sábado, 4 de maio de 2019

Um dia no Santuário do Caraça

Complexo do Caraça, com destaque para a Igreja de N.Sra. Mãe dos Homens

Fotos de Thelmo Lins
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O Santuário do Caraça, localizado entre Catas Altas e Santa Bárbara (MG), a 127 km de Belo Horizonte (pela BR-262), é um dos mais encantadores recantos de Minas Gerais. Estive lá várias vezes, mas retornei no dia 01 de maio de 2019, com uma turma de amigos e colegas da academia Água Viva.
            O complexo do santuário inclui o colégio, fundado em 1820, e o parque natural, que preserva
11.233 hectares de matas nativas, cachoeiras, montanhas e animais típicos da Mata Atlântica e do Cerrado. O ponto mais elevado é o Pico do Sol, com 2.070 m de altitude. Há uma enorme diversidade vegetal, com destaque para mais de 200 espécies de orquídeas, além de ipês, macaúbas, candeias, dentre outras. Mais de 270 espécies de aves vivem no local, como tucanos, siriemas e beija-flores. E 65 espécies de animais, com destaque para o lobo-guará, tamanduá, suçuarana, raposas, antas e pacas. O Instituto Butantã catalogou ali mais de 50 espécies de aranhas e 500 tipos de besouros.
            O santuário também oferece uma pousada, para quem quiser se hospedar, restaurante, lanchonete e lojinha para os visitantes de um dia (como foi o meu caso). A comida é deliciosa, com pratos típicos da rica culinária mineira e, de sobremesa, doces de frutas como mexerica (ou tangerina), mamão, banana, dentre outros.
            Há programas para todos os tipos de gostos, idades e preparos físicos. Na sede, por exemplo, pode ser visitada a Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens (1883), em estilo neogótico, com vitrais franceses e um órgão de 700 tubos. Nela pode ser apreciada a tela A Ceia do Senhor, de 1828, obra-prima do mestre Manoel da Costa Athayde, grande pintor do período Barroco Mineiro. Os prédios que abrigam a pousada e o restaurante são oriundos de uma antiga hospedaria para os tropeiros da Estrada Real, que datam de 1774 e 1775.
            Outra atração são as ruínas do antigo seminário e colégio do Caraça, que foi quase totalmente destruído por um incêndio em 1968. Hoje, elas abrigam um museu e a biblioteca do santuário, que contam um pouco da rica história da escola, por onde passaram grandes nomes da política brasileira, como Afonso Pena e Artur Bernardes. No acervo de 40 mil livros, que sobreviveram ao incêndio (antes havia mais de 100 mil exemplares), há edições raríssimas, como a História Natural, de Plínio, o Velho (23 ? – 79), impressa em 1489. E uma biografia do Conselheiro Francisco José Furtado, escrita por Tito Franco Almeida, em 1867. A raridade está nas anotações feitas, no livro, por Dom Pedro II, quando esteve no local em 1881. Como curiosidade, o imperador levou um tombo numa das pedras do calçamento. O ponto se transformou em uma atração turística.
            No museu encontram-se objetos diversos, como móveis, imagens, batinas, obras de arte, dentre outros.
            Para quem gosta de apreciar a natureza, o Caraça oferece vários programas, dependendo do tempo e da disposição. O passeio mais longo é a trilha da Bocaina, com 5,5km. Nas proximidades, é possível banhar-se no Tanque Grande (1 km). Entre 1,5 e 2,5km, visitam-se a Prainha, o Banho do Belchior e a Cascatinha. Eu fiz este último passeio, com uma turma da Água Viva. Na trilha, é possível ter uma ideia da pujança da natureza naquela região. Os lugares são bem sinalizados e conservados.
            Para entrar no Santuário do Caraça é necessário atender a normas de segurança ambiental. É proibido acampar, acender fogo e levar animais domésticos. A fiscalização também é rígida com a limpeza, a poluição sonora e a utilização de qualquer tipo de arma. Para entrar no parque é obrigatória a imunização contra a febre amarela. Há um programa super especial para quem pernoita no Caraça. Todas as noites, os hóspedes recebem a visita de um lobo-guará, símbolo do santuário, que se alimenta com as comidas oferecidas pelos religiosos. Eu nunca vivenciei esta experiência, mas já ouvi relatos emocionantes de pessoas tiverem esta oportunidade.
            O horário de visitação acontece de 8 às 15h30, sendo que a permanência, para quem opta por passar o dia no local, não pode ultrapassar 17h. Mais informações sobre podem ser obtidas no site oficial: www.santuariodocaraca.com.br
            Boa viagem!


Parque Natural e Jardins







Na trilha para a Cascatinha (foto de Wagner Cosse)

Wagner na trilha

Cascatinha




Wagner na cachoeira. A água é gelada





Relaxando na Cascatinha

Igreja e Hospedagem








Famosa tela do Mestre Athayde, de 1828





Pedra que o imperador escorregou

Museu (antigo seminário e escola)






Foto mostra danos provocados pelo incêndio de 1968

História Natural, de 1498

Livro com anotações do imperador Pedro II


A amiga Regina Paulino

Regina, Wagner e eu, no ônibus

Turma da Água Viva


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