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Do alto da Torre Eiffel e a vista de Paris |
Fotos de Thelmo Lins e Wagner Cosse
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Certa
ocasião, voltando de avião de alguma viagem, ouvi uns passageiros comentando
sobre uma turnê pela Europa. Dentre vários elogios, eles criticaram duramente
Paris.
Em
outra situação, conhecidos meus falavam da dificuldade que encontraram na
capital francesa, principalmente no entendimento da língua, e acabaram apelando
para se alimentar em redes de fast food, ignorando aquela reconhecidíssima
culinária.
Muitos
também ressaltam a falta de paciência e até a grosseria de muitos parisienses,
incomodados com tantos visitantes.
Pois
é, Paris não é uma unanimidade. Quanto a mim, que estive na cidade em 2010, em
companhia do jornalista Wagner Cosse, não tenho o que me queixar. Acredito que
a cidade é para quem se prepara para ela e para quem, dentre outras coisas,
admira a arte.
E
ela pulsa o tempo todo, em todos os lugares. Nos fantásticos museus, nas
galerias, nas praças, nos edifícios e pontes, nas igrejas e nas incríveis
maisons de alta costura. Paris, para mim, é principalmente caminhar a esmo
pelas ruas, sem destino pré-definido, absorvendo a beleza de cada detalhe,
sentindo a cidade em os seus matizes.
Paris
é uma metrópole multifacetada, com grandes problemas urbanos. É também uma
cidade de grande multiplicidade étnica e religiosa, pois para lá migram
milhares de pessoas de todas as partes do mundo. O metrô talvez seja o lugar
mais simbólico neste sentido. Podemos observar, em um vagão, faces de raças
distintas e perfis de pessoas de países tão longínquos quanto o Japão e
Botswana, Brasil e Índia, Indonésia e África do Sul. Ali o mundo pulsa.
Por
isso, também, é uma cidade alvejada por grupos terroristas, vivendo em
constante vigilância. A segurança na capital francesa é assunto internacional.
E
a França é o país que mais recebe turistas no mundo. São mais de 70 milhões em
média que visitam o país anualmente e boa parte desse contingente marca
presença em Paris. A Torre Eiffel, por exemplo, é o monumento mais visitado do
planeta, com cerca de 7 milhões de pessoas anualmente.
A
partir desta postagem, vamos tratar de alguns pontos que eu visitei de Paris,
como a própria torre, os museus do Louvre e D´Orsay, a Ópera de Paris, a
catedral de Notre Dame e o bairro mais boêmio da cidade, Montmartre, dentre
outros.
Vamos
começar pela Torre Eiffel, que costuma ser a cereja do bolo para quem visita a
cidade. Como estive lá no mês de abril, ainda havia a brisa fria do inverno, portanto
o número de turistas que enfrenta a fila para subir no monumento de ferro era
bem menor do que no verão. E você pode me perguntar: tem graça visitar esse
monumento? Primeiramente, respondo que, além de um forte símbolo da cidade
(talvez o mais expressivo), a torre é belíssima. Cada andar que subimos (ela
tem cerca de 300 metros de altura), descortinam-se paisagens impressionantes de
Paris.
Subimos
no fim de tarde, com a intenção de ver as luzes noturnas da cidade se
acenderem. E, confesso, o visual é arrebatador. Valeu cada minuto das quase
duas horas de fila que enfrentamos para chegar ao seu topo.
Dali
observamos quase toda a cidade. O Campo de Marte, as ruas planejadas, a parte
moderna de Paris, conhecida como o bairro La Defense, o rio Sena, a Champs
Elysées. A planta da capital francesa é um bordado. Talvez seja esse um dos principais
motivos de sua atração internacional (além do charme, é claro). Preservar o
antigo e o novo, estar continuamente se atualizando, lançar moda, venerar o
passado.
O mesmo
se pode observar andando calmamente às margens do Sena, durante o dia, ou de
barco por essas famosas águas. Tudo ali inspira beleza e plasticidade.
Sempre
quis conhecer o Louvre e o D´Orsay, dois dos mais famosos museus franceses.
Nenhum deles é possível conhecer em um dia. Por isso, é preciso ter paciência e
se conformar em ver o que cabe na nossa agenda (eu fiquei em Paris somente cinco
dias).
Sobre o
Louvre, ou qualquer outro museu desse porte, o meu conselho é definir as suas
prioridades. Examinar no catálogo e na planta do museu onde estão as obras que
mais deseja conhecer. Caso contrário, quando as portas estiverem se fechando,
você ainda estará no Egito antigo (o museu começa na Antiguidade e vai até o
século 17). Amigos meus que moraram na capital francesa e visitaram o museu
inúmeras vezes não o conheceram completamente.
Vi a
Vênus de Milo (mais bonita ao vivo do que nas fotos), a arrebatadora Vitória de
Samotrácia (que tem uma réplica na capital mineira, onde vivo), a enigmática
Monalisa, as esculturas de Miguelângelo, a arte egípcia e persa. Depois flanei
naqueles corredores, perdendo-me entre tantas obras. Felizmente, não havia
tantos turistas como na alta temporada, o que facilitou a observação dos
quadros. Além disso, o prédio do museu é uma atração à parte. A arquitetura e a
decoração das paredes e forros são fantásticas. Felizmente o museu permite que
façamos fotos, desde que não usemos flash.
O D´Orsay
é o meu preferido, pois tenho o Impressionismo como meu estilo preferido na
História da Arte. E, dentre os artistas, ponho no meu panteão pessoal Claude
Monet. O museu exibe, dentre tantas obras do mestre, quatro das várias telas que
ele pintou em frente à catedral de Rouen, em sua obsessão por mostrar o efeito
da luz em sua fachada nas distintas horas do dia. Emocionante!
Renoir,
Manet, Van Gogh, Gauguin, Cezánne e outros nomes podem ser apreciados no museu,
num festival de cores e técnicas. A cada sala, uma galeria mais surpreendente.
Como admirador das artes plásticas, fiquei em completo êxtase. Wagner, mais
sensível do que eu, foi às lágrimas em vários momentos.
O museu ocupa uma antiga estação ferroviária, que foi adaptada para a nossa finalidade. Na impossibilidade de fazer registros fotográficos em seu interior, deixo aqui o site para consulta dos leitores: http://www.musee-orsay.fr/en/home.html.
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