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Na colina do Panecillo, com o centro histórico de Quito ao fundo (foto de Wagner Cosse)
Fotos de Thelmo Lins Clique nas fotos para ampliá-las |
Quito é a capital do Equador e a porta de entrada para o
turismo nacional. É uma cidade muito antiga, desde os tempos do Império Inca, encravada
no alto da cordilheira dos Andes, a cerca de 2.850 m de altitude. Tem
aproximadamente 3 milhões de habitantes e, na época em que estive lá (final de
abril, princípio de maio), a temperatura média era de 16º.
Em 1978, a
Unesco considerou o centro histórico da cidade como Patrimônio Mundial, que é o
maior e mais bem com conservado da América Latina. Foi uma das primeiras
localidades a receber o título no mundo. São aproximadamente 72 quarteirões,
concentrados em 4 km2, onde podem ser apreciados 40 igrejas, 16 mosteiros e
monastérios e 17 praças. Durante o dia, o movimento é intenso. Ali estão os
principais órgãos públicos, com o palácio presidencial, a prefeitura,
secretarias de governo, dentre outros. À noite, as ruas ficam desertas, apesar
da bela iluminação dos prédios.
Os
quitenhos estão intranquilos com relação ao atual estado do país, porque a
instabilidade política e a corrupção provocam indignação e casos de violência.
Há, também, muitos imigrantes de que chegam ali sem emprego ou oportunidades,
provocando assaltos e outros pequenos delitos. Por isso, é importante ficar
atento aos bolsos, documentos, câmeras, celulares, como em qualquer outra
metrópole internacional. Há uma polícia turística a postos para quaisquer emergências.
Felizmente não tive nenhum problema, embora também não tenha me arriscado
muito, após ter obtido essas informações nos postos turísticos e mesmo no hotel
em que nos hospedei.
Wagner, que
viajou comigo, saiu um dia para fotografar à noite e foi abordado por um
policial que, gentilmente, o alertou para a questão da segurança e fez questão
de acompanhá-lo até o hotel. Este e outros fatos nos fizeram acreditar e até
consolidar a impressão de cordialidade do povo equatoriano. Desde o aeroporto
até o comércio, locais de visitação e nas ruas, sempre foram muito solícitos e educados,
sempre com um sorriso amável no rosto.
A vida
noturna do centro histórico de Quito está mais ou menos circunscrita à Calle de
la Ronda, uma ruazinha colorida onde estão concentrados vários restaurantes,
cafés e lojas. Ali há também um posto da polícia, o que garante a tranquilidade
dos visitantes. Vale a pena visitar, pois é ali que a cidade pulsa durante a
noite. De dia, quase não há movimento.
Visitamos
(Wagner e eu) vários museus importantes que a cidade oferece, boa parte deles
ligados à Igreja Católica, como a Iglesia de la Compañia, fundada pelos jesuítas
no século XVII. Trata-se da construção com maior quantidade de ouro e ornamentos
que já vi, e olha que moro perto de Ouro Preto e outras cidades mineiras
famosas pelo requinte e douramento. É proibido fotografar lá dentro, mas a
impressão é de espanto total perante tanto luxo.
A mesma
reação temos no complexo de São Francisco, o mais antigo do centro histórico, na
catedral e na igreja de Santo Domingo. São construções requintadas, com amplos
pátios e belíssimas capelas. Em todas é possível subir às torres para
vislumbrar paisagens encantadores da capital. Em alguns monumentos, cobram-se ingressos
que custam de 1 a 5 dólares.
Outro local
que nos impactou foi a Basílica de Quito, que teve sua construção iniciada no final
do século XIX, em estilo neogótico. Embora não tenha o requinte dourado das
outras igrejas, o passeio por suas dependências é recomendado, principalmente
pela vista que proporciona de um de seus pátios e torres. Nas proximidades do
templo, há uma ótima loja de artesanato, além de um café.
Ficamos
também satisfeitos com a qualidade prestada pelos guias desses edifícios e
museus. São jovens bem preparados, a maioria formada em Turismo, que oferecem muitos
elementos históricos que permitem a melhor compreensão do monumento visitado.
Durante o
fim de semana, o centro de Quito vira uma festa. A população sai às ruas para
passear e se divertir. No dia 1º de maio houve manifestações políticas, em desagravo
à situação política do país, mas também bandas de música, apresentações artísticas
e até mesmo uma exibição circense em plena Praça da Independência, a principal
da cidade.
O Equador é
famoso pelo chocolate e pelo café produzidos no país. Por isso, muitos locais
oferecem experiências gastronômicas e venda desses produtos. O mais requintado
é a República do Cacau, mas há outras opções no centro histórico. Há muitas
cafeterias e confeitarias onde podemos experimentar e adquirir doces,
biscoitos, queijos e outras iguarias.
Fora do
centro histórico, na parte moderna da cidade, visitamos a Casa de la
Cultura, onde estão vários equipamentos artísticos da cidade, a maioria fechada
por causa de obras de reforma. Trata-se de um edifício redondo, de arquitetura
arrojada, com belos jardins repletos de esculturas. Dentre os locais abertos à
visitação, conhecemos o museu, que conta a história do Equador, objetos e obras
de arte de grandes artistas nacionais; e a sala de cinema, onde pudemos
assistir à estreia de uma película equatoriana, com a presença do diretor,
atores e equipe de produção. Na Casa também estão localizadas a biblioteca, a
cinemateca e quatro salas de espetáculo. As entradas para o museu e para o cinema
foram gratuitas.
