quinta-feira, 18 de maio de 2023

Viagem ao Equador - Parte II - Quito

 

Na colina do Panecillo, com o centro histórico de Quito ao fundo
(foto de Wagner Cosse)

Fotos de Thelmo Lins
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            Quito é a capital do Equador e a porta de entrada para o turismo nacional. É uma cidade muito antiga, desde os tempos do Império Inca, encravada no alto da cordilheira dos Andes, a cerca de 2.850 m de altitude. Tem aproximadamente 3 milhões de habitantes e, na época em que estive lá (final de abril, princípio de maio), a temperatura média era de 16º.

            Em 1978, a Unesco considerou o centro histórico da cidade como Patrimônio Mundial, que é o maior e mais bem com conservado da América Latina. Foi uma das primeiras localidades a receber o título no mundo. São aproximadamente 72 quarteirões, concentrados em 4 km2, onde podem ser apreciados 40 igrejas, 16 mosteiros e monastérios e 17 praças. Durante o dia, o movimento é intenso. Ali estão os principais órgãos públicos, com o palácio presidencial, a prefeitura, secretarias de governo, dentre outros. À noite, as ruas ficam desertas, apesar da bela iluminação dos prédios.

            Os quitenhos estão intranquilos com relação ao atual estado do país, porque a instabilidade política e a corrupção provocam indignação e casos de violência. Há, também, muitos imigrantes de que chegam ali sem emprego ou oportunidades, provocando assaltos e outros pequenos delitos. Por isso, é importante ficar atento aos bolsos, documentos, câmeras, celulares, como em qualquer outra metrópole internacional. Há uma polícia turística a postos para quaisquer emergências. Felizmente não tive nenhum problema, embora também não tenha me arriscado muito, após ter obtido essas informações nos postos turísticos e mesmo no hotel em que nos hospedei.

            Wagner, que viajou comigo, saiu um dia para fotografar à noite e foi abordado por um policial que, gentilmente, o alertou para a questão da segurança e fez questão de acompanhá-lo até o hotel. Este e outros fatos nos fizeram acreditar e até consolidar a impressão de cordialidade do povo equatoriano. Desde o aeroporto até o comércio, locais de visitação e nas ruas, sempre foram muito solícitos e educados, sempre com um sorriso amável no rosto.

            A vida noturna do centro histórico de Quito está mais ou menos circunscrita à Calle de la Ronda, uma ruazinha colorida onde estão concentrados vários restaurantes, cafés e lojas. Ali há também um posto da polícia, o que garante a tranquilidade dos visitantes. Vale a pena visitar, pois é ali que a cidade pulsa durante a noite. De dia, quase não há movimento.

            Visitamos (Wagner e eu) vários museus importantes que a cidade oferece, boa parte deles ligados à Igreja Católica, como a Iglesia de la Compañia, fundada pelos jesuítas no século XVII. Trata-se da construção com maior quantidade de ouro e ornamentos que já vi, e olha que moro perto de Ouro Preto e outras cidades mineiras famosas pelo requinte e douramento. É proibido fotografar lá dentro, mas a impressão é de espanto total perante tanto luxo.

            A mesma reação temos no complexo de São Francisco, o mais antigo do centro histórico, na catedral e na igreja de Santo Domingo. São construções requintadas, com amplos pátios e belíssimas capelas. Em todas é possível subir às torres para vislumbrar paisagens encantadores da capital. Em alguns monumentos, cobram-se ingressos que custam de 1 a 5 dólares.

            Outro local que nos impactou foi a Basílica de Quito, que teve sua construção iniciada no final do século XIX, em estilo neogótico. Embora não tenha o requinte dourado das outras igrejas, o passeio por suas dependências é recomendado, principalmente pela vista que proporciona de um de seus pátios e torres. Nas proximidades do templo, há uma ótima loja de artesanato, além de um café.

            Ficamos também satisfeitos com a qualidade prestada pelos guias desses edifícios e museus. São jovens bem preparados, a maioria formada em Turismo, que oferecem muitos elementos históricos que permitem a melhor compreensão do monumento visitado.

            Durante o fim de semana, o centro de Quito vira uma festa. A população sai às ruas para passear e se divertir. No dia 1º de maio houve manifestações políticas, em desagravo à situação política do país, mas também bandas de música, apresentações artísticas e até mesmo uma exibição circense em plena Praça da Independência, a principal da cidade.

            O Equador é famoso pelo chocolate e pelo café produzidos no país. Por isso, muitos locais oferecem experiências gastronômicas e venda desses produtos. O mais requintado é a República do Cacau, mas há outras opções no centro histórico. Há muitas cafeterias e confeitarias onde podemos experimentar e adquirir doces, biscoitos, queijos e outras iguarias.

            Fora do centro histórico, na parte moderna da cidade, visitamos a Casa de la Cultura, onde estão vários equipamentos artísticos da cidade, a maioria fechada por causa de obras de reforma. Trata-se de um edifício redondo, de arquitetura arrojada, com belos jardins repletos de esculturas. Dentre os locais abertos à visitação, conhecemos o museu, que conta a história do Equador, objetos e obras de arte de grandes artistas nacionais; e a sala de cinema, onde pudemos assistir à estreia de uma película equatoriana, com a presença do diretor, atores e equipe de produção. Na Casa também estão localizadas a biblioteca, a cinemateca e quatro salas de espetáculo. As entradas para o museu e para o cinema foram gratuitas.  

