terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Brasil Profundo 3 – Palmas

No monumento em homenagem à Coluna Prestes, em Palmas (TO) (foto de Wagner Cosse)
Clique nas fotos para ampliá-las. Fotos de Thelmo Lins

            Ao sairmos de Goiás, pela BR 153, rumo ao Tocantins, nos deparamos com alguns dos trechos mais pesados da viagem, com tráfego intenso - principalmente de caminhões. Mas a estrada estava bem pavimentada. Ao cruzarmos o Tocantins, a mudança foi brusca. A estrada ficou esburacada, com muitos problemas.
            Antes de chegarmos a Palmas, capitado do Estado, passamos por várias cidades prósperas, como Gurupi, por exemplo, onde se pode atestar a riqueza do agronegócio brasileiro. Neste momento, já alcançávamos mais de 1.700 km.
            Chegamos a Palmas no final do dia 19 de dezembro de 2016 e ficamos na cidade o dia seguinte inteiro, retomando a viagem somente no dia 21 pela manhã. A primeira visão da cidade foi o espetacular Rio Tocantins, que banha toda a sua extensão. Cruzamos o rio em uma ponte com mais de um quilômetro que foi batizada com o nome do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A segunda visão foi o perfil dos imensos edifícios construídos na orla desta cidade planejada, com ruas largas e trânsito tranquilo.
            Para chegarmos ao nosso hotel (Mac Hotel, um empreendimento recente, inaugurado há poucos meses, e bastante confortável), passamos por avenidas, rotatórias e praças arborizadas, com belos enfeites de Natal iluminando o caminho. Mal tomamos o banho e, ainda naquela noite, que era um domingo, fomos para uma praça onde havia uma feira de artesanato e comidas típicas. Optamos pela tapioca recheada, acompanhada por sucos deliciosos. Mas, como era “inverno”, havia muitos moradores que apreciavam seus caldos e sopas com a temperatura média acima de 33 graus. Eu suava em bicas só de ver a cena.
            Acordamos cedo e, após o café, fomos conhecer os principais atrativos de Palmas. Como era segunda-feira, muita coisa estava fechada, como museus, por exemplo. Por isso, preferimos ir em uma das praias do rio tomar para um banho de água doce, com direito a água de coco. Passamos ali toda a manhã nos refrescando do calor intenso. Em seguida, almoçamos em um restaurante bastante agradável, o Cabana do Lago, onde apreciamos alguns pratos típicos.
            Depois de um breve descanso, fomos conhecer a região da Praça dos Girassóis, onde fica o palácio do governo estadual e os principais prédios públicos. Ela é um considerada uma das maiores praças do mundo. A sede do governo não é muito atrativa, mas tem alguns belos portais. A melhor atração desse local é o Memorial Luís Carlos Prestes, feito em homenagem ao líder comunista (1898-1990), que chefiou, de 1924 a 1927, a Coluna Prestes. E o Tocantins foi como um dos seus pontos de passagem, naquela época em que só havia o Estado de Goiás. O projeto envolveu mais de 1.500 homens que cruzaram 25.000 km de Brasil difundindo novas ideias políticas contra a República Velha e as elites agrárias. Foi o maior movimento de um grupo até então, no mundo, mas que teve consequências trágicas. Cerca de 50% do contingente humano padeceu devido às doenças, cansaço e combates. Outra parte foi presa e exilada do país.
            O memorial foi projetado por Oscar Niemayer e lembra muito as obras mais recentes do arquiteto. Ao seu lado, um monumento que relembra uma das batalhas, com vários personagens em bronze. Como o espaço estava fechado, nos contentamos com sua visão externa. A obra foi contratada pelo governador Siqueira Campos, filho de um notório participante da coluna.
            À noite, a Praça dos Girassóis estava enfeitada para o Natal e aproveitamos para tirar algumas fotos.

            No dia seguinte, na nossa saída de Palmas, o tempo amanheceu nublado. Não reclamamos, pois isso amenizou o calor. Uma leve bruma encobria os prédios enquanto atravessávamos a ponte FHC para dar continuidade à nossa viagem rumo ao sul do Maranhão, nossa próxima etapa da viagem Brasil Profundo. Vale ressaltar que, na rodovia próxima a Palmas, avistamos algumas paisagens muito bonitas, formada por alagados. Um refresco para o corpo e para a alma.

Feira de artesanato

Iluminação natalina

Pernas para o ar: rio Tocantins

Rio Tocantins

Wagner: rio e água de coco

Praça dos Girassóis

Palácio do Governo

Entrada do palácio

Memorial de Luís Carlos Prestes

Estátua de Prestes


Museu criado por Niemeyer

Monumento em homenagem à Coluna Prestes


Praça dos Girassóis

Praia do Rio Tocantins, em Palmas 


Enfeites de Natal na Praça dos Girassóis


Ponte FHC

Palmas sob a neblina da manhã

Alagado

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Brasil Profundo 2 – Pirenópolis

Em Pirenópolis (GO), com a estátua do Mascarado vestido de Papai Noel (foto de Wagner Cosse)
Clique nas fotos para ampliá-las.