Tentamos
visitar o Museu Oswaldo Guayasimin (1919-1999), com as obras do grande artista
plástico equatoriano, mas não tivemos sorte. No entanto, a visita é altamente recomendável.
Quito
oferece muitas opções de lazer. Há vários teatros importantes, um centro
cultural em plena área histórica (onde vimos um belo concerto de orquestra,
também gratuito), um cinema antigo em estilo Art Deco, além de muitos
restaurantes e bares. Um dos locais mais agradáveis para visitação é o El Panecillo,
uma colina onde está a escultura da Virgem del Panecillo, o símbolo da cidade.
É um monumento de 41 metros de altura, mais alto do que o Cristo Redentor, do
Rio. A estrutura, formada por 7.400 peças de alumínio, foi criada pelo escultor
espanhol Agustín de la Herrán Matorras, como um presente da Espanha para o
Equador. Sua inauguração aconteceu em 1975. Do local se tem uma vista
espetacular de Quito. Estivemos lá no final de tarde, princípio de noite,
quando pudemos vislumbrar a iluminação noturna da cidade. Como era fim de
semana, havia barraquinhas com comidas típicas e várias tendas de artesanato.
Um local muito agradável, frequentado principalmente pelos quitenhos.
Outro local
de muita visitação é o TeleferiQo de Quito, que só funciona, por questões de segurança,
nos dias de boa visibilidade, sem muita neblina. São 2,5 km de subida até uma
altitude de quase 4 mil metros, de onde se tem um visual maravilhoso da capital
e de toda a região vizinha. Em dias em que o céu está mais limpo, é possível
ver os principais vulcões que circundam a cidade. Não tivemos esta sorte,
porque as montanhas estavam cobertas. Mas, mesmo assim, vale a pena a visita. O
passeio custa 9 dólares. Lá em cima há café e lojas de artesanato.
Por falar
em neblina, tão logo chegamos a Quito descobrimos que a cidade tem constantes
alterações de clima durante o dia, o chamado micro clima. Segundo pesquisa que
fizemos no Brasil, a época seria de chuva. Assim, nos preparamos para tal. Mas,
para nossa surpresa, o dia geralmente começava ensolarado e, depois, podia
escurecer, nublar e até chover, nem sempre nessa ordem. À noite esfriava,
chegando a 11º, 13º. Este ciclo permaneceu durante toda a viagem.
Encontrar o
tempo limpo é difícil, mas nem sempre impossível. O vulcão Cotopaxi, por
exemplo, que é um dos mais belos do país, não se mostrou em nenhum dia de nossa
viagem. E ele pode ser visto até mesmo de Quito, em dias de céu azulado. Mas
tivemos outras surpresas que contarei mais adiante.
Por fim,
gostaria de falar um pouco da nossa hospedagem em Quito: o Hotel Boutique
Portal de Cantuña, localizado no centro histórico, ao lado da igreja de São
Francisco. Além da excelente localidade, o prédio é uma antiga residência
típica quitenha, com uma decoração especialíssima, que parecia mais um museu do
que uma pousada. Um local extremamente charmoso, com funcionários muito
cordiais. Recomendo!
Bem, na
próxima postagem vamos conhecer algumas atrações localizadas nos arredores de Quito,
como o lago Quilotoa, a Mitad del Mundo e Otavalo. Até lá!
Paisagens noturnas do Centro Histórico
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Concerto no Centro Cultural em homenagem às vítimas do deslizamento em Alausi, sul do Equador |
Centro Histórico de Quito
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Igreja da Companhia de Jesus, a mais luxuosa da cidade (foto internet) |
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Produtos do cacau equatoriano |
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Experiência gastronômica com o chocolate do Equador |
Iglesia de El Sagrario
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Torre da catedral e Palácio Presidencial |
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Praça Grande ou da Independência, a principal de Quito |
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Hotel de luxo localizado no centro histórico |
Basílica de Quito
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Do alto da torre, vista da área moderna da cidade |
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Vista do centro histórico e do Panecillo |
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Lateral da basílica |
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Vitral principal |
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Interior da igreja |
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Fachada |
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Praça e igreja de São Francisco |
El Panecillo
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Estátua da Virgem |
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Vista de Quito |
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Vista do Centro Histórico |
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Vista da cidade moderna |
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Wagner, ao lado de um homem vestido com trajes típicos e uma lhama |
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Iluminação noturna |
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Barracas de artesanato e comidas típicas do Panecillo |
Igreja e Convento de São Francisco
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Pintura da Escola Quitenha, com alto relevo |
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Pátio interno do convento |
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Vista de Quito das torres da igreja |
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Interior da Igreja de São Francisco |
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Altar dourado de São Francisco |
Ruas de Quito no fim de semana
Catedral Metropolitana de Quito
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Escada de acesso às torres |
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Praça da Independência vista do alto da Catedral |
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Wagner e o Centro Histórico de Quito |
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Salão do Museu da Catedral |
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Fachada da catedral, com apresentação circense |
Cenas e edifícios do Centro Histórico
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Igreja de Santo Agostinho |
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Área de lazer de um hotel de luxo |
Praças de Quito
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Edifício que abriga entidade defensora dos direitos dos LGBTQIA+ |
Calle de La Ronda
Praça, igreja e convento de Santo Domingo
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Estátua de Sucre, libertador do Equador |
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Impressionante capela no interior da igreja |
TeleferiQo
Área moderna de Quito e a Casa de la Cultura Equatoriana
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Obra do período pré-colonial |
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Exemplar da pintura colonial equatoriana |
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Obra de Oswaldo Guayasamin |
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Inteiror da Casa de la Cultura |
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Cinemateca |
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