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Em Cuenca, a bela cidade histórica do Equador |
Fotos de Thelmo Lins
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Esta é a
quinta postagem sobre minha viagem ao Equador, que aconteceu entre o final de
abril e o princípio de maio de 2023, tendo como companhia Wagner Cosse. Quem
abre o blog pelo celular, tem acesso à última postagem. Depois do texto e das
fotos, seguem-se as outras postagens. Já pelo laptop ou pelo computador, o
sistema é mais fácil, pois é aberta uma lista de postagens (geralmente à
esquerda do texto), podendo assim acompanhar melhor esta e outras viagens.
No Equador,
já estivemos em Quito, Otavalo, Mitad del Mundo, Quilotoa, Baños, dentre outros
lugares. A próxima etapa é Cuenca, cidade histórica, considerada Patrimônio da
Humanidade pela Unesco desde 1997.
Desvio na
estrada
Saímos de
Baños antes do meio-dia para cumprirmos 337 km que separam esta cidade de
Cuenca. Mais um desfile de novas e belíssimas paisagens. Nas proximidades de
Alausi houve um deslizamento de terras no mês de março de 2023, que causou
muitos danos e mortes. Até junho deste mesmo ano, os bombeiros já haviam
encontrado 65 corpos debaixo dos escombros. Mais de 50 residências foram
afetadas e dezenas de famílias tiveram que sair de suas casas. A Panamericana,
principal artéria rodoviária do Equador, também foi afetada e, durante alguns
meses, os motoristas tiveram que enfrentar desvios.
O GPS do
carro alugado nos mandou para um caminho alternativo. Nós o seguimos, sem saber
o que enfrentaríamos. Pelo lado positivo, com certeza foi uma das mais
esplendorosas paisagens que vi no Equador e, quiçá, em minha vida. Parávamos a
todo minuto para fotografar e levar conosco a lembrança desses lugares
maravilhosos (veja as fotos logo após este texto). O excesso de adjetivos é só
para ter uma noção do que vimos e observamos. Pelo lado negativo, a estrada era
um temor, sem asfalto e com momentos de pouquíssima visibilidade, causada pela
neblina. O que de certa forma aliviou a tensão foi que, sempre à nossa frente,
trafegava uma caminhonete de um morador local que conhecia bem o caminho e nós
a seguimos. Pelo contrário, talvez tivéssemos perdido.
Quilômetros
mais tarde retomamos à Panamericana, já com o fim de tarde e o início da noite.
A neblina continuava implacável e, por muito tempo, ficamos praticamente às
cegas. Em vários trechos a rodovia era iluminada, o que nos salvou de maiores
perigos.
Cuenca
Chegamos a
Cuenca à noite, muito cansados. Deixamos o carro provisoriamente em um
estacionamento privado, pois o hotel não oferecia este serviço e, pela
localidade, não havia condições de deixá-lo nas ruas. O Del Parque Hotel &
Suites foi, com certeza, o melhor e mais bonito hotel da viagem. Sua
localização é excelente, pois está na principal praça principal da cidade, no
centro histórico. O quarto é enorme, com uma pequena cozinha e, na sacada, um
visual deslumbrante. (Lá vou eu de novo com meus superlativos. Mas o Equador
merece todos!)
No dia
seguinte, transferimos nosso carro para um estacionamento municipal, cujo preço
é bem mais em conta do que nas garagens particulares. E lá ele ficou durante os
dias em que estivemos na cidade, pois o melhor em Cuenca é caminhar ou, mesmo,
usar o ônibus turístico, que circula pelas principais atrações. As ruas na área
turística são estreitas e difíceis de estacionar.
O ônibus
citado foi nossa primeira opção, recomendados pelos próprios moradores. Como em
outras cidades, paga-se o valor de uma passagem que permite que o passageiro,
ao longo do dia, desça em qualquer ponto do circuito e, posteriormente, retome
a jornada. Fizemos isso e tivemos uma visão geral de Cuenca. Uma das paradas é
o Mirador de Turi, de onde se tem uma das mais encantadoras vistas da cidade.
Usando a mesma passagem, retornamos lá à noite, para conhecer a vista noturna.
É um lugar bastante agradável, com cafés, restaurantes, lojinhas de artesanato
e até mesmo um teatro de arena.
Santa Ana
de los Ríos de Cuenca ou, simplesmente, Cuenca, está localizada a 2.550m de
altitude, no alto da cordilheira dos Andes. É a terceira maior cidade do país,
depois de Guayaquil (a mais populosa) e a capital Quito. Sua área metropolitana
tem cerca de 450 mil habitantes.