Fotos de Thelmo Lins

A viagem Brasil Profundo começou em Belo Horizonte, pela BR 040, que liga a capital mineira ao Distrito Federal. A primeira parada aconteceu em Paracatu (MG), depois de atravessarmos regiões bonitas que integram o circuito Guimarães Rosa, onde é possível avistar ainda muitas veredas. E a represa de Três Marias, feita com as águas do Rio São Francisco.
            Paracatu foi apenas um pernoite, mas é uma cidade que vale a pena visitar (veja uma postagem que fiz neste blog sobre o local no link: http://descobertasdothelmo.blogspot.com.br/2012/09/paracatu-renascendo-para-o-turismo.html). A nota triste foi que a Pousada da Vila, hotel delicioso criado na parte histórica da cidade não existe mais. Ele deu lugar a uma espécie de pensão, onde não há mais hóspedes, e sem moradores que fazem contratos mais longos. Acabamos nos hospedando um hotel bem ruinzinho, uma vez que as outras opções na cidade estavam lotadas por causa de uma formatura da faculdade de Medicina.
            De manhãzinha saímos para Pirenópolis (GO), passando por algumas cidades-satélites de Brasília, via BR 040, BR 050, BR 060 e BR 414. A cidade fica a 182 km de distância da capital federal e a 929 km de Belo Horizonte. Não tivemos muita sorte na escolha da pousada, feita através do Booking. Ao chegarmos ao local, era muito pior do que estava nas fotos, apesar da boa nota dos clientes. O quarto era muito apertado e, por ter moradores na casa onde ficava a hospedagem, houve barulho o tempo todo de entra-e-sai. Para piorar, o ventilador não estava dando conta do recado e o calor imperava. No dia seguinte (ficamos em Pirenópolis dois dias), mudamos para outro hotel, mais confortável e silencioso. Veja, no final desta postagem, algumas dicas.
            Pirenópolis é um presepinho. Além dos prédios históricos bem conservados (a cidade é tombada pelo IPHAN), chamava a nossa atenção (minha e de meu companheiro de viagem, Wagner Cosse), a beleza do céu. Havia recantos muito agradáveis, além de locais bons para comer e fazer compras. Como era período pré-natalino, as ruas estavam enfeitadas para a festa.
            A bela cidade respira à Cavalhada, que acontece no mês de junho. Mas os seus principais personagens estão pelas ruas durante todo o ano, como os mascarados. Os mais conhecidos têm chifres enormes e podem ser encontrados em praças e ruas, em forma de estátuas ou bonecos. Em alguns estabelecimentos comerciais e lojas de artesanato, é possível comprar as máscaras também.
            No Museu das Cavalhadas, administrado por Dona Célia, conhecemos um pouco mais desta interessante festa. A mãe dela iniciou o museu com roupas e utensílios usados pela própria família e juntou um expressivo acervo. Com o seu falecimento, ela passou a ser a guardiã do espaço, que funciona em sua própria casa, mediante visitas agendadas.
            Em Pirenópolis visitamos as igrejas, museus, pontes e edifícios, quase todos na região central, que pode ser feita a pé. A Matriz do Rosário é a que chama mais atenção. Apesar de sua fantástica reconstrução, ela foi vítima de um incêndio de repercussão nacional, em 2012, que destruiu quase todo o prédio. Os altares foram perdidos para sempre e substituídos por nichos e altares de outras igrejas da cidade que foram vítimas do abandono nos anos passados.
Há muitas cachoeiras na região, mas não tivemos tempo para usufruir, pois tínhamos um cronograma de viagem.

Algumas dicas:
1)  Comer o prato principal da cidade: o empadão goiano, encontrado em vários sabores.
2)  Andar a pé, principalmente no início da manhã ou no cair da tarde, quando a temperatura é mais amena (na hora do almoço, muitas lojas fecham para a sesta).
3)   Visitar o Museu das Cavalhadas. Mas ligue antes para agendar (062) 3331-1166.
            4) Voltar à Pirenópolis em junho para assistir à Cavalhada, a maior e mais importante do Brasil. Reserve o hotel com antecedência, pois a cidade fica muito cheia na ocasião.
5) Outra sugestão, que nós não fizemos por causa do tempo, foi a visita à Fazenda Tambapuã dos Pireneus, que oferece várias atrações e um delicioso café colonial. Consulte as empresas locais de turismo.

Matriz de Nossa Senhora do Rosário: reconstruída após o incêndio


Cinema e arquitetura Art Decó








Museu do Divino



Teatro Municipal

Interior do teatro







Wagner e o Mascarado no Museu do Divino

Mascarado (acervo do Museu do Divino)

Acervo do Museu do Divino

Dona Célia, administradora do Museu das Cavalhadas

Máscaras do Museu das Cavalhadas

Acervo do Museu das Cavalhadas
Igreja do Bom Jesus

Interior da Igreja do Bom Jesus




Wagner e o monumento da Cavalhada


Turnê Atacama/Uyuni Parte IV: Salar de Uyuni

  No bosque das bandeiras, atração do Salar de Uyuni Veja as fotos no final do texto Clique nas fotos para ampliá-las      Chegamos à última...