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Eu e Convento de N.Sra.dos Anjos (foto de Wagner Cosse) |
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Fotos de Thelmo Lins e Wagner Cosse
Depois
da estadia em Cachoeira (BA), atravessamos, pela BR-101, o nordeste baiano e o
Estado de Sergipe para chegarmos à cidade de Penedo (AL). Para alcançá-la,
pegamos uma balsa em Neópolis (SE), do outro lado do Rio São Francisco.
Chegamos a Penedo no início da noite e, à
distância, percebemos a bela iluminação de Natal que adornava e valorizava as
igrejas, praças e casarões. Alimentamo-nos e nos dirigimos (eu e meu
companheiro de viagem, Wagner Cosse) ao hotel para descansarmos. No dia
seguinte, iríamos vasculhar a cidade histórica que margeia o Velho Chico.
Penedo e o rio se fundem. Ele é avistado de
suas colinas e ladeiras, ruas e becos. Ele abraça a cidade com suas águas de
tons azulados. Na cidade, que fica a 38 km da foz, o São Francisco já apresenta
águas salobras, fruto da perda de sua força e do assoreamento ao longo de seu
curso. O Pontal do Peba, que é onde o rio se encontra com o mar, é a praia
preferida dos penedenses e aonde boa parte da população vai para se refrescar do
calor abrasador da região. Desta vez, não fomos à foz, que já havíamos
conhecido em uma viagem anterior. Mas passamos pelas praias próximas.
Muitos turistas visitam Penedo em um
bate-e-volta de um ou dois dias a partir de Maceió (principalmente) ou Aracaju,
privilegiando os passeios de barco à foz do Rio São Francisco. Seu imponente
casario histórico muitas vezes é preterido ou visto rapidamente. Mas a cidade
nos conquistou e acabamos ficando mais dias, o que foi importante para um
reconhecimento mais apurado de suas belezas.
Depois do impacto inicial (positivo) da
iluminação noturna, Penedo se mostra uma outra cidade durante o dia, tão bela
quando pulsante. Boa parte de seu casario, tombado pelo IPHAN, está bem preservado.
Fundada no século 17, ela é testemunha de mais de 300 anos de história.
Portanto, conseguimos verificar construções de diversas épocas e estilos, desde
o Barroco, o Rococó, o Neoclássico, o Art déco ao Modernismo.
Vale ressaltar a igreja de Nossa Senhora das
Correntes, com seus altares dourados. A edificação foi construída no século 18
por um grande proprietário de terras, que era abolicionista. Por isso, ele
escondia os negros fugidos em buracos criados atrás dos altares e, depois, dava
oportunidade para suas fugas, que aconteciam durante o período noturno. Um
pouco mais acima, encontra-se o Convento de Nossa Senhora dos Anjos, exuberante
construção franciscana, também do século 18.
A Matriz, a prefeitura, a Casa da
Aposentadoria, residências particulares, o prédio da Associação Comercial, dentre
outros, atestam um passado imponente. O Museu Imperial, que estava fechado na
ocasião, relata a visita do imperador Dom Pedro II ao município, em 1859. A
igreja de São Gonçalo Garcia dos Homens Pardos, outra pérola arquitetônica, tem
impressionantes adornos na fachada.
Outra edificação especial é o Teatro Sete de
Setembro, de 1884, a mais antiga casa de espetáculos de Alagoas. Restaurado
recentemente, o prédio abriga uma plateia de 300 lugares, com ótima acústica.
É possível encontrar artesanato de altíssima
qualidade, por meio, principalmente, da associação Pontos e Contos, que cria
bordados a partir das histórias vivenciadas pelos moradores ribeirinhos. São
capas de almofadas, roupas e outros objetos feitos com muito primor e
dedicação. Eles também fazem um trabalho de inclusão social dos artesãos, que
conseguem, com a venda dos produtos, melhor qualidade de vida.
Há bons restaurantes em Penedo,
inclusive na beira do rio, onde se pode degustar um bom peixe, dentre outras
iguarias nordestinas, como o cuscuz e a tapioca. O nosso hotel ficava um pouco
distante da área central, o que lhe conferia mais tranquilidade, além de um
atendimento especial dos funcionários, sempre atenciosos e bem-humorados.
Quanto ao Rio São Francisco, razão da
existência de Penedo e de nossa visita à esta linda cidade, ele oferece outra
atração imperdível. Quando a tarde cai, juntamente com o céu sertanejo, a
paisagem é colorida pelos tons dourados do pôr-do-sol, deixando tudo ainda mais
encantado.
Passamos o Reveillon em Penedo, embora a
cidade não oferecesse nenhum tipo especial de festa pública. Havia fogos
comemorativos em Neópolis, do outro lado do rio, em Sergipe. Mas o cansaço dos
passeios diurnos e o calor nos derrubaram e comemoramos a passagem de ano
somente no dia seguinte, degustando uma garrafa de espumante, presenteada pelo
querido amigo Vinicius Cosse, e que levamos na bagagem para este momento.
A viagem continua e a próxima etapa é a
antiga capital de Alagoas, Marechal Deodoro.
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Na travessia de balsa entre Neópolis e Penedo |
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Penedo iluminada |
Penedo à noite
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Igreja de N.Sra.das Correntes |
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Museu Imperial |
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Iluminação noturna |
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Detalhe da igreja de São Gonçalo |
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Visão noturna do teatro municipal |
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Iluminação noturna. Ao fundo a Igreja de São Gonçalo |
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Wagner caminha na rua iluminadas |
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Convento de N.Sra.dos Anjos |
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Igreja matriz |
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Wagner em frente ao prédio da prefeitura |
Penedo de dia
Mirante do Rio São Francisco
Teatro Sete de Setembro
Igreja de S. Gonçalo Garcia dos Homens Pardos
Porto
Igreja N.Sra. das Correntes
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Buraco onde os escravos se encondiam |
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Mercado das Farinhas |
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Feira |
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Flor que decorava o jardim de uma residência |
Outros imóveis
Por-do-sol
Convento e igreja de N.Sra. dos Anjos
Bordados da Associação Pontos e Contos
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