Em Sítio, observando a praia de Nazaré, cerca de 100 km de Lisboa.
(Foto de Wagner Cosse; edição Thelmo Lins)
Fotos de Thelmo Lins, Wagner Cosse e parceiros
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É
sempre encantador visitar Lisboa. Desta vez estive lá entre o final de julho e
o princípio de agosto de 2019 e atestei o quanto a cidade se transformou,
realmente, em um dos destinos mais competitivos da Europa. Só de uma observação
do céu, aleatoriamente, notei que a cada 15 minutos chegava um novo avião à cidade,
num tráfego aéreo impressionante.
Já
estive em Lisboa em outras ocasiões, mas desta vez estava em companhia dos
queridos amigos Conceição, Vinicius e Wagner. Para que eles pudessem ter uma
noção da beleza e da riqueza cultural da região, decidimos comprar um passeio
de van que tinha por intenção fazer o circuito de Fátima, Batalha, Nazaré e
Óbidos em um dia. A única cidade que eu não conhecia era o balneário de Nazaré,
mas valeu a pena voltar às outras localidades, devido à sua beleza e importância.
Pagamos 50 euros, por pessoa, pelo tour.
Fátima
Começamos
por Fátima, importante centro religioso católico internacional. Foi ali que, em
1917, três pastores – Lúcia, Jacinta e Francisco – todos crianças, teriam
testemunhado a aparição de uma figura brilhante em cima de uma azinheira, a
quem posteriormente identificaram com Maria, a mãe de Cristo. Desde então, o
local se transformou em um ponto de peregrinação.
Na
grande esplanada de Fátima encontram-se a basílica, construída em 1928, a
Capela das Aparições (local onde a Virgem teria aparecido aos pastores) e, mais
recentemente, foi construída outra igreja, com capacidade para mais de 5.000
pessoas. Na basílica estão os túmulos dos três pastorinhos, belamente
decorados. Eles também viraram locais de vigília e oração.
Mesmo
para os pouco crentes, Fátima chama a atenção pelo magnetismo da fé que irradia
entre os tantos penitentes. Rezando, cumprindo promessas de joelhos, acendendo
velas, ela irradia uma aura comovente. Talvez por isso, são creditados milagres
e graças aos que puderam ter a chance de estar ali.
Não
me furtei à lembrança da minha infância em Itabirito, quando coroávamos Nossa
Senhora no mês de maio. No dia 13, fantasiados de pastores, depositávamos na
imagem de Fátima a palma, o véu e a coroa, cantando: “A 13 de maio, na Cova da
Iria, no céu aparece a Virgem Maria...” E lá se vão várias décadas!
Batalha
O
próximo passo do roteiro é o impressionante Mosteiro da Batalha, reconhecido
como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco. O nome comemora a vitória
do Rei João I sobre Castela, em Aljubarrota, lugarejo situado a 10 km dali. A
obra teve início em 1386 e tem predominante estilo gótico. Muitos dos cômodos
estão inconclusos, devido às interrupções ocorridas durante a construção. Mas o
que chegou aos nossos dias é fantástico.
Foi
usada a pedra calcária, em tom de areia, que, com o tempo, ganhou manchas
avermelhadas e negras. Em seu interior, uma imponente catedral, capelas e
claustros, iluminados por coloridos vitrais. Há também construções manuelinas,
típicas da Era do Descobrimento (1450 a 1550). O portal de entrada também é
arrebatador.
Não
se cobra ingresso para entrar no mosteiro. Mas há uma taxa para quem quiser
visitar algumas dependências específicas, como a Capela do Fundador, que tem
uma rica decoração com rendilhados na pedra. Nos arredores, lojinhas de
artesanato e restaurantes muito agradáveis.
Nazaré
O
próximo destino foi Nazaré, uma linda praia rodeada de rochedos, com uma longa
faixa de areia, água em tom verde azulado, casinhas brancas com telhados
vermelhos. O motorista parou numa localidade chamada Sítio, no alto de um dos
penhascos, onde encontra-se uma praça dominada pelo santuário de Nazaré. Dali
se observa uma vista de tirar o fôlego.
Em
Sítio, existem muitas lojas de artesanato e restaurantes. Lá se avistam as
tradicionais mulheres vestidas com a sete saias, um dos trajes típicos da
cultura portuguesa.
Nazaré
é famosa pelas ondas gigantescas que atraem surfistas do mundo inteiro. Uma
delas, de 30 metros de altura, figura no livro dos recordes da Guinness.
Nessa
leva de brasileiros que estão saindo do Brasil para morar em Portugal, confesso
que Nazaré foi a cidade que mais me atraiu nesse caminho. Já me vi morando
naquele local tão agradável, numa daquelas casinhas saídas dos contos de fadas,
e me banhando naquela praia aprazível. Quem sabe, um dia?
Óbidos
Saindo
de Nazaré, fomos para o último destino do passeio, a vila de Óbidos. Trata-se
de uma cidade colorida, cercada por grandes muralhas. O castelo é considerado
uma das sete maravilhas de Portugal.
Como
tínhamos pouco tempo, optamos por alugar uma charrete para conhecer melhor a
vila. As ruas de pedra, o casario branco com detalhes coloridos, muitas flores,
igrejas ricamente ornadas e muitos visitantes. Havia, na ocasião, um festival
medieval e a cidade estava enfeitada com grandes bandeirolas vermelhas e azuis.
A
história de Óbidos remonta ao ano de 1148, logo que os mouros foram expulsos da
Península Ibérica. Em 1282, o rei Dinis a deu de presente para sua esposa,
Isabel de Aragão. Atualmente é um disputado destino turístico encantadoramente
bem preservado, com muitas lojas, restaurantes, cafés e atrações culturais,
como o Folio, o famoso festival que deu a ela o título de cidade literária pela
Unesco. Ele acontece em outubro.
O
circuito finalizou no Miradouro São Pedro de Alcântara, em Lisboa, de onde se
tem uma vista incrível da capital portuguesa, principalmente no pôr do sol,
quando os casarões ficam tingidos de um tom dourado. Assim, bom momento para
uma pausa para tomar um chope ou uma taça de vinho, enquanto assistimos à
chegada do anoitecer.
Terminamos
esta postagem e convidamos para continuar nos acompanhando neste tour pela
Europa. A próxima parada será no Museu Nacional dos Coches, na região de Belém,
em Lisboa. Até lá!
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Maravilhosa viagem. Fotografias esplêndidas. Obrigada 🤝
ResponderExcluirAgradecido. Poderia enviar seu nome e o local onde mora, por favor? Abraços
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