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No alto da pista de voo livre, em Santa Teresa (foto de Wagner Cosse) |
Clique nas fotos para ampliá-las. Fotos de Thelmo Lins
E aproveitando para visitar Vitória e Vila Velha
No
feriadão de 7 de setembro enfrentei a perigosa BR-262 de carro para conhecer
mais um pedaço do Espírito Santo. Desta vez, o destino foi Santa Teresa, na
serra capixaba, a capital Vitória e a vizinha Vila Velha, em quatro dias.
Já estive
naquele Estado inúmeras vezes quando criança – afinal, Guarapari é a praia
preferida dos mineiros. Mas o tempo foi passando e as visitas foram se tornando
raras. Até que, já adulto, voltei ali algumas vezes, a maioria delas antes de começar
a escrever este blog. Vale lembrar a passagem pela belíssima Pedra Azul, um réveillon
em Aracruz e um tour por cidades da região de Cachoeiro do Itapemirim (com
belas cachoeiras). Mais recentemente conheci o centro histórico de Vitória,
alvo de uma postagem neste site.
De Belo
Horizonte a Santa Teresa são aproximadamente 500 quilômetros, boa parte deles
na BR-262, uma estrada terrível, mal conservada, repleta de caminhões pesados e
motoristas imprudentes. A jornada durou quase nove horas e meia extenuantes. É
preciso ter paciência e voltar os olhos para seus atrativos, com lindas
montanhas que volta e meia surgem para aliviar o estresse.
Santa Teresa
Em Santa
Teresa, o clima é montanhoso. A temperatura baixava a 14º graus à noite,
fazendo do casaco um acessório indispensável. Colônia formada por imigrantes –
principalmente italianos e alemães – a cidadezinha de pouco mais de 20 mil
habitantes virou uma atração pelo seu morador mais famoso: o pesquisador
Augusto Ruschi (1915-1986), considerado o primeiro ecologista brasileiro. Sua
pesquisa com colibris e beija-flores da região tornou-se uma referência em todo
o mundo. E ele ainda deixou mais de 20 livros, todos eles primordiais para a
compreensão das aves e da flora brasileiras. Na cidade, existe um museu
dedicado a Ruschi, onde podem ser conhecidos parte de sua pesquisa, animais da
região (alguns vivos outros empalhados) e muitos colibris. O local é um parque
agradabilíssimo e com uma boa visitação, embora mal conservado.
Fiquei em
uma pousada na região do Roteiro Caravaggio, uma região de Santa Teresa que
conta com vários atrativos, que vão desde a hospedagem, passando por
restaurantes típicos, cervejarias e até uma famosa pisa de voo livre. No dia em
que fui à pista (cerca de 8 km do centro da cidade), o dia amanheceu chuvoso.
Mas, mesmo assim, a paisagem das montanhas já garantia a visita.
Na área
central, ainda é possível notar muitos casarões do século 19 e início do século
20. O ponto mais charmoso é a Rua de Lazer, onde estão situados os bares e
restaurantes mais frequentados da cidade. Há atrações para vários gostos e
estilos. Perto desta rua, está a Casa do Lambert, a primeira construção da
cidade, transformada em museu. Infelizmente, ele estava fechado para visitação
nessa temporada.
Durante a
estadia na cidade, estava sendo realizada uma grande liquidação no comércio
local e havia um estande com vários representantes, a maioria deles, de roupas
e calçados. A loja que mais me impressionou foi a Comercial Iria, uma daquelas casas
comerciais que deixa uma pessoa como eu maluca devido à grande variedade de
tecidos. A proprietária, que me atendeu pessoalmente, mostrou os diversos
estilos de panos, separados por cor e estampa. Tive vontade de comprar um corte
de cada um, mas me contive e acabei levando somente o que o meu bolso permitia.
Sobre
essa parte (a do bolso), vale ressaltar que Santa Teresa não é uma cidade
barata, pelo menos nos restaurantes. Ela é frequentada pela elite capixaba, o
que eleva os preços. Há, sim, opções mais simples, mas os valores são salgados,
considerando que nem sempre há uma boa relação entre custo e benefício. Na
minha pousada, por exemplo, o valor da diária (cerca de R$ 200) era alto para o
serviço que oferecia. O quarto, por exemplo, não foi limpo em um dos dias em
que estive lá e o banheiro tinha um cheiro ruim. Comparando, paguei quase o
mesmo valor por dois dias de hospedagem em um hotel muito mais qualificado em
Vitória.
Outros
atrativos de Santa Teresa são as vinícolas. Algumas delas, oferecem vinho de jabuticaba,
e se pode fazer a degustação.
As casas
e jardins são bem cuidados, com muitas flores e enfeites, fazendo com que a
cidade ganhe um ar leve e agradável para passear.
Evite
sair de carro, pois o trânsito, principalmente na área central, é caótico.
