quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

DICA DA SEMANA: Na Roliúde Nordestina

Wagner e eu na Roliúde Nordestina



            Você sabia que temos uma Roliúde brasileira? E que ela fica no Nordeste, mais especificamente na Paraíba? E que ali já foram rodados mais de 25 filmes? Pois bem, esta cidade existe e se chama Cabaceiras e dificilmente pode ser encontrada nos guias de turismo, mas é uma excelente opção de passeio.
            Eu a conheci, em companhia de meu amigo Wagner Cosse, em 2009, durante uma viagem àquele estado nordestino. Ela fica a 180 km de João Pessoa e a 70 km de Campina Grande. Como estávamos hospedados na capital, a sugestão na época foi alugar um táxi para conhecer melhor a região, conhecida como Cariri.
            Depois de boa parte do trajeto feito por rodovias asfaltadas, pegamos uma estradinha de terra. Estávamos no semiárido nordestino, terra seca, onde nascem um sem número de espinhosos cáctus. Sentimo-nos em uma atmosfera de filme de cangaço. Por causa da beleza da paisagem e do casario de Cabaceiras, ela se tornou uma das cidades preferidas dos cineastas para filmes dessa natureza. Para se ter uma ideia, foram rodados na região películas como “O Auto da Compadecida”, “Romance”, “Cinema, Aspirinas e Urubus”, dentre outros. E isso vem de longe, desde 1921, quando a cidade foi o palco do primeiro filme.
            Cabaceiras parece mesmo um set de filmagem. Os edifícios coloridos, as praças e ruas criam um cenário especial. Na época, conhecemos uma jovem (não me lembro de seu nome agora), que foi nossa guia pelas belas ruas. Ela nos levou ao museu municipal, à igreja matriz e à praça principal. Conhecemos, também, o local aonde acontece a famosa festa do Bode Rei, que atrai mais de 20 mil visitantes nos primeiros dias de junho. E tem até várias estátuas em homenagem a este animal tão querido nas praças da cidade.
            Perto de Cabaceiras fica o incrível Lajedo do Pai Mateus, que tem este nome porque ali viveu durante muitos anos um eremita com este nome, a quem davam poderes sobrenaturais. As pedras parecem ter sido colocadas ali uma a uma,  combinando harmoniosamente com a paisagem. Tivemos a sorte de pegar uns raros pingos de chuva, que formaram um belíssimo arco-íris. Digo raros, porque chove muito pouco nessa parte do país. E as cores que surgiram no céu foram tal e qual uma bênção.
            Dali também se avista um dos mais belos pores de sol que já vi em minha vida. Ficamos tão emocionados, que chegamos a verter algumas lágrimas. E suspiramos: “como é belo o nosso país!”
            Vale ressaltar que, no caminho para Cabaceiras, fica o impressionante Sítio Arqueológico da Pedra do Ingá ou Itacoatiara do Ingá (a 38 km de Campina Grande). Sem qualquer infraestrutura – pelo menos na época em que visitamos o local – o sítio abriga desenhos e inscrições rupestres talhadas na rocha. São muitas e variadas imagens de um valor inestimável, que estavam muito desamparadas, apesar do tombamento pelo IPHAN em 1944. Digo isso, porque não havia segurança no local. Dessa forma, visitantes mal intencionados tinham feito rabiscos ou colocado seus nomes em muitas imagens.
            Há muita controvérsia em relação à época e a autoria dos entalhes. Muitos acreditam que elas foram criados por habitantes da região há 6.000 anos. Outros defendem até interferência de habitantes de outros planetas na confecção dos desenhos. O certo é que eles ocupam painéis imensos, com grande beleza e de uma indiscutível importância história.
            Com o sol já de punha no sertão do Cariri e anunciava a chegada de uma lua cheia, era hora de retomar o nosso táxi e voltar para João Pessoa, onde estávamos hospedados. Para quem quer ficar mais tempo nas localidades citadas, há opções em Cabaceiras e Campina Grande.
            Espero que tenham gostado da dica. Ficamos por aqui e, na próxima semana, relembraremos mais uma viagem sedutora, que faz parte das minhas andanças pelo país e pelo mundo.
            Até lá!


De táxi para o semiárido nordestino

 Cabaceiras

Entrada de Cabaceiras

Museu municipal

Homenagem ao bode

Casario colorido da cidade, que virou set de filmagem de várias películas


Wagner brinca com o bode

Wagner e nossa guia, na praça principal da cidade














Gêmeos brincam na janela de uma casa

Coreto da praça principal

Paço Municipal

Estrada



Represa na região do Lajedo do Pai Mateus




 Lajedo do Pai Mateus










O motorista de nosso táxi

Eu me sento no local onde viveu o Pai Mateus


Pingos de chuva formam o belo arco-íris



Por do sol: espetáculo da natureza





 Sítio de Pedra do Ingá

Wagner mostra os entalhes rupestres

Itacoatiara do Ingá





Formas estranhas no piso chama a atenção de ufólogos


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