Nos jardins de Versailles (edição Thelmo Lins)Clique nas fotos para ampliá-lasFotos de Thelmo Lins |
Chegamos à capital francesa no
dia 6 de agosto de 2019. Nosso hotel está localizado em Montmartre,
relativamente perto da Sacre Cour. Estamos – Conceição, Vinicius, Wagner e eu -
viajando há nove dias e teremos três dias para visitar a cidade e redondezas.
Já
conhecia Paris de outra viagem. Daquela vez, permanecemos ali por uma semana,
desfrutando dos museus, praças, parques e avenidas. Desta vez, a minha intenção
é conhecer o Palácio de Versailles. Antes, porém, um tour pela capital, para
rever alguns de seus principais monumentos, como a Torre Eiffell. É
indescritível. Somente estando frente a frente com este monumento que se
compreende sua beleza e pujança. O tempo chuvoso ressaltava ainda mais seu
brilho.
Aproveitei
a minha curta estadia também para rever o querido amigo e afilhado, André Salles,
que está na cidade para estudar (fazer mestrado) em Artes Cênicas. Colocamos os
papos e risadas em dia.
Mas
vamos ao que interessa: o Château Versailles ou Palácio de Versailles. Ele está
localizado a aproximadamente a 20 km de Paris ou cerca de 20 minutos de trem.
Garantimos nossos ingressos sem fila por meio da compra antecipada dos vouchers
no Get Your Guide. É imprescindível fazer isso, caso não queira ficar na fila
por cinco ou seis horas para entrar no recinto. No entanto, a única vantagem é essa,
pois é de nossa inteira responsabilidade chegar até a estação do trem e,
posteriormente, voltar a Paris. O guia só leva o grupo para dentro do palácio,
evitando as filas quilométricas e, depois, se despede, deixando que cada um se
vire por conta própria. As explicações estão no áudio-guia, que nos é entregue
logo na entrada, junto com um mapa do palácio e dos jardins.
Em
agosto, ainda no verão, alta temporada, o local está superlotado de pessoas de
todas as nacionalidades, ávidas por apreciar cada detalhe. Embora, às vezes,
alguns grupos passam tão rapidamente pelos salões que é inacreditável pensar
que eles tenham absorvido qualquer sensação daquelas paredes.
E
Versailles tem o que mostrar, apesar de ficarmos constantemente driblando a
enorme quantidade de visitantes. O bordado rococó da arquitetura, as pinturas
do teto, as estátuas, o douramento das obras, os cortinados, o mobiliário (que
restou da Revolução Francesa, vale ressaltar) – tudo é monumental. Em
determinado momento, observando tudo aquilo, me veio a sensação estranha de ser
um plebeu invadindo um palácio criado para utilização da realeza. E tudo aquilo
feito com o dinheiro do povo, que não podia nem pensar na hipótese de usufruir
daquelas belezas. Hoje o povão pode andar por aquelas dependências luxuosas,
desde que deixe na portaria um punhado de euros.
Bem,
saindo deste pensamento socialista, continuei meu percurso. Versailles foi
criado a partir de 1668 pelo Rei Luis XIV (1638-1715), chamado de Rei Sol. Ele
resolveu que a nova sede do governo francês seria ali, distante da suja e adoentada
Paris da época, aonde sua corte poderia flanar em paz, sem a presença do
“incômodo” povo. Foi durante seu longo reinado que Versailles se transformou em
um dos maiores e mais luxuosos palácios do mundo. E acabou se transformando em
modelo para outros impérios. Tanto Schonbrunn, em Viena, quanto Queluz, em
Portugal, exibem uma arquitetura inspirada nele.
Da parte
interna, o local mais esplêndido é, sem dúvida, o Salão ou Galeria dos
Espelhos. Medindo 73 metros de cumprimento, 10,5 de largura e 12,3 de altura,
ele tem 17 janelas, que refletem 17 arcos espelhados. É chocante!
Inacreditável, apesar de termos visto tantas vezes em fotos, no cinema e da TV
(em especial na série Versailles, que pode ser assistida no Netflix). Os
jardins são outra obra monumental. O estilo francês em seu auge e glória,
entrecortado por lagoas, chafarizes e muitas esculturas em mármore.
Luís XV
(1710-1774), bisneto e sucessor de Luís XIV, criou um anexo ao palácio, chamado
de Petit Trianon. Ele está localizado a dois quilômetros do palácio principal e
foi construído para abrigar suas amantes, Madame Pompadour e Madame du Barry.
Posteriormente, Maria Antonieta, casada com Luís XVI (1754-1793), fez do local
o seu próprio refúgio. Chega-se ao local
a pé ou por meio de outros veículos, como um carrinho parecido com os de golfe
ou de uma espécie de trenzinho (daqueles puxados por um jipe). Preferi ir a pé,
apesar do calor, para apreciar melhor as alamedas e os jardins.
Andando
um pouco mais, chega-se a uma vila camponesa, com casas de telhado de palha,
pequenos jardins, um lago e até uma fazenda com animais, como ovelhas, vacas,
galinhas e gansos. Trata-se do local onde a mesma Maria Antonieta se abrigava
quando ficava cansada da rigidez do cerimonial de Versailles. Ali, segundo a
história, ela esquecia o que era ser uma rainha e brincava de viver uma vida
mais austera.
Além de
Luís XIV e seu bisneto Luís XV viveram o auge de Versailles. Já Luís XVI
enfrentou a fúria do povo francês, empobrecido por tantos impostos cobrados
para sustentar os luxos reais, na famosa Revolução Francesa (1789). O mundo
nunca mais foi o mesmo. O casal real foi guilhotinado, assim como muitos
cortesãos. A população invadiu Versailles e destruiu muitos móveis e objetos. O
que sobrou, foi levado para museus ou saqueado. Atualmente, o que está no local
são móveis arrebanhados de outros palácios e réplicas.
Mas
isso é outra história. Atualmente visita-se Versailles até por meio virtual.
Recentemente, o Google, em parceria com o museu, lançou uma visita guiada ao
palácio com imagens fantásticas em alta resolução e 3D. O projeto pode ser
conhecido por meio do link: https://artsandculture.google.com/project/versailles
Há
muito que se falar de Versailles, que não cabe neste texto e neste blog. Vale a
pena pesquisar, pois os números são surpreendentes. O melhor, mesmo, é ter a
oportunidade de vivenciar esta experiência. Se ainda não teve esta chance,
espero que eu tenha conseguido, pelo menos, levar um pouco da minha emoção.
Vou
me despedindo por aqui. Na próxima postagem, continuando o tour pela Europa,
vamos conhecer Innsbruck, na Áustria. Au Revoir!
Multidões fazem fila para entrar no complexo |
Interior do Palácio
Jardins
Petit Trianon
Retrato de Maria Antonieta |
Esplêndidas as fotografias e o texto com toda riqueza de detalhes e o Olhar do Gestor Cultural
ResponderExcluir#fotosthelmolins.
Agradecido, abraços
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