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Em frente ao icônico Relógio das Flores (foto de Wagner Cosse) |
Fotos de Thelmo Lins e Wagner Cosse
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Há uma linha de metrô que liga Valparaíso a outras localidades da
região. Inaugurado em 2005, ele tem 20 estações e 43 km de extensão. Nosso
hostal localizava-se próximo à estação Barón. Foi a partir dela que rumamos
para Viña del Mar. Apenas 9 km separam as duas cidades.
Fundada em 1874, Viña
del Mar surgiu a partir de um terremoto que destruiu parte de Valparaíso e foi a senha para que a elite portenha procurasse um novo local para
residir. Uma antiga fazenda de vinhedos, assentada em um terreno plano, foi
escolhida para se tornar o que hoje é Viña del Mar.
Dali surgiram bairros
e ruas amplas e bem traçadas, mansões e edifícios luxuosos, que
atraíram as pessoas mais endinheiradas. Foram também construídos praças e
canteiros, que a apelidaram de “Cidade Jardim”. Hoje é possível caminhar
por alamedas cercadas de plátanos, que, neste início de outono, colore as
folhas de um tom alaranjado. Atualmente, ostentosos condomínios ocupam parte da
orla.
Não visitamos Viña del
Mar em um dia ideal. Muito pelo contrário, havia muita neblina e o sol havia
desaparecido do céu, criando uma atmosfera bastante cinzenta. Totalmente
diferente do que se imagina de uma praia muito procurada pelos turistas.
Portanto, a cidade não teve a chance de brilhar como poderia para nós, que
estávamos a conhecendo.
Ironicamente, foi a
primeira vez que estive em um balneário com casaco de frio, o que não deixa de
ser inusitado. E Wagner e eu até pensávamos e, pelo menos, colocar os pés no
Oceano Pacífico, mas o clima nos desanimou.
Sendo assim, fizemos um
passeio pela orla, conhecendo algumas praias e vendo alguns pontos turísticos,
como o Teatro Municipal (1930), o Castelo Wulff (1905), a Quinta
Vergara (1906-10) e o Cassino Municipal (1932). Caminhando um pouco
mais, chegamos ao famoso Relógio das Flores (1962), o principal
cartão-postal da cidade. Embora mais bonito, ele lembra muito o similar
existente em Poços de Caldas (MG), que também já visitamos.
Devido ao tempo e à
nossa curiosidade antropológica, nos detivemos um pouco mais no Museu de
Arqueologia e História Francisco Fonk. Na fachada, chamando a atenção de
todos os pedestres, há uma escultura original de um moai, de
aproximadamente três metros de altura, proveniente da Ilha da Páscoa.
Mesmo distando 3.000 km
da costa, a ilha faz parte do território chileno. Para alcançá-la são
necessárias seis horas de voo. No museu Fonk há uma sessão dedicada à Páscoa,
cuja história sempre provocou imensa curiosidade nos estudiosos e público em
geral. De acordo com uma pesquisa que fiz, a ilha vulcânica, situada na
Polinésia, é repleta de sítios arqueológicos, que incluem os 900 moais, figuras
humanas esculpidas com cabeças gigantes, que remontam a 300 ou 400 d.C. A
maioria tem entre quatro e seis metros de altura e pesam cerca de 14 toneladas.
O maior é o El Gigante, com 20 metros e 270 toneladas. No entanto, ele continua
inconcluso e, por isso, nunca foi erguido.
No museu é possível
encontrar muitos artefatos do povo de Rapa Nui, como seus habitantes a
denominam, como máscaras, ferramentas e joias. A coleção é reconhecida como uma
das mais completas sobre esses povos originários.
Mas no Fonk há outras
coleções, sobre os povos Atacameños, Mapuches e Diaguitas, que ocupavam
diversas regiões do Chile. Além disso, ficamos sabendo que a região era
habitada por animais de grande porte, como mamutes, preguiças gigantes,
dentre outros que já foram extintos.
No andar superior do
museu, uma impressionante coleção animais empalhados, insetos, borboletas e
aves nativos do país, alguns deles ameaçados de extinção, como a puma, por
exemplo. Há besouros e escaravelhos que causam até arrepios devido ao seu
formato e tamanho.
Há também um exemplar do condor, ave símbolo
do Chile, incluída até mesmo em seu brasão. É a maior ave voadora do mundo, com
mais de três metros de envergadura, cerca de 14kg e capazes de cobrir
distâncias de até 300km sem bater as asas.
Sem sol e sem praia, é hora de nos despedirmos de
Viña del Mar. Além da cidade, há outras praias badaladas na região, como
Concón, Quintay e Algarrobo que, com certeza, merecem ser visitadas no verão.
Nossa
próxima parada será Isla Negra, onde está a mais bela casa de poeta Pablo
Neruda. Até lá!
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Paisagem outonal de Viña del Mar |
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Museu de Artes Decorativas |
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Cassino e hotel |
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Castelo Wulff |
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Edifícios da área central da cidade |
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Gaivotas se reunem na areia da praia e nas rochas |
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Cassino Municipal visto de outro ângulo |
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Arquitetura contemporânea |
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Praia da área central |
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Hotel de luxo localizado na costa |
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Relógio das Flores e praças adjacentes |
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Região da Playa Blanca tomada pela neblina |
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Casal namora na praia quase deserta |
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Sentindo frio à beira mar |
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Teatro Municipal |
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Folhas de outono |
Museu Fonk
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Totem utilizado pelos povos mapuches |
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Cajados com rostos humanos desidratados |
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Desenho demonstra a chegada do europeu à ilha, no final do século XIX |
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Algumas espécies de borboletas no Chile |
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Pumas e condor: animais em extinção |
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