No Museu de Belas Artes, admirando a obra de Pedro Américo |
Seriam necessários vários textos para
retratar a complexidade do Rio de Janeiro, uma belíssima cidade que carrega com
muita fidelidade todos os pontos positivos e negativos do Brasil. É o nosso
espelho mais evidente, na minha opinião. Portanto, feito este breve comentário,
o que reporto aqui são fragmentos de emoções vividas na Cidade Maravilhosa em
dois dias que lá estive em janeiro de 2014, em pleno verão.
Como a praia não estava própria para o banho
e, confesso, não faz muito minha cabeça ficar horas deitado nas areias
escaldantes sob um sol de 40 graus, preferi curtir o Rio histórico e cultural.
Vale ressaltar, também, que os preços
extorsivos cobrados na praia expulsavam qualquer turista um pouco mais
consciente do valor do dinheiro. Um coco beirava a R$ 15, enquanto uma latinha
de Coca-Cola chegava a R$ 5. Água mineral, entre de R$ 3 e R$ 4. Os hotéis e
restaurantes também acompanhavam este batente. Ou seja, a boa e velha
exploração, que nos fazia repetir a frase mais falada pelos brasileiros: “imagina
na Copa!”.
Em contrapartida, como o meu hotel ficava
perto da Estação do Metrô Siqueira Campos, em Copacabana, descobri este meio de
transporte carioca com algum entusiasmo. Não entrei em nenhum taxi, a não ser
para ir ao aeroporto, mesmo assim porque o ônibus que leva ao Galeão estava
muito atrasado, o que poderia comprometer o meu voo. Fora isso, metrô e ônibus
de integração para ir ao Leblon, Ipanema e área central da cidade. Em todas as
ocasiões, por sorte, com extremo conforto e ar condicionado, o que aliviava
numa situação de calor insuportável. Tudo ao valor de R$ 3,20 a passagem.
No primeiro dia, o programa foi conhecer o
Museu Nacional de Belas Artes, na Cinelândia. Esta parte da cidade é um charme
e o museu é primoroso. Ali pude viajar nas obras de arte dos séculos 19 e 20,
todas obras primas que frequentam nosso imaginário desde o primeiro contato com
a história do Brasil. Rodolfo Amoedo, Pedro Américo, Vitor Meireles, Guignard,
Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, para citar alguns dos pintores. A entrada é
gratuita. Deslumbrante!
Dali dei uma volta pelo centro da cidade,
passando na Rua do Ouvidor, Confeitaria Colombo, Centro Cultural do Banco do
Brasil, Igreja do Carmo, Paço Imperial e o Edifício Gustavo Capanema, obra prima
do modernismo brasileiro, assinado por Lúcio Costa e Niemeyer. Por suas famosas
colunas passaram grandes nomes da nossa cultura, inclusive Carlos Drummond de
Andrade, que batia ponto nesse prédio. Azulejos de Portinari completam a cena.
Encerrei meu dia conferindo a peça “Azul
Resplendor”, em cartaz no SESC Ginástico, ali perto. No elenco, a atriz Eva
Wilma comemora 60 anos de carreira e 80 anos de idade. Uma boa reflexão sobre o
teatro.
No segundo dia, fui conhecer o novo Museu de
Arte do Rio, popularmente conhecido como MAR. O espaço, localizado na Praça Mauá,
é o pilar das novas ocupações da área portuária do Rio de Janeiro, que será
transformada num grande espaço de lazer e cultura até as Olimpíadas de 2016. Ao
lado o prédio do museu, veem-se grandes guindastes e obras faraônicas, uma
delas a polêmica destruição de um elevado, que enfeiava toda a região. Pela
quantidade de concreto e ferro, nota-se que estão sendo gastos bilhões de
reais.
O MAR é um projeto ambicioso. Existia um
prédio antigo, muito bonito, que foi completamente restaurado. E, ao seu lado,
foi edificada uma construção moderna, que se une ao prédio histórico, compondo
o museu.
Ainda não existe um acervo permanente no MAR.
Ele ainda está sendo levantado e catalogado. Por enquanto, as galerias estão
sendo ocupadas por exposições temporárias, cujo mote principal é o Rio de Janeiro.
