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Em plena adrenalina, no balanço da Casa del Árbor, em Baños (foto de Wagner Cosse) |
Fotos de Thelmo Lins
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Esta é a
quarta postagem sobre a minha viagem ao Equador, entre 24 de abril e 10 de maio
de 2023. Quem está acompanhando, já viu que estive na capital Quito e nos
arredores da cidade, visitando lugares como Otavalo, Mitad del Mundo e o lago
Quilotoa, dentre outros. Nesta nova etapa, falarei sobre Baños, considerada a
porta da Amazônia e um dos lugares mais procurados pelos apreciadores do ecoturismo.
Baños fica
a 187 km de Quito, trafegando boa parte da distância pela famosa rodovia Panamericana.
Esta que é uma das maiores rodovias do mundo, cruzando boa parte da região
andina, desde o Panamá até o sul do Chile. Como posteriormente iríamos (eu e
meu companheiro de viagem, Wagner Cosse) a Cuenca, resolvemos alugar um carro.
Tiramos o automóvel em uma locadora situada nas proximidades do aeroporto, pois
facilitaria a logística no retorno. Falarei sobre isso em outra postagem.
Mesmo com
alguns perrengues que passamos, alugar um carro foi uma ótima pedida. A viagem
é absorvida com mais intensidade, pois podemos parar em todos os lugares que
julgamos dignos de uma fotografia ou uma simples contemplação. No trecho entre
Quito e Ambato, a rodovia é também conhecida como a Rota dos Vulcões, pois nela
podem ser vistas várias dessas fabulosas montanhas. Como já havia comentado em
postagem anterior, a neblina ameaçou, mas não nos impediu de ver, por exemplo,
o Chimborazo, o mais alto vulcão do Equador, com seus 6.310 m de altura e
outros que não consegui identificar à distância. Mesmo sendo mineiro, nascido em
região montanhosa, senti o impacto diante daquelas elevações de mais de 4.000 m.
Muitas delas coroadas por neves eternas. Contrastando com essa imagem, vales
verdejantes, recortados por plantações.
A todo
momento Wagner suspirava e dizia que era o lugar mais bonito que ele já tinha
visto. Em determinados momentos, o visual era tão magnífico, que as lágrimas
vinham.
Em Baños
nos hospedamos numa pousada simples, mas aconchegante. Apesar de sua decoração
de gosto duvidoso, tínhamos um belo visual da sacada do prédio, onde era
servido o café da manhã.
Banhos termais
Como
chegamos no fim de tarde, recebemos a sugestão de aproveitar os banhos
públicos, que deram o nome a esta cidade de cerca de 15 mil habitantes. São
águas termais que saem da região, em especial do vulcão Tungurahua, de 5.029 m.
Para nosso espanto, este vulcão ainda está em atividade (como, aliás, a maioria
dos vulcões equatorianos) e há uma equipe que fica monitorando a montanha de
fogo. De acordo com a Wikipedia, “uma das características mais assustadoras do
vulcão é que a potência das suas explosões é capaz de gerar tremores de terra
intensos na região.” Sua última erupção aconteceu em 2021. Houve casos em que
toda a população teve que sair da cidade para não ser afetada pela lava ardente.
Há várias rotas de fuga, que me lembraram Itabirito, minha terra natal. Só, que
neste caso, o problema são as barragens das mineradoras. Ou seja, o perigo mora
ao lado e está nas cabeças de todos os moradores.
Por causa
das águas termais é que surgiu Baños de Água Santa. Suas águas têm fama de
serem milagrosas e curarem doenças. Estivemos em um balneário público que funciona
até às 21h, com uma estrutura mediana, conhecida popularmente como as Termas “De
La Virgem”. Era a única disponível naquele dia. Há várias piscinas, com
temperaturas diversas, geralmente bem relaxantes. Numa delas, não consegui
ficar nem cinco minutos, devido à sua quentura. Se não me engano, acima de 40ºC.
Para nosso deslumbre, ao lado desce uma cachoeira, que ganhou uma iluminação
noturna. No entanto, a cidade oferece outros balneários com melhores serviços, mas
não tivemos a chance de conhecer.
Rota das Cachoeiras
Na manhã
seguinte, queríamos visitar alguns dos principais atrativos da cidade. Mesmo estando
com um automóvel alugado, preferimos contratar um guia especializado na região,
que tinha seu próprio veículo, uma vez que teríamos pouco tempo para conhecer o
local e não queríamos correr o risco de nos perdermos. Para nossa tristeza, o
dia amanheceu chuvoso, mas, como acontecia com frequência no Equador, o clima logo
foi mudando, embora o sol só aparecesse em raros momentos.
A rota das
cachoeiras ou das cascatas é uma das principais atrações de Baños. São locais
maravilhosos mais para ver do que para se banhar, uma vez que o tempo não
estava muito bom e quase todas ficavam em cânions muito profundos, de difícil
acesso. Os viajantes que têm mais tempo ou disposição, costumam pegar trilhas
tanto de bicicleta como em veículos 4x4 ou até mesmo a pé para alcançarem esses
lugares. Como já havia acontecido na estrada, foi um suspiro atrás do outro.