De acordo com a Wikipedia, foi
fundada 1557, pelo explorador espanhol Diego Hurtado de Mendoza e a sua
independência foi declarada em 1820. Mas sua história remonta à vila nativa de
Cañari de Guapondeleg ("terra tão grande quanto o céu"), de 500 d.C.,
conquistada mais tarde pelo inca Tomebamba.
Museus
Há vários
museus na cidade e um deles é o Pumapungo, que conta um pouco dessa história. O
prédio está localizado em um sítio arqueológico onde é possível conhecer como
eles viviam e cultivavam seus alimentos. Há também uma ala voltada para os
hábitos e costumes do povo, com vestimentas, maquetes, objetos, cenários e
obras de arte. Se não tiver tempo para visitar outras instituições na cidade,
este museu já abastece de importantes informações. A entrada é gratuita.
Outro museu
muito simpático é o de Arte Moderna, localizado em um antigo presídio local. No
seu interior, obras de diversos artistas latino-americanos, como Enrique Dávila
Cobos, José Villareal, Francisco Coello, Luis Crespo Ordóñez e Félix Aráuz,
dentre outros, sendo grande parte deles do próprio Equador. Quando o visitei,
havia uma excelente exposição temporária de artistas cuencanos da nova geração,
em especial Catalina Carrasco, que trabalha com impressão digital e pintura. Tive
a oportunidade de conhecer seu diretor, Bernardo Vega, com quem travei uma
ótima conversa e até troquei contatos.
Chapéu-panamá
Cuenca é a
terra do chapéu-panamá. Pode parecer estranho o sombreiro ter este nome, mas o
fato é que, na época da construção do canal do Panamá, entre o final do século
XIX e princípio do século XX (o canal foi inaugurado em 1904), havia muitos
operários equatorianos. Para se abrigarem do sol forte, eles portavam seus
práticos e elegantes chapéus, fáceis de guardar e muito leves. Logo o utensílio
se tornou uma febre entre os trabalhadores. Tudo se transformou quando o
próprio presidente dos EUA, Theodore Roosevelt (1858-1919), país patrocinador
da obra, adquiriu seu chapéu e chamou sua atenção internacional. Por causa do
país do canal, o chapéu foi rebatizado. No entanto, ele é feito há mais de
1.000 anos pelos povos incas. Sua principal origem é Cuenca, onde existe um
museu em sua homenagem, mas outras cidades do país também fabricam o artefato.
Outra coisa
que chama a atenção em Cuenca são suas ruas limpas e bem cuidadas, com muitas
praças. À beira do rio Tomebamba tem um calçadão muito arborizado, por onde se
pode fazer um ótimo passeio a pé. Lá estão as antigas residências que
aproveitavam o declive do terreno e se constituíam de vários andares (as mais
altas têm sete pavimentos).
Há muitas
igrejas, como em Quito, mas sem tanto luxo como na capital equatoriana. A
maioria das construções do centro histórico são do período neoclássico. A
Catedral Nova (Catedral de la Inmaculada Concepción de Cuenca), no Parque
Calderón, no centro da cidade, praticamente ao lado do nosso hotel, teve sua
construção iniciada em 1885, mas até hoje não foi totalmente finalizada. Ela impressiona
por seu tamanho e suas cúpulas arredondadas, pintadas na cor azul. Dizem que
comporta até 8.000 pessoas. Do alto das torres se tem uma vista panorâmica de
toda a região central.
Durante os
dias em que estivemos em Cuenca, apreciamos vários desfiles nas ruas,
envolvendo escolares, bombeiros e até membros da Cruz Vermelha. Em alguns
deles, os participantes portavam trajes típicos da região e danças folclóricas.
Havia, também, uma imponente fanfarra. A cidade parece gostar dessas
manifestações, que geralmente acontecem nos finais de semana.
Feiras e
flores
Podem ser
encontradas várias feiras de artesanato e uma das praças abriga uma feira de
flores, com arranjos de vários formatos e cores. Como já mencionei
anteriormente, o Equador é um grande produtor e exportador de flores, em
especial de rosas.
Uma das
coisas interessantes que soubemos a respeito de Cuenca é que, na parte moderna
da cidade, há uma lei que regula as construções para seguirem um padrão arquitetônico
que não interfira na beleza do centro histórico. A maioria das casas e prédios utiliza
tijolos vermelhos, comuns naquela região, e há um limite de andares, trazendo
assim uma uniformidade à paisagem.