O que mais me impressionou foi um vídeo gigante, que reproduz - em computação
gráfica e muito realismo - como era a antiga Avenida Central (atual Rio
Branco), na ocasião em que o prefeito Pereira Passos a construiu e quis
transformar o centro do Rio de Janeiro numa cópia tropical de Paris. É lindo!
Chamaram a minha atenção outras exposições,
inclusive uma sobre a arte pernambucana e a arte dos skatistas e surfistas. Pelo
público, notam-se pessoas de diversas faixas etárias, pois os temas são
abrangentes e interessantes. O museu também abriga dois restaurantes e uma
lojinha. A entrada no museu custa R$ 8, Mas às terças-feiras, não se cobra nada
pelo ingresso.
No mais, o Rio de entrega de bandeja, numa
paisagem escandalosamente bela. Mesmo com todos os maus tratos (e são muitos),
como ruas sujas, canteiros mal cuidados, falta de informação e até mau humor
dos cariocas (o que me surpreendeu, admito), a pujança é notória. Tudo ao mesmo
tempo: sol, céu, montanhas, Cristo Redentor, praias paradisíacas (para se ver,
pelo menos), pedras monumentais, ótimas livrarias, locais aprazíveis para
caminhar e gozar a vida.
É preciso voltar lá muitas vezes para
descobrir novos detalhes e segredos que a cidade vai nos contando aos poucos.
Algumas dicas:
No calor do Rio, o metrô é um descanso,
graças ao ar condicionado. O mesmo vale para a visitação aos museus, todos
fresquinhos e agradáveis.
Tente se hospedar perto de uma estação do
metrô, pois dali se alcançam os melhores lugares.
Não se esqueça do protetor solar. Qualquer saidinha
é um convite a ficar completamente vermelho. E vá pela sombra!
Evite tomar água dos bebedouros. O
tratamentos de água no Rio não é confiável!
Procure se alimentar em locais mais distantes
da orla. Os preços são extorsivos nos restaurantes. A poucos quarteirões, os
valores podem cair de 20 a 50%.
Use o Decolar.com, Booking ou outros sites
desta natureza para reservar a hospedagem e o transporte aéreo. No meu caso, o
preço da diária do hotel caiu de R$ 360 (no balcão) para R$ 280 (no site). Vale
a pena.
Ao perguntar alguma coisa na rua, prefira os
guardas aos transeuntes. Além da segurança, muitos pedestres são também
turistas que podem dar uma informação errada (como aconteceu comigo) ou
simplesmente não saber. Mesmo os cariocas – comerciantes e outros – têm dificuldade
de informar com precisão. Principalmente se o local for menos conhecido.
Fotos de Thelmo Lins
Fotos de Thelmo Lins
Praia de Copacabana |
Calçadão de Copacabana |
Bolsa com elementos cariocas |
Copacabana |
Hotel Copacabana Palace |
Cristo Redentor |
Teatro Municipal MUSEU NACIONAL DE BELAS ARTES |
CENTRO DO RIO
Vista interna da Igreja da Candelária |
Teto da Candelária |
Igreja do Carmo, antiga Sé do Rio de Janeiro |
Edifício Capanema |
Confeitaria Colombo |
Rua do Ouvidor (detalhe) |
Torre e cúpula da Candelária |
Cúpula do Centro Cultural do Banco do Brasil |
Fachada da Igreja do Carmo |
Monumento na Cinelândia |
Detalhe da fachada da Biblioteca Nacional MUSEU DE ARTE DO RIO - MAR |
OUTRAS PAISAGENS
Praia de Botafogo, com o famoso Pão de Açúcar |
Morro do Corcovado, no fim de tarde |
Sobre a parte cultural do Rio. Um outro museu que vale a visita é o Museu Histórico Nacional que fica bem próximo ao Aeroporto Santos Dumont e a Praça XV tem um acervo único sobre a história do Brasil e a chegada da família portuguesa no Rio em 1808. Além do Centro Cultural da Marinha que fica ao lado da Capitania dos Portos que oferece um passeio super em conta à Ilha Fiscal. Vale a pena !
ResponderExcluirAgradecido, Thelmo
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