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Casa de Graciliano Ramos, em Palmeira dos Índios, fechada para visitação (foto de Wagner Cosse) |
Fotos de Thelmo Lins e Wagner Cosse
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Palmeira
dos Índios é um município do centro-norte de Alagoas, com aproximadamente 75
mil habitantes. Historicamente, foi uma das mais importantes cidades do Estado,
mas foi perdendo este status ao longo dos anos. Na região original onde o
município foi plantado havia inúmeras tribos indígenas, o que originou o seu nome.
Mas isso está no passado. O nosso
interesse em passar por Palmeira atende pelo nome de Graciliano Ramos, um dos
maiores escritores brasileiros e, com certeza, o maior nome das letras de
Alagoas. Apesar de ter nascido em Quebrangulo, cidade vizinha, Graciliano viveu
boa parte de sua vida em Palmeira dos Índios e foi o prefeito da cidade de 1928
a 1930.
A casa onde morou se transformou em
um museu. No entanto, apesar de ter sido realizada uma reforma no local, o
imóvel está fechado (segundo informações que tivemos lá) há uns dois anos. Ou
seja, frustração total.
Fora isso, há muito pouco para se
ver na cidade, além do museu municipal, denominado Xucurus, que ocupa a Igreja
do Rosário. Nele estão, de forma um tanto quanto desordenada, um grande acervo
de obras que vão desde peças sacras a objetos doados pela população, como
roupas, utensílios, eletrodomésticos, artesanato e até indumentárias indígenas.
A sensação é de muita coisa para pouco espaço. Alguns itens, no entanto, são
interessantes e os guias do museu são atenciosos.
A estação ferroviária se transformou
em uma biblioteca e os antigos prédios atendem a demandas culturais, como
artesanato, atendimento ao turista. Quebrangulo, que fica bem pertinho, tem um
ar mais pitoresco, com casinhas coloridas e uma bela estação de trem.
O que realmente salvou nossa estadia
em Palmeira dos Índios foi conhecer a indígena Graciliana Selestino Wakanã, que
pertence ao grupo dos Xucuru-Kariri. Gentilmente, ela nos levou às terras de
seu povo, onde conhecemos sua família, dentre eles o seu pai, o cacique Manoel
Selestino Wakonã. Também fomos ao campo sagrado, onde acontecem os rituais da
sua tribo e lá presenciamos uma comovente apresentação de música e dança.
Almoçamos com seus pais, conversamos
sobre seu povo e compramos o artesanato fabricado por alguns dos componentes da
tribo. Ouvimos relatos e histórias e até percebemos a preocupação com as
invasões de seu território e com o futuro do seu povo, sempre ameaçado.
No final, agradecemos à generosidade
de todos e fizemos o nosso depoimento, reforçando o nosso amor por esses
cidadãos que foram os donos de toda essa terra chamada Brasil.
Para minha alegria, o pajé da tribo,
Purinã Wakonã, nos ofereceu uma garrafada de ervas que, segundo ele, tinham
poderes curativos para doenças do corpo e da alma.
Vale ressaltar que, entre União dos
Palmares e Palmeira dos Índios, optamos por uma estrada alternativa, que
passava por Santana do Mundaú, Chã Preta e Paulo Jacinto. Um determinado
trecho, que não era calçado, vislumbramos por momentos a sensação de estarmos
de volta às montanhas de Minas, tal a semelhança. Vimos ainda um belíssimo
cemitério, todo colorido, que nos encantou, e muitas imagens de Padre Cícero e
Frei Damião, muito estimados na região.
Deixamos Palmeiras em direção a
Piranhas, para iniciarmos o roteiro típico do cangaço e seguimos os passos de
Lampião e Maria Bonita.
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Santana do Mundaú (AL), na estrada para Palmeira dos Índios |
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Cemitério de Santana do Mundaú |
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Estrada entre Santana do Mundaú e Chã Preta |
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Frei Damião, um dos grandes ícones da religiosidade nordestina |
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Outra escultura do Frei Damião, próxima a Palmeira dos Índios |
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Capela e santuário dedicados ao Padre Cícero |
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Pe. Cícero é figura de destaque no altar |
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Cemitério homenageia Pe. Cícero |
Quebrangulo
Palmeira dos Índios
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Prédio da prefeitura, onde Graciliano Ramos foi prefeito nos anos entre 1928 e 1930 |
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Catedral de Palmeira dos Índios |
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Biblioteca municipal na antiga estação ferroviária |
Museu Municipal
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Museu Municipal ocupa a Igreja do Rosário |
Xucuru-Kariri
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Wagner experimenta cocar |
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Wagner veste-se como um membro da tribo |
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O pequeno indígena |
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Palmeira dos Índios vista das terras indígenas |
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Sincretismo religioso |
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Com Graciliana e suas duas filhas |
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Área sagrada dos indígenas |
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O cacique Manoel Selestino |
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Dança da tribo (detalhe) |
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O pajé Purinã |
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Cacique Manoel Selestino |
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O cacique no pátio sagrado dos Xucuru-Kariri: resistência e tradição |
Parabéns Telmo! Tinha certeza que vocês serim bem acolhidos pelo Povo Xucuru Cariri. Viagem também ao lwr seus relarre. Muito bom! Volte sempre a Alagoas. Abraço!
ResponderExcluirAgradecido, Helcias. Devemos a você está oportunidade única. Grande abraço
ExcluirBoa tarde.
ExcluirQuerido Thelmo,
Minhas saudações e agradecimentos por suas considerações, quanto ao Povo Indígena Xucuru Kariri,
As portas da aldeia MÃE Serra do Capela, como as demais q queiras conhecer, poderás contar com meu apoio, para intercambiar essa experiência do VIVER indígena em sua singularidade e particularidades da essência da nossa Mãe NATUREZA.
Para mim, foi um.prazer conhecer-ti, mesmo tão rapidamente, q EDJUWALHÁ, ISAKLANE e os ENCANTADOS, cubra-o com as Graças e Merecimentos Divinos.
😘😘, com abraços fraternos, d ❤
Agradecido, queridos. Foi um momento mágico! Abraços
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