Há muitas
formas para incrementar o passeio, por meio de esportes mais ou menos radicais
como escalada, rafting, tirolesa, canoagem ou bungee jumping. Fizemos um
circuito numa espécie de bondinho, que atravessava um cânion até uma grande
queda d´água. Para aumentar a adrenalina, ele parava no meio do caminho e
ficava ao sabor dos ventos, que balançava toda a estrutura. Confesso que achei
o passeio seguro e muito interessante. O visual, inesquecível!
A joia da
coroa é a Cascata El Pailón, que fica em um parque bem estruturado, que cobra
uma entrada. Há duas formas de chegar a este espetáculo da natureza, pelo alto
ou pela parte de baixo, sendo que, por cima, o caminho é mais curto e dura por
volta de 20 a 30 minutos. A outra opção chega a uma hora e meia ou duas. A
chuva insistente decidiu por nós e fizemos a trilha mais curta. Mesmo com o
clima contrário, a visão da cascata é incrível. É difícil descrever a emoção
mediante tamanha beleza e grandiosidade. Espero que as fotos mostrem, pelo
menos, um pouco do que sentimos.
Imagem milagrosa
Na área
central de Baños há muitas pousadas, cafés, lojinhas e praças. Eu achei até pão
de queijo! Do estilo equatoriano, mas com o mesmo formato do nosso. A cidade é
muito bem cuidada, embora a área urbana não seja tão bonita quanto os atrativos
que a circundam. O monumento mais antigo é o Santuário de Nossa Senhora do
Rosário, cuja construção foi iniciada em 1904 e só foi concluída 40 anos mais
tarde. A igreja tem o estilo neogótico.
A imagem da santa foi
encontrada perto da cachoeira por um frade dominicano que a apelidou de a Virgem
de Água Santa. A aparição foi considera milagrosa pelos fiéis. Na igreja há vários
Ex-votos em forma de pinturas que demonstram os milagres creditados à santa.
São os maiores e mais belos quadros que já vi deste tipo de manifestação. Todo
dia 07 de outubro é comemorado o dia da padroeira.
Pachamama e Casa del Árbor
Para concluir nosso tour por
Baños, conhecemos dois belos mirantes. Um deles se chama La Mano de la
Pachamama, situado a 7 km do centro. Parece um parque, com ótima estrutura,
muito bem preservado, e ambientes coloridos repletos de pinturas e plantas. As
mãos propriamente ditas são os mirantes, cujas bases são feitas de vidro, permitindo,
desta forma, um visual mais completo do entorno. Há também um café, uma loja de
artesanato e uma área para esportes mais radicais.
O outro mirante é a famosa Casa
del Árbor (Casa da Árvore), onde está a mais conhecida gangorra (ou balanço) do Equador. Estivemos no local no final da
tarde, quando pudemos apreciar o pôr-do-sol e na manhã seguinte, antes de
partirmos para Cuenca. O lugar parece um jardim, muito bem cuidado, e bastante
agradável. É claro que fomos testar o tal balanço que, realmente, é uma
experiência ímpar. Mas tenho que admitir que dá um certo medo...
A breve estadia em Baños fez
valer cada minuto que passamos nessa cidade impressionante. Obviamente não
fizemos nem um décimo das atividades oferecidas, principalmente pela falta de
tempo ou oportunidade. O município é conhecido como a Porta da Amazônia,
portanto há muitas atividades na floresta, visitas a tribos indígenas, dentre
outros passeios. O importante, no entanto, é vivenciar tudo da melhor maneira
possível, desde que o vulcão não desabe na nossa cabeça (rsrsrsrs).
É importante ressaltar que ali
é produzida um doce de goiaba muito famoso e há várias lojas para adquirir este
e outros produtos da gastronomia local.
Partimos agora para a nova
etapa da viagem, rumo a Cuenca. Aguardem as novas aventuras na próxima
postagem.
Hasta luego!
Pela estrada afora...
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No trevo para Baños |
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O vulcão Chimborazo, o mais alto do Equador |
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Vales verdejantes e montanhas enormes |
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Almoço na estrada |
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Com o carro alugado
| Café da manhã na pousada em Baños
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Santuário de Nossa Senhora do Rosário
| Ex-votos gigantes contando os milagres da santa |
Rota das Cachoeiras |
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Com Wagner, na paisagem de Baños |
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Grupos turísticos na rota |
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Modelo de transporte dos turistas |
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Cachoeira que cai em plena estrada |
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Wagner não resiste nem à água fria... |
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Ponte sobre cânion |
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Travessia do bondinho |
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Cachoeira do bondinho |
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Com o guia de Baños |
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A magnífica Cascata El Pailón |
La
Mano de la Pachamama
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Área do café |
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Brincando com os espelhos |
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Visual do mirante |
La Casa del Árbor
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Pôr-do-sol no mirante |
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Cantinho romântico |
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Wagner e o balanço do abismo |
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Local é florido e bem cuidado
Guloseimas e brindes |
A natureza é sempre bela e nos causa contentamentos que nos faltam palavras para descrevê-los. Parabéns a vocês dois, meus queridos amigos. Que Deus os abençoe e possibilite mais aventuras como essa. Um forte abraço.
ResponderExcluirAgradecido pela mensagem, Ailton. Abraços
ExcluirQue fotos lindas! Um destino pouco explorado pelos brasileiros, mas visivelmente repleto de beleza e histórias.
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