            Tentamos visitar o Museu Oswaldo Guayasimin (1919-1999), com as obras do grande artista plástico equatoriano, mas não tivemos sorte. No entanto, a visita é altamente recomendável.

            Quito oferece muitas opções de lazer. Há vários teatros importantes, um centro cultural em plena área histórica (onde vimos um belo concerto de orquestra, também gratuito), um cinema antigo em estilo Art Deco, além de muitos restaurantes e bares. Um dos locais mais agradáveis para visitação é o El Panecillo, uma colina onde está a escultura da Virgem del Panecillo, o símbolo da cidade. É um monumento de 41 metros de altura, mais alto do que o Cristo Redentor, do Rio. A estrutura, formada por 7.400 peças de alumínio, foi criada pelo escultor espanhol Agustín de la Herrán Matorras, como um presente da Espanha para o Equador. Sua inauguração aconteceu em 1975. Do local se tem uma vista espetacular de Quito. Estivemos lá no final de tarde, princípio de noite, quando pudemos vislumbrar a iluminação noturna da cidade. Como era fim de semana, havia barraquinhas com comidas típicas e várias tendas de artesanato. Um local muito agradável, frequentado principalmente pelos quitenhos.

            Outro local de muita visitação é o TeleferiQo de Quito, que só funciona, por questões de segurança, nos dias de boa visibilidade, sem muita neblina. São 2,5 km de subida até uma altitude de quase 4 mil metros, de onde se tem um visual maravilhoso da capital e de toda a região vizinha. Em dias em que o céu está mais limpo, é possível ver os principais vulcões que circundam a cidade. Não tivemos esta sorte, porque as montanhas estavam cobertas. Mas, mesmo assim, vale a pena a visita. O passeio custa 9 dólares. Lá em cima há café e lojas de artesanato.

            Por falar em neblina, tão logo chegamos a Quito descobrimos que a cidade tem constantes alterações de clima durante o dia, o chamado micro clima. Segundo pesquisa que fizemos no Brasil, a época seria de chuva. Assim, nos preparamos para tal. Mas, para nossa surpresa, o dia geralmente começava ensolarado e, depois, podia escurecer, nublar e até chover, nem sempre nessa ordem. À noite esfriava, chegando a 11º, 13º. Este ciclo permaneceu durante toda a viagem.

            Encontrar o tempo limpo é difícil, mas nem sempre impossível. O vulcão Cotopaxi, por exemplo, que é um dos mais belos do país, não se mostrou em nenhum dia de nossa viagem. E ele pode ser visto até mesmo de Quito, em dias de céu azulado. Mas tivemos outras surpresas que contarei mais adiante.

            Por fim, gostaria de falar um pouco da nossa hospedagem em Quito: o Hotel Boutique Portal de Cantuña, localizado no centro histórico, ao lado da igreja de São Francisco. Além da excelente localidade, o prédio é uma antiga residência típica quitenha, com uma decoração especialíssima, que parecia mais um museu do que uma pousada. Um local extremamente charmoso, com funcionários muito cordiais. Recomendo!

            Bem, na próxima postagem vamos conhecer algumas atrações localizadas nos arredores de Quito, como o lago Quilotoa, a Mitad del Mundo e Otavalo. Até lá!

Paisagens noturnas do Centro Histórico






Concerto no Centro Cultural em homenagem às vítimas
do deslizamento em Alausi, sul do Equador

Centro Histórico de Quito

Igreja da Companhia de Jesus, a mais luxuosa da cidade
(foto internet)




Produtos do cacau equatoriano

Experiência gastronômica com o chocolate do Equador



Iglesia de El Sagrario




Torre da catedral e Palácio Presidencial

Praça Grande ou da Independência, a principal de Quito

Hotel de luxo localizado no centro histórico

Basílica de Quito

Do alto da torre, vista da área moderna da cidade

Vista do centro histórico e do Panecillo

Lateral da basílica

Vitral principal

Interior da igreja

Fachada



Praça e igreja de São Francisco

El Panecillo

Estátua da Virgem

Vista de Quito

Vista do Centro Histórico

Vista da cidade moderna

Wagner, ao lado de um homem vestido com trajes típicos e uma lhama

Iluminação noturna

Barracas de artesanato e comidas típicas do Panecillo

Igreja e Convento de São Francisco




Pintura da Escola Quitenha, com alto relevo



Pátio interno do convento


Vista de Quito das torres da igreja



Interior da Igreja de São Francisco


Altar dourado de São Francisco

Ruas de Quito no fim de semana



Catedral Metropolitana de Quito


Escada de acesso às torres


Praça da Independência vista do alto da Catedral


Wagner e o Centro Histórico de Quito

Salão do Museu da Catedral

Fachada da catedral, com apresentação circense

Cenas e edifícios do Centro Histórico






Igreja de Santo Agostinho

Área de lazer de um hotel de luxo

Praças de Quito




Edifício que abriga entidade defensora dos direitos dos LGBTQIA+



Calle de La Ronda




Praça, igreja e convento de Santo Domingo


Estátua de Sucre, libertador do Equador



Impressionante capela no interior da igreja


TeleferiQo

Área moderna de Quito e a Casa de la Cultura Equatoriana





Obra do período pré-colonial







Exemplar da pintura colonial equatoriana


Obra de Oswaldo Guayasamin



Inteiror da Casa de la Cultura

Cinemateca




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