terça-feira, 22 de outubro de 2024

Viagem ao Peru - Parte V - A Rota do Sol

 



É conhecida como a Rota do Sol o trecho entre Puno e Cusco. São 386 km de estrada, que passa por vários pontos importantes, como museus, mirantes, sítios arqueológicos e uma impressionante capela. Toda a viagem é feita em um ônibus, com cerca de 40 passageiros.

A primeira parada acontece em Pucará ou Pukara (131 km de Puno), onde situam-se o sítio arqueológico e museu de mesmo nome. O lugarejo é famoso pelos “toritos”, um artesanato feito em barro que reproduz dois touros que são colocados lado a lado, geralmente em cima do telhado. Eles atraem boa sorte e proteção para os lares e comércios. É muito comum vê-los em toda a região, inclusive em Cusco.

O museu, embora muito simples, apresenta dioramas, esculturas, monolitos, múmias, tecidos, artesanias e até salas com oferendas que a população faz aos seus deuses desde a antiguidade. A civilização viveu seu auge de 100 a.C. e 300 d.C. Anexo ao museu, há uma completíssima loja de artesanato, com preços muito bons.

Quase 80 km mais adiante, fizemos outra parada no mirante de La Raya, localizado a 4.335 metros acima do mar. Além de ser a fronteira entre Puno e Cusco, ali é um local para apreciar a paisagem montanhosa. Há, como em outros pontos da viagem, vendas de artesanatos locais, que são sempre impressionantes.

O sítio arqueológico de Raqchi é a próxima etapa da viagem. Lá está o templo do deus Wiracocha, um local sagrado para as culturas que precederam os incas. As paredes, janelas e portas que sobraram, atestam que este monumento de pedra e adobe atingia 20 metros de altura. Outras construções impressionantes, são as 156 colcas, construções circulares usadas para armazenar alimentos (silos). O sítio também abriga templos, casas, recintos e esplanadas.

Depois do almoço, fizemos a última parada da viagem, em Huaro, onde está o tempo de San Juan Bautista (36 km de Cusco). Construído no século XVII, em estilo renascentista, ele é conhecido como a “Capela Sistina das Américas”, graças ao seu interior coberto por obras do pintor cusquenho Tadeo Escalante, que mostram cenas do juízo final, do céu, do inferno e de trechos bíblicos, mesclando influências europeias a simbolismos dos povos andinos. É de se ficar horas (se fosse possível) observando cada detalhe da pintura, extremamente minuciosa.

Outros artistas colaboraram na obra, como o entalhador Martín de Torres, responsável pelo trabalho em madeira dos altares. Há ainda 60 esculturas e 50 telas de altíssima qualidade.

Finalizando o trecho de (realmente) tirar o fôlego, chegamos a Cusco já no início da noite. Aproveitamos para dar uma volta pelas principais ruas da cidade e conhecer sua paisagem noturna. Depois, descansar para, no dia seguinte, continuar nossa jornada pelo Peru, país que nos surpreende a cada dia.

Museu de Pucara








"Toritos": símbolo de sorte

Oferendas aos deuses

No ônibus com Wagner

La Raya


A mais de 4.300 m acima do nível do mar




Paisagens e artesanato

Sítio Arqueológico de Raqchi



Colcas, espécie de silos, onde os incas guardavam seus alimentos




Colcas


Tempo do deus Wiracocha: 20 m de altura

Habitante local

Templo católico na velha cidade inca

Praça principal


Construção típica da região

Huaro


Wagner em frente ao letreiro da cidade

Igreja de San Juan Batista


Interior da "capela Sistina das Américas"


Abaixo, fotos do interior da igreja encontradas na internet 
(é proibido fotografar o interior da igreja sem permissão)




Primeiras impressões de Cusco






Wagner, Regina e eu, no hotel em Cusco

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Viagem ao Peru - Parte IV - Puno e o Lago Titicaca

 

No centro histórico de Puno


Clique nas fotos para ampliá-las


        Puno é uma cidade peruana de, aproximadamente, 150.000 habitantes, localizada às margens do lago Titicaca, o mais importante do país. Encravado na cordilheira dos Andes, trata-se do lago navegável mais alto do mundo, situado a cerca de 3.800 metros de altitude, e com uma área de 8.372 km². Deste total, 60% encontra-se no território peruano e o restante, na Bolívia.

É o segundo lago em extensão na América Latina, superado apenas pelo Maracaibo, na Venezuela. Vinte e cinco rios desaguam no Titicaca, que tem uma profundidade média de 140 a 180 metros. Existem cerca de 40 ilhas, destas nove foram feitas artificialmente pelos povos da etnia dos Uros, utilizando uma planta chamada totora.

