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A cidade é marcada pelas praças bem cuidadas e as montanhas arrebatadoras (foto de Wagner Cosse) |
Fotos de Thelmo Lins e Wagner Cosse
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Innsbruck, localizada no Tirol
austríaco, talvez tenha sido a maior surpresa da viagem. A princípio, faríamos
dela apenas um ponto de apoio para visitarmos os castelos do sul da Alemanha.
Mas, ao chegarmos lá (e devido ao curto tempo), decidimos conhecer a bela
cidade.
Vale
ressaltar que o caminho de trem entre Paris e Innsbruck já tinha sido um
deslumbre. Cruzamos praticamente toda a Suíça, tendo como visual as paisagens
marcadas por inacreditáveis lagos e montanhas.
Chegamos
à noite em Innsbruck e, antes de irmos diretamente para o hotel, jantamos em um
restaurante próximo à estação ferroviária. Tudo ia razoavelmente bem, exceto o
tratamento frio e, penso, preconceituoso, conosco, turistas que não têm o
padrão germânico. Mas, como se trata de uma localidade turística, que recebe
pessoas do mundo inteiro, acredito que foi somente um sentimento, não uma constatação.
Não deixamos que isso afetasse o nosso humor, mas fica o registro.
O
hotel, Leipziger Hof, muito confortável e bem localizado, foi o primeiro ponto
positivo de Innsbruck. O café da manhã foi o melhor da viagem, com uma grande variedade
de pães, queijos, frutas e jeitos de se servir os ovos. O quarto em que me
hospedei tinha banheira e uma vista magnífica das montanhas que fizerem, do
local, um disputado destino para a prática de esportes de inverno (Innsbruck já
sediou duas olimpíadas de inverno).
Logo
à frente do hotel, uma praça verdejante, coberta de flores, com lago e
passarelas. Um rio muito límpido passava ali perto. Muitas pessoas se divertiam,
praticando esportes ou simplesmente passeando, como nós. E sempre as montanhas
circundando todos os lugares. A mais alta delas tem 2.400 m.
Sendo
a capital do Tirol, Innsbruck (que significa “a ponte do rio Inn) é um centro
urbano bem equipado, com bom transporte público e muitas opções de restaurantes
e hotéis. Com quase 130 mil habitantes, é a quinta maior cidade da Áustria, com
uma famosa universidade e forte entreposto comercial.
Caminhando
um pouco mais, chegava-se a um shopping com ótimas opções de lojas e, um pouco
mais adiante, avistamos o centro histórico. Nesta área pode-se ver as
influências do tempo em que o Império Austro-Húngaro tinha uma forte presença
na economia mundial. Tanto que existe uma “filial” do palácio Hofburg na
cidade, onde antigamente os imperadores e sua corte passavam o inverno. Infelizmente
o palácio já estava fechado à visitação na hora em que estive lá.
A
catedral é de cair o queixo pelo seu estilo rococó repleto de ouro e ornamentos.
O órgão, em tom azulado, e os afrescos a transformam em um verdadeiro museu. Perto
dela, na rua Herzog-Friederich, está a torre Stadtturm, com 56 m de altura. Do
alto, ao custo de alguns euros, os visitantes podem ter uma vista sensacional
das redondezas.
Perto da
torre, está o símbolo de Innsbruck: o telhado dourado Ele está sobre a sacada
de um palacete construído ainda na Idade Média. Para quem gosta de números, ele
é composto por 2.657 telhas de cobre com cobertura de ouro. A residência
pertencia ao arquiduque Maximiliano I, também imperador da Alemanha. Segundo a
história (ou a lenda, dizem alguns), ele foi construído em 1500 para comemorar
o segundo casamento do monarca, com Bianca Maria Sforza, de Milão. Ainda no mesmo
quarteirão, há prédios elegantes, construídos em épocas variadas, como o
Helblinghaus, de 1725.
Cem
metros adiante está o rio Inn, que pode ser atravessado por uma ponte que não
chamaria nenhuma atenção especial, não fossem os jarros floridos que adornam
seus postes. E o fato de ser um mirante tanto para as montanhas como para o
conjunto de casas coloridas na outra margem. Flores, aliás, estão em todos os
lugares: praças, ruas e sacadas. Ah, e o rio é impressionantemente limpo.
Fechando
o rol das surpresas, Innsbruck abriga o museu da joalheria Swarovski, com
esculturas, enfeites, adornos, dentre outras peças. Alguns objetos são formados
por mais de 2.880 cristais. Criado em 1995, já recebeu mais de 14 milhões de
turistas. Não tive tempo de conhecê-lo na íntegra, mas apreciei várias de suas
obras logo na entrada do edifício.
Assim
resumo um dia e meio em Innsbruck, recanto austríaco que merece a visita.
Imaginei como seria a cidade no inverno, com aquela cordilheira toda branca pela
neve. Seria, com certeza, como conhecer outra cidade.
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