Vale a pena também conhecer os
mercados da cidade, onde se encontram refeições típicas e mais econômicas, muitos
artigos de artesanato e até mesmo roupas e chapéus, além – é claro – dos diversos
tipos de alimentos.
É possível
fazer vários passeios pelos arredores de Cuenca, como Ingapirca, localizado a
cerca de 80 km de Cuenca. É o principal sítio arqueológico inca do país,
apelidado de “Machu Picchu do Equador”. Outra opção é o Parque Nacional de Cajas,
um dos maiores e mais importantes daquela parte do mundo. Mas nós preferimos
ficar em Cuenca, para conhecer melhor a cidade, ao invés de fazer os passeios. No
caso de Cajas, tivemos a sorte de passar por parte de sua área no retorno a
Quito, quando tivemos a oportunidade de visitar um dos seus miradores (ou mirantes).
É, realmente, deslumbrante.
Há outras
tantas atrações, mas o tempo e até mesmo o custo dos traslados, nos impediu de
realizar. No entanto, o período em que estivemos em Cuenca, valeu cada minuto.
Revendo as
fotos da cidade, depois do retorno da viagem, já distanciado daquelas emoções
que as retinas captam pela primeira vez, noto o quanto Cuenca é bonita. É
verde, é vibrante, colorida. Muitas flores nas ruas. A dourada iluminação
noturna das vias e dos casarões. O povo acolhedor e simpático. A gastronomia.
As lojinhas de artesanato, de joias e de chocolate. Tudo compõe um conjunto
harmônico e, digo, sofisticado. Talvez seja uma das melhores cidades para se
viver no Equador. Conhecê-la foi, com certeza, um privilégio.
Fim da
viagem
Cuenca foi
a última parada dessa viagem que durou duas semanas. Pegamos o carro e
retornamos a Quito. A volta foi uma verdadeira saga, pois resolvemos pegar uma
estrada diferente, que passava pela região costeira. Alguns trechos foram
aterrorizantes, devido à quantidade de caminhões na rodovia e o estado deplorável
da pista.
Como tínhamos
muito tempo, enfrentamos as agruras revezando doses de ansiedades e de
tranquilidade. Chegamos a Quito já tarde da noite. Nosso voo só aconteceria às
6h20 da manhã. Exaustos, mas felizes por estarmos vivendo tantas aventuras.
Termino
aqui a série de postagens sobre o Equador, agradecendo a todos que me seguiram,
por meio destas linhas. Agora é desfazer as malas, pensando numa nova viagem, em
um novo destino. E, com certeza, contarei com você aqui me seguindo. Até lá!
A estrada
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O carro alugado (foto de Wagner) |
Cuenca - Centro Histórico
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As cúpulas azuladas da Catedral Nova da sacada de nosso quarto de hotel |
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Fachada do hotel |
Mirador de Turi
Pelas ruas de Cuenca
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Praça das Flores |
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Praça de Alimentação |
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Catedral Velha |
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Azulejos com o mapa do Centro Histórico |
Catedral Nova
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Visual do alto da torre |
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Praça Calderón vista do alto da torre da catedral |
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Praça Calderón |
Andanças
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Parte moderna da cidade: legislação urbana |
Museu Pumapungo
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Sítio Arqueológico do Museu Pumapungo |
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Wagner nas ruínas dos povos incas |
"Caminhando pelas ruas de nossa cidade..."
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Procissão |
Mirador de Turi (noite)
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Artesanatos locais |
Cuenca Noturna
Detalhes arquitetônicos e urbanísticos
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Pachamama: artista de rua |
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Artista de rua: fonte |
Museu de Arte Moderna
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Detalhe de tela de Enrique Dávila Cobos |
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José Villareal |
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Francisco Coello |
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Luis Crespo Ordóñez |
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Félix Aráuz |
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Detalhe obra Félix Aráuz |
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Obra de Catalina Carrasco |
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Catalina Carrasco (detalhe) |
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C.A.Michel |
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Interior do museu |
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Jardim do museu |
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Interagindo com as obras |
Chapéu-panamá
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Fábrica e museu do chapéu em Cuenca |
Passeios e comidinhas
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Confeitaria cuencana |
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Café da manhã |
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No ônibus turístico |
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No café da manhã |
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Nos corredores do hotel |
Rio Tomebamba
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Casarões que aproveitaram o declive da região |
Parque
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Colégio Benigno Malo, da elite local |
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Ponte em homenagem às vítimas de feminicídio |
Danças e desfiles
Mercado
Parque Nacional de Cajas
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Esta viagem foi uma das comemorações dos meus 60 anos, completados no dia 15 de maio de 2023 |
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