Como teríamos apenas três dias na capital, resolvemos visitar o Cerro de Monserrate, o principal mirante da cidade, localizado a 3.152 m de altitude.

Infelizmente, erramos em tudo.
Era domingo, dia de grande visitação, e coincidiu com um feriado escolar prolongado.
As filas estavam imensas — foram mais de quatro horas de espera ao todo.
Lá em cima, os restaurantes estavam lotados, e o cansaço foi inevitável.

Ainda assim, a vista de Bogotá é deslumbrante, e vale a visita.
Só recomendo: fuja do domingo e dos feriados. Vá durante a semana.

Apesar dos perrengues, o passeio rendeu boas risadas e memórias divertidas.


Centro histórico e arquitetura colonial

O centro histórico de Bogotá também merece ser explorado.
Embora não seja tão rico quanto o de Quito (Equador), conserva belos prédios e praças amplas.
É possível caminhar tranquilamente, pois as calçadas são largas e há várias lojas de artesanato com ótimas opções.

Visitamos a Praça Bolívar, onde ficam a Catedral de Bogotá, o Congresso Nacional e, a alguns metros, o Palácio do Governo, dentre outros importantes edifícios.
Ali perto estão também o Centro Cultural Gabriel García Márquez, o Museu do Ouro e o Museu Botero — temas da próxima postagem.

Outro ponto imperdível é o Santuário do Carmo. Estava fechado no dia em que fomos, mas sua fachada é belíssima.

Também visitamos a Igreja de São Francisco, a mais antiga da cidade, fundada no século XVI.
O altar, todo talhado em ouro, estava coberto por um pano — talvez por causa dos festejos de São Francisco, celebrado em 4 de outubro.


Reencontro com a “Rainha Blanca”

Uma das motivações da nossa viagem foi reencontrar nossa amiga Blanca (não a do aeroporto!).
A chamamos carinhosamente de Reina Blanca — a “Rainha Blanca”.

Wagner e eu a conhecemos durante uma viagem ao México, em 2014, quando ela viajava com o filho mais novo, Sergio, que atualmente mora na Austrália.

Desde que decidimos visitar a Colômbia, entramos em contato com ela, que vive em Bogotá.
Eu não a via desde aquela viagem, e o reencontro foi emocionante e muito festejado.


Candelaria: charme, cores e cultura

Blanca e sua filha Jenny passaram no hotel e fomos a pé até o bairro Candelaria, um dos lugares mais charmosos de Bogotá.
O bairro é conhecido por sua vida noturna vibrante, bares e cafés aconchegantes e muros coloridos cobertos de arte urbana.

Segundo Blanca, foi ali que nasceu a cidade, em agosto de 1538.
As casas ainda preservam o estilo colonial, e tanto a fonte quanto a Igreja da Candelaria dão nome ao bairro.

À noite, o local é uma explosão de luzes e cores, com ruas de pedra e pedestres circulando por todos os lados.
Para nós, foi a parte mais bela da capital colombiana, ainda mais especial pela companhia de Blanca e Jenny — e pelo carinho com que nos acolheram em nossas andanças.


Até a próxima parada

Finalizo aqui esta postagem, prometendo que, na próxima, vou me aprofundar sobre a visita aos museus de Bogotá e contar um pouco sobre sua gastronomia.

Até mais!


No letreiro de Bogotá

Crianças locais participam da foto

Na praça Bolívar, à frente da Catedral Metropolitana

Wagner, Regina e Simone na praça Bolívar

Simon e eu

Simone e Wagner pousam com "artistas" locais


Grupo musical em praça próxima ao nosso hotel

Cerro de Monterrate






Funicular


Filas gigantescas


Com o guarda-chuva colombiano, Pelé e Garcia Márquez


Igreja de São Francisco


Interior da Catedral Metropolitana


Fachada da catedral

Arredores da praça Bolívar







Santuário do Carmo


Candelária



Com Wagner, Jenny, Blanca, Simone e Regina



Bebendo a chichia, bebida típica compartilhada


Blanca, nossa querida amiga



Em uma enfeitada rua de Candelária

Igreja da Candelária



Fachada do Hotel Museo San Mortiz

Obras de arte encontradas no hotel





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