Vitória e Vila Velha
Saindo de
Santa Teresa, fui para Vitória. São 78 quilômetros em uma rodovia em bom estado
e pedágio (R$ 4,80). Parte da viagem é feita por entre belas montanhas da
região.
A
proposta inicial, na capital capixaba, era visitar o Parque Estadual Paulo
Vinhas, perto de Guarapari, um local remanescente da Mata Atlântica que exibe
uma exuberante mistura de mar, areia e lagoas. Mas chovia, o que me fez mudar
os planos.
Resolvi,
então, visitar alguns locais que não conhecia. Dentre eles, o Solar dos
Monjardim, a fazenda da qual se formou a futura capital. O prédio, do século
18, abriga um interessante museu, com mobiliário de época. A visita é gratuita.
Conheci,
ainda, o SESC Glória, no centro antigo, na mesma praça onde está situado o
Teatro Carlos Gomes. No local havia uma mostra de cinema, que foi o refúgio
para abrigar da insistente chuva.
Por fim,
o último dia da viagem foi feito em Vila Velha, cidade vizinha a Vitória. Elas
estão apenas separadas por pontes, uma vez que Vila Velha está no continente e,
Vitória, em uma ilha.
Na cidade
vizinha está uma das mais importantes construções históricas do Espírito Santo,
o Convento da Penha. Lembro-me de tê-lo visitado na adolescência, mas nesta
nova oportunidade pude melhor usufruir de seus encantos.
Como a
Serra da Piedade em Minas Gerais (veja postagem sobre ela neste blog), o local
é famoso pela religiosidade. Nossa Senhora da Penha é a padroeira do Estado.
Para chegar até lá, é preciso deixar o carro nas imediações. Evite os inúmeros flanelinhas,
deixando o automóvel próximo à Igreja do Rosário, ali bem perto, que também
vale uma visita.
O acesso
ao convento é gratuito, mas para chegar até o alto da montanha é preciso
percorrer cerca de 1,5 quilômetro. A distância pode ser vencida a pé ou por
meio de uma van que passa de 10 em 10 minutos. O preço do transporte para
ida-e-volta foi de R$ 4. O caminho é muito agradável, rodeado de árvores e com
uma vista maravilhosa de Vitória e Vila Velha.
Além das
paradas para tirar fotos e observar a paisagem, o convento também é um local histórico,
de 1562. A igreja é muito bonita, com belos altares e portadas de madeira
escura, com detalhes em ouro. Há também lojinhas, lanchonete e outros
atrativos. Para os católicos praticantes são realizadas missas em vários
horários durante o dia.
Depois do
convento, fui para a Barra do Jucu, também em Vila Velha, conhecer o
restaurante Espera Maré, especializado em moqueca capixaba, a mais importante
iguaria da região. Há várias opções, incluindo ou não frutos do mar. Confesso
que nunca fui fã de moquecas, mas a de lá é realmente divina. Além disso, o
local é muito bonito, com uma bela vista para o rio Jucu e a cidade.
Há muitas
atrações na região, tanto históricas quando praieiras e gastronômicas. A
chuvinha insistente me impedia de usufruir melhor delas. Fiz o que foi
possível, dentro das condições climáticas. Mas adianto algumas coisas
interessantes para uma próxima viagem: fábrica de chocolates Garoto (que
oferece visita com degustação), Museu da Vale, Praia da Costa, Morro do Moreno,
dentre outros.
Retornando
a Vitória, conheci a região do Triângulo das Bermudas, na Praia do Canto, onde
estão vários restaurantes, cafés e lojas. Visitei e gostei muito do Café
Tabaco, no Shopping Pátio.
Na volta
para BH, uma passada pela Pedra Azul, que pode ser observada da beira da
estrada, com o prenúncio de um bom retorno. Logo que saí de Vitória, o sol
apareceu novamente. Ou seja, pedindo que eu fizesse um novo retorno à bela
capital, para curtir um pouco mais suas atrações.
Até a
próxima!
Santa Teresa
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Rua de Lazer, em Santa Teresa |
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Rua de Lazer |
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Praça principal de Santa Teresa |
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Augusto Ruschi |
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Mural em prédio da cidade |
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Jardim da agência do Banco do Brasil |
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Foto de Wagner Cosse |
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Vista da pista de voo livre |
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Lá vem a chuva... |
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Pista de voo livre |
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Parque Augusto Ruschi |
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Parque Ruschi |
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Casa Lambert, a primeira da cidade |
Vitória
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Solar dos Monjardim |
Vila Velha
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Igreja do Rosário |
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Interior da igreja do Rosário |
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Vista do alto do Convento da Penha |
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Convento da Penha |
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Porta do claustro do convento |
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Interior da igreja do Convento da Penha |
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Nossa Senhora da Penha |
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Estrada que dá acesso ao convento |
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Restaurante Espera Maré |
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Barra do Jucu |
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Moqueca capixaba |
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