quinta-feira, 9 de maio de 2024

Viagem ao Chile Parte 4 – Viña del Mar

 

Em frente ao icônico Relógio das Flores (foto de Wagner Cosse)


Fotos de Thelmo Lins e Wagner Cosse


Clique nas fotos para ampliá-las


           Há uma linha de metrô que liga Valparaíso a outras localidades da região. Inaugurado em 2005, ele tem 20 estações e 43 km de extensão. Nosso hostal localizava-se próximo à estação Barón. Foi a partir dela que rumamos para Viña del Mar. Apenas 9 km separam as duas cidades.

            Fundada em 1874, Viña del Mar surgiu a partir de um terremoto que destruiu parte de Valparaíso e foi a senha para que a elite portenha procurasse um novo local para residir. Uma antiga fazenda de vinhedos, assentada em um terreno plano, foi escolhida para se tornar o que hoje é Viña del Mar.

            Dali surgiram bairros e ruas amplas e bem traçadas, mansões e edifícios luxuosos, que atraíram as pessoas mais endinheiradas. Foram também construídos praças e canteiros, que a apelidaram de “Cidade Jardim”. Hoje é possível caminhar por alamedas cercadas de plátanos, que, neste início de outono, colore as folhas de um tom alaranjado. Atualmente, ostentosos condomínios ocupam parte da orla.

            Não visitamos Viña del Mar em um dia ideal. Muito pelo contrário, havia muita neblina e o sol havia desaparecido do céu, criando uma atmosfera bastante cinzenta. Totalmente diferente do que se imagina de uma praia muito procurada pelos turistas. Portanto, a cidade não teve a chance de brilhar como poderia para nós, que estávamos a conhecendo.

            Ironicamente, foi a primeira vez que estive em um balneário com casaco de frio, o que não deixa de ser inusitado. E Wagner e eu até pensávamos e, pelo menos, colocar os pés no Oceano Pacífico, mas o clima nos desanimou.

            Sendo assim, fizemos um passeio pela orla, conhecendo algumas praias e vendo alguns pontos turísticos, como o Teatro Municipal (1930), o Castelo Wulff (1905), a Quinta Vergara (1906-10) e o Cassino Municipal (1932). Caminhando um pouco mais, chegamos ao famoso Relógio das Flores (1962), o principal cartão-postal da cidade. Embora mais bonito, ele lembra muito o similar existente em Poços de Caldas (MG), que também já visitamos.

            Devido ao tempo e à nossa curiosidade antropológica, nos detivemos um pouco mais no Museu de Arqueologia e História Francisco Fonk. Na fachada, chamando a atenção de todos os pedestres, há uma escultura original de um moai, de aproximadamente três metros de altura, proveniente da Ilha da Páscoa.

            Mesmo distando 3.000 km da costa, a ilha faz parte do território chileno. Para alcançá-la são necessárias seis horas de voo. No museu Fonk há uma sessão dedicada à Páscoa, cuja história sempre provocou imensa curiosidade nos estudiosos e público em geral. De acordo com uma pesquisa que fiz, a ilha vulcânica, situada na Polinésia, é repleta de sítios arqueológicos, que incluem os 900 moais, figuras humanas esculpidas com cabeças gigantes, que remontam a 300 ou 400 d.C. A maioria tem entre quatro e seis metros de altura e pesam cerca de 14 toneladas. O maior é o El Gigante, com 20 metros e 270 toneladas. No entanto, ele continua inconcluso e, por isso, nunca foi erguido.

            No museu é possível encontrar muitos artefatos do povo de Rapa Nui, como seus habitantes a denominam, como máscaras, ferramentas e joias. A coleção é reconhecida como uma das mais completas sobre esses povos originários.

            Mas no Fonk há outras coleções, sobre os povos Atacameños, Mapuches e Diaguitas, que ocupavam diversas regiões do Chile. Além disso, ficamos sabendo que a região era habitada por animais de grande porte, como mamutes, preguiças gigantes, dentre outros que já foram extintos.

            No andar superior do museu, uma impressionante coleção animais empalhados, insetos, borboletas e aves nativos do país, alguns deles ameaçados de extinção, como a puma, por exemplo. Há besouros e escaravelhos que causam até arrepios devido ao seu formato e tamanho.

Há também um exemplar do condor, ave símbolo do Chile, incluída até mesmo em seu brasão. É a maior ave voadora do mundo, com mais de três metros de envergadura, cerca de 14kg e capazes de cobrir distâncias de até 300km sem bater as asas.

Sem sol e sem praia, é hora de nos despedirmos de Viña del Mar. Além da cidade, há outras praias badaladas na região, como Concón, Quintay e Algarrobo que, com certeza, merecem ser visitadas no verão.

            Nossa próxima parada será Isla Negra, onde está a mais bela casa de poeta Pablo Neruda. Até lá!

 

Paisagem outonal de Viña del Mar


Museu de Artes Decorativas

Cassino e hotel

Castelo Wulff

Edifícios da área central da cidade




Gaivotas se reunem na areia da praia e nas rochas


Cassino Municipal visto de outro ângulo

Arquitetura contemporânea

Praia da área central

Hotel de luxo localizado na costa

Relógio das Flores e praças adjacentes



Região da Playa Blanca tomada pela neblina




Casal namora na praia quase deserta

Sentindo frio à beira mar

Teatro Municipal

Folhas de outono

Museu Fonk



Totem utilizado pelos povos mapuches





Cajados com rostos humanos desidratados




Desenho demonstra a chegada do europeu à ilha, no final do século XIX

Algumas espécies de borboletas no Chile

Pumas e condor: animais em extinção




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Viagem ao Peru - Parte VII - Vale Sagrado dos Incas

  Em Ollantaytambo (foto de Wagner Cosse) Clique nas fotos para ampliá-las                Para conhecer melhor o Peru, em especial o Vale Sa...