segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Europa 7 - Versailles

Nos jardins de Versailles (edição Thelmo Lins)

Clique nas fotos para ampliá-las

Fotos de Thelmo Lins


Chegamos à capital francesa no dia 6 de agosto de 2019. Nosso hotel está localizado em Montmartre, relativamente perto da Sacre Cour. Estamos – Conceição, Vinicius, Wagner e eu - viajando há nove dias e teremos três dias para visitar a cidade e redondezas.
            Já conhecia Paris de outra viagem. Daquela vez, permanecemos ali por uma semana, desfrutando dos museus, praças, parques e avenidas. Desta vez, a minha intenção é conhecer o Palácio de Versailles. Antes, porém, um tour pela capital, para rever alguns de seus principais monumentos, como a Torre Eiffell. É indescritível. Somente estando frente a frente com este monumento que se compreende sua beleza e pujança. O tempo chuvoso ressaltava ainda mais seu brilho.
            Aproveitei a minha curta estadia também para rever o querido amigo e afilhado, André Salles, que está na cidade para estudar (fazer mestrado) em Artes Cênicas. Colocamos os papos e risadas em dia.
            Mas vamos ao que interessa: o Château Versailles ou Palácio de Versailles. Ele está localizado a aproximadamente a 20 km de Paris ou cerca de 20 minutos de trem. Garantimos nossos ingressos sem fila por meio da compra antecipada dos vouchers no Get Your Guide. É imprescindível fazer isso, caso não queira ficar na fila por cinco ou seis horas para entrar no recinto. No entanto, a única vantagem é essa, pois é de nossa inteira responsabilidade chegar até a estação do trem e, posteriormente, voltar a Paris. O guia só leva o grupo para dentro do palácio, evitando as filas quilométricas e, depois, se despede, deixando que cada um se vire por conta própria. As explicações estão no áudio-guia, que nos é entregue logo na entrada, junto com um mapa do palácio e dos jardins.
            Em agosto, ainda no verão, alta temporada, o local está superlotado de pessoas de todas as nacionalidades, ávidas por apreciar cada detalhe. Embora, às vezes, alguns grupos passam tão rapidamente pelos salões que é inacreditável pensar que eles tenham absorvido qualquer sensação daquelas paredes.
E Versailles tem o que mostrar, apesar de ficarmos constantemente driblando a enorme quantidade de visitantes. O bordado rococó da arquitetura, as pinturas do teto, as estátuas, o douramento das obras, os cortinados, o mobiliário (que restou da Revolução Francesa, vale ressaltar) – tudo é monumental. Em determinado momento, observando tudo aquilo, me veio a sensação estranha de ser um plebeu invadindo um palácio criado para utilização da realeza. E tudo aquilo feito com o dinheiro do povo, que não podia nem pensar na hipótese de usufruir daquelas belezas. Hoje o povão pode andar por aquelas dependências luxuosas, desde que deixe na portaria um punhado de euros.
Bem, saindo deste pensamento socialista, continuei meu percurso. Versailles foi criado a partir de 1668 pelo Rei Luis XIV (1638-1715), chamado de Rei Sol. Ele resolveu que a nova sede do governo francês seria ali, distante da suja e adoentada Paris da época, aonde sua corte poderia flanar em paz, sem a presença do “incômodo” povo. Foi durante seu longo reinado que Versailles se transformou em um dos maiores e mais luxuosos palácios do mundo. E acabou se transformando em modelo para outros impérios. Tanto Schonbrunn, em Viena, quanto Queluz, em Portugal, exibem uma arquitetura inspirada nele.
Da parte interna, o local mais esplêndido é, sem dúvida, o Salão ou Galeria dos Espelhos. Medindo 73 metros de cumprimento, 10,5 de largura e 12,3 de altura, ele tem 17 janelas, que refletem 17 arcos espelhados. É chocante! Inacreditável, apesar de termos visto tantas vezes em fotos, no cinema e da TV (em especial na série Versailles, que pode ser assistida no Netflix). Os jardins são outra obra monumental. O estilo francês em seu auge e glória, entrecortado por lagoas, chafarizes e muitas esculturas em mármore.
Luís XV (1710-1774), bisneto e sucessor de Luís XIV, criou um anexo ao palácio, chamado de Petit Trianon. Ele está localizado a dois quilômetros do palácio principal e foi construído para abrigar suas amantes, Madame Pompadour e Madame du Barry. Posteriormente, Maria Antonieta, casada com Luís XVI (1754-1793), fez do local o seu próprio refúgio.  Chega-se ao local a pé ou por meio de outros veículos, como um carrinho parecido com os de golfe ou de uma espécie de trenzinho (daqueles puxados por um jipe). Preferi ir a pé, apesar do calor, para apreciar melhor as alamedas e os jardins.
Andando um pouco mais, chega-se a uma vila camponesa, com casas de telhado de palha, pequenos jardins, um lago e até uma fazenda com animais, como ovelhas, vacas, galinhas e gansos. Trata-se do local onde a mesma Maria Antonieta se abrigava quando ficava cansada da rigidez do cerimonial de Versailles. Ali, segundo a história, ela esquecia o que era ser uma rainha e brincava de viver uma vida mais austera.
Além de Luís XIV e seu bisneto Luís XV viveram o auge de Versailles. Já Luís XVI enfrentou a fúria do povo francês, empobrecido por tantos impostos cobrados para sustentar os luxos reais, na famosa Revolução Francesa (1789). O mundo nunca mais foi o mesmo. O casal real foi guilhotinado, assim como muitos cortesãos. A população invadiu Versailles e destruiu muitos móveis e objetos. O que sobrou, foi levado para museus ou saqueado. Atualmente, o que está no local são móveis arrebanhados de outros palácios e réplicas.
            Mas isso é outra história. Atualmente visita-se Versailles até por meio virtual. Recentemente, o Google, em parceria com o museu, lançou uma visita guiada ao palácio com imagens fantásticas em alta resolução e 3D. O projeto pode ser conhecido por meio do link: https://artsandculture.google.com/project/versailles
            Há muito que se falar de Versailles, que não cabe neste texto e neste blog. Vale a pena pesquisar, pois os números são surpreendentes. O melhor, mesmo, é ter a oportunidade de vivenciar esta experiência. Se ainda não teve esta chance, espero que eu tenha conseguido, pelo menos, levar um pouco da minha emoção.
            Vou me despedindo por aqui. Na próxima postagem, continuando o tour pela Europa, vamos conhecer Innsbruck, na Áustria. Au Revoir!

Multidões fazem fila para entrar no complexo





 Interior do Palácio





















 Jardins













 Petit Trianon


Retrato de Maria Antonieta





 Vila Camponesa
















2 comentários:

  1. Esplêndidas as fotografias e o texto com toda riqueza de detalhes e o Olhar do Gestor Cultural
    #fotosthelmolins.

    ResponderExcluir

Viagem ao Peru - Parte VII - Vale Sagrado dos Incas

  Em Ollantaytambo (foto de Wagner Cosse) Clique nas fotos para ampliá-las                Para conhecer melhor o Peru, em especial o Vale Sa...