No mirante do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro. Foto de Wagner Cosse editada por Thelmo Lins Clique nas fotos para ampliá-las |
As pessoas que acompanham
minhas postagens neste blog, sabem que eu tenho o projeto de conhecer todos os
parques ecológicos instalados em Minas Gerais. Ao longo dos últimos anos,
visitei parques nacionais e estaduais, tais como o de Ibitipoca, Rio Preto, Rio
Doce, Grande Sertão, Vale do Peruaçu, Caraça, Caparaó, Aiuruoca, Canastra, dentre outros, sem contar
com os do Rola Moça e do Cipó, que ficam próximos à capital mineira, aonde
resido.
Desta vez, fui conhecer a Serra do Brigadeiro, em
Araponga, Zona da Mata, aproximadamente 290 km de Belo Horizonte. Estive lá no
feriado de Corpus Christie, entre 16 e 19 de junho de 2022.
Confesso que desconhecia a existência deste parque
estadual e me surpreendi com sua beleza. Ele abrange 13.210 hectares,
englobando sete municípios: Araponga, Fervedouro, Ervália, Miradouro, Divino,
Pedra Bonita e Muriaé. Seu mapa lembra um pouco o do Chile, comprido e fino. A
sede está localizada em Araponga, de onde parti para várias visitas,
acompanhado por meu companheiro de viagem, Wagner Cosse.
De acordo com uma funcionária, o parque ocupa o terreno
de um antigo território da empresa Belgo Mineira, que realizou, ao longo de
muitos anos, o desmatamento de toda a região, que integra a Mata Atlântica
brasileira, para utilização em suas unidades industriais. Devido à sua
importância para toda a região, há muitas décadas vários ambientalistas lutaram
para sua preservação. E, a partir de 1996, o parque foi finalmente instituído.
Mas, somente em 2005 ele ganhou os equipamentos como o centro de visitação e a
demarcação das trilhas. E, num trabalho hercúleo, toda a sua mata foi
replantada e revitalizada, resultando no que é hoje.
Existem muitas matas ainda nativas e outras secundárias,
em que convivem espécies como ipês, jequitibás, embaúbas, bromélias. A fauna é
composta por diversas espécies, que vão de minúsculas pererecas à onça parda.
Lá abriga também o maior primata da América do Sul, o muriqui, que está
ameaçado de extinção.
A região é montanhosa, por isso a temperatura média é de
18ºC. O pico mais elevado é o do Boné, de 1.840m de altitude, localizado a 28
km da sede. Para alcançá-lo é preciso enfrentar uma trilha de aproximadamente 7
km (que eu não fiz). Mais próximo e com um trajeto de relativa facilidade está
o Pico do Grama (1.561m), que tem uma boa trilha autoguiada, com cerca de 5 km
(ida e volta). Tive a oportunidade de cumprir este trajeto e o esforço da
subida foi compensado pela paisagem majestosa que se descortina. Como o dia estava
muito claro e ensolarado, podem ser avistados quilômetros e quilômetros de
montanhas e matas.
Fiz também um trecho, de aproximadamente, 1,5 km da
Trilha das Águas (o total são 2,1 km). Nela pode-se observar, além de
entranhadas formações vegetais, alguns pocinhos, dentre eles o Poço do Cipó.
Não consegui ver nenhum animal, além de uma pequena cobra amarronzada, que logo
se entranhou na selva, e o canto da araponga, ave símbolo do parque.
Há, ainda, incríveis mirantes em alguns pontos estratégicos.
Mais
detalhes sobre o parque podem ser obtidos neste link:
http://www.ief.mg.gov.br/component/content/197?task=view
Hospedagem
Outra boa surpresa foi a hospedagem na Pousada Serra
D´Água, situada a 4 km da portaria de acesso pela estrada de Araponga, e a
cerca de 6 km desta cidade. O caminho tem alguns lances pavimentados, mas
grande parte é de terra. Dirigida pelo casal Renato e Lívia, a pousada fica
numa antiga fazenda, cuja casa-grande ainda é preservada. Os chalés e outros
cômodos da pousada foram construídos ao redor do casarão.
Serra D´Água é circundada por belas montanhas. Na área de
lazer, existe até mesmo um poço, que eles renomearam de Prainha, formado por uma
cachoeira. Com direito, inclusive, a uma faixa de areia. O frio de cortar que
fazia na época não me permitiu arriscar nas águas geladas. Wagner, que é mais
corajoso do que eu nessas ocasiões, também optou por não entrar. Há, ainda,
três pequenas piscinas e um restaurante, aonde são servidos o café da manhã, o
almoço e os caldos da noite. Os alimentos são incluídos no pacote, que tem um
preço bastante acessível.
Os quartos são agradáveis. No nosso caso, o chalé tinha
uma pequena varanda com redes e, em comum com o quarto ao lado (que estava
vazio, por sinal), uma saleta com TV (Sky), pia e geladeira. A internet é ruim.
O atendimento é bastante familiar, com direito a papos
agradáveis, comidinhas mineiras e o café produzido na própria pousada. Araponga
é uma famosa produtora deste importante grão.
Veja
mais sobre a pousada em: https://www.pousadaserradagua.com/.
Fico por aqui e recomendo bastante este passeio. Principalmente
para quem quer sossego e para grupos familiares. Há atrações para todas as
idades. Um grande abraço e até a próxima viagem!
Visual da região da Serra do Brigadeiro |
Wagner fotografa no mirante da Serra |
Pico do Grama |
Wagner na trilha do Pico do Grama |
Paisagem do alto do pico |
Observando as montanhas e florestas do alto do pico Foto de Wagner Cosse, editada por Thelmo Lins |
Sede do parque vista do alto do pico |
Alto do Pico do GramaPor-do-sol em Araponga |
Araponga |
Trilha
Pico do Grama e trilha do Parque Estadual |
Trilha das Águas. Foto de Wagner Cosse, editada por Thelmo Lins |
Sede do parque e centro de visitação |
Mapa do parque |
Pousada Serra D´Água
À direita, parte do chalé que ocupei na pousada. |
O casarão da fazenda antiga |
Salão de refeições |
Na área de lazer. Foto de Wagner Cosse, editada por Thelmo Lins |
Prainha |
O chalé que ocupei. |
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