A totora é a matéria prima dos Uros: com ela, eles constroem a ilha, as casas, todo o mobiliário e até as embarcações, numa intrincada engenharia desenvolvida há séculos. Eles vivem nessas ilhotas, onde sobrevivem do seu belíssimo artesanato e do atendimento aos turistas. Nas visitas, somos convidados a conhecer todo o processo de montagem das ilhas e a intimidade das residências dos moradores. Para coroar a nossa permanência, ainda fazemos um passeio relaxante pela embarcação, como se estivéssemos nas gôndolas venezianas.

O Titicaca é belíssimo. Dos barcos, que saem do cais de Puno, podemos fazer vários passeios pela região. Além da ilha dos Uros, fomos a Ilha de Taquile, localizada a 45 km de Puno (três horas de barco). Com cerca de 2.000 habitantes, a ilha é famosa pela arte têxtil praticada pelo seu povo, que usam coloridos trajes típicos. O inusitado é que vemos os homens criando as tecelagens, oriundas de povos ancestrais. Lá também sobreviveram algumas ruínas do império inca.

Ao chegarmos em Taquile, nos deparamos com uma subida bastante íngreme, que terminou em uma praça, onde havia um grupo de taquileños realizando uma apresentação de música e dança. Em seguida, fomos almoçar em um dos restaurantes locais, apreciando a vista do lago.

Foi uma oportunidade para estreitarmos os laços fraternos com os outros componentes da turnê, inclusive um casal gaúcho, acompanhado de sua filha. Foi uma tarde extremamente agradável, com um clima delicioso.

Na volta a Puno, no barco, pudemos observar outras ilhas e comunidades ribeirinhas, com suas casinhas coloridas e seus costumes milenares. A cidade sobrevive quase que exclusivamente do turismo e ele tem cobrado um preço alto, pois a população cresceu consideravelmente nos últimos anos.

Wagner, que conheceu Puno no final dos anos 1980, recordava-se de uma cidade pequena, com poucas opções de hospedagem e alimentação. Hoje, há muitos hotéis e restaurantes e ótimas lojas se artesanato. Os presépios locais são particularmente charmosos.

Fundada em 1668, Puno apresenta um centro histórico, que pode ser percorrido a pé, pois nosso hotel ficava bem perto. Na praça principal, a Catedral Basílica San Carlos Borromeo (1757) e um casario dos tempos coloniais ainda sobrevivem, como a Casa del Corrigedor. A cidade também é conhecida como a Capital Folclórica do Peru, com cerca de 350 danças cadastradas. No nosso hotel, conhecemos algumas máscaras de algumas dessas manifestações.

Chamou-nos a atenção o fato de a maioria das casas que circunda o centro não terem acabamento. São construções de bom padrão, mas que ficaram sem reboco ou pintura, causando uma impressão não muito boa. Depois soubemos que o Peru cobra um imposto mais alto de quem termina a fachada. Sendo assim, muitos preferem manter as casas inacabadas. Somente os prédios públicos e os serviços (hotéis, restaurantes, bancos, etc.) têm o cuidado de concluir as obras.

Imaginei como seria diferente se o governo, ao invés de punir, incentivasse os moradores a terminar suas residências. Como a cidade ficaria muito mais bonita e atraente!

Outro ponto abordado pela guia que nos acompanhou durante o passeio foi o impacto das mudanças ambientais no lago. Segundo ela, o Titicaca está vários centímetros mais baixo do que há algumas décadas, o que reflete o aquecimento global e a redução do nível das chuvas. Ela não se mostrava muito otimista com o futuro. Em 2023, o governo da Bolívia “emitiu um alerta para uma possível seca no lago, informando que a profundidade estava a dois centímetros abaixo do nível considerado preocupante”.

Ilhas de Totora dos Uros



Morador explica como se criam as ilhas de totora




Regina e eu com uma moradora local


Wagner, Regina e eu em cima da ilha de totora





Barco que faz o trajeto até as ilhas

Ilha Taquile





Subida íngreme com os amigos gaúchos

Música e dança dos taquileños

Portal da ilha

Praça principal

Wagner (de azul) brinca com os taquileños e turistas

Titicaca visto de Taquile

Moradores com trajes típicos

Igreja local

Lago Titicaca






Puno





Centro Histórico



Piso da rua de pedestres

Praça principal



Interior da Catedral


Interior da Casa del Corrigedor

Máscaras e artesanato de Puno










Viagem ao Peru - Parte VII - Vale Sagrado dos Incas

  Em Ollantaytambo (foto de Wagner Cosse) Clique nas fotos para ampliá-las                Para conhecer melhor o Peru, em especial o Vale Sa...