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No centro histórico de Puno |
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Puno é uma cidade peruana de, aproximadamente, 150.000
habitantes, localizada às margens do lago Titicaca, o mais importante do país. Encravado
na cordilheira dos Andes, trata-se do lago navegável mais alto do mundo, situado
a cerca de 3.800 metros de altitude, e com uma área de 8.372 km².
Deste total, 60% encontra-se no território peruano e o restante, na Bolívia.
É o segundo lago em extensão na
América Latina, superado apenas pelo Maracaibo, na Venezuela. Vinte e cinco rios
desaguam no Titicaca, que tem uma profundidade média de 140 a 180 metros.
Existem cerca de 40 ilhas, destas nove foram feitas artificialmente pelos povos
da etnia dos Uros, utilizando uma planta chamada totora.
A totora é a matéria prima dos Uros:
com ela, eles constroem a ilha, as casas, todo o mobiliário e até as
embarcações, numa intrincada engenharia desenvolvida há séculos. Eles vivem
nessas ilhotas, onde sobrevivem do seu belíssimo artesanato e do atendimento
aos turistas. Nas visitas, somos convidados a conhecer todo o processo de
montagem das ilhas e a intimidade das residências dos moradores. Para coroar a
nossa permanência, ainda fazemos um passeio relaxante pela embarcação, como se
estivéssemos nas gôndolas venezianas.
O Titicaca é belíssimo. Dos
barcos, que saem do cais de Puno, podemos fazer vários passeios pela região. Além
da ilha dos Uros, fomos a Ilha de Taquile, localizada a 45 km de Puno (três
horas de barco). Com cerca de 2.000 habitantes, a ilha é famosa pela arte
têxtil praticada pelo seu povo, que usam coloridos trajes típicos. O inusitado
é que vemos os homens criando as tecelagens, oriundas de povos ancestrais. Lá
também sobreviveram algumas ruínas do império inca.
Ao chegarmos em Taquile, nos deparamos
com uma subida bastante íngreme, que terminou em uma praça, onde havia um grupo
de taquileños realizando uma apresentação de música e dança. Em seguida, fomos
almoçar em um dos restaurantes locais, apreciando a vista do lago.
Foi uma oportunidade para
estreitarmos os laços fraternos com os outros componentes da turnê, inclusive um
casal gaúcho, acompanhado de sua filha. Foi uma tarde extremamente agradável,
com um clima delicioso.
Na volta a Puno, no barco,
pudemos observar outras ilhas e comunidades ribeirinhas, com suas casinhas
coloridas e seus costumes milenares. A cidade sobrevive quase que exclusivamente
do turismo e ele tem cobrado um preço alto, pois a população cresceu consideravelmente
nos últimos anos.
Wagner, que conheceu Puno no
final dos anos 1980, recordava-se de uma cidade pequena, com poucas opções de hospedagem
e alimentação. Hoje, há muitos hotéis e restaurantes e ótimas lojas se
artesanato. Os presépios locais são particularmente charmosos.
Fundada em 1668, Puno apresenta um
centro histórico, que pode ser percorrido a pé, pois nosso hotel ficava bem
perto. Na praça principal, a Catedral Basílica San Carlos Borromeo (1757) e um
casario dos tempos coloniais ainda sobrevivem, como a Casa del Corrigedor. A
cidade também é conhecida como a Capital Folclórica do Peru, com cerca de 350
danças cadastradas. No nosso hotel, conhecemos algumas máscaras de algumas
dessas manifestações.
Chamou-nos a atenção o fato de a
maioria das casas que circunda o centro não terem acabamento. São construções
de bom padrão, mas que ficaram sem reboco ou pintura, causando uma impressão
não muito boa. Depois soubemos que o Peru cobra um imposto mais alto de quem
termina a fachada. Sendo assim, muitos preferem manter as casas inacabadas.
Somente os prédios públicos e os serviços (hotéis, restaurantes, bancos, etc.)
têm o cuidado de concluir as obras.
Imaginei como seria diferente se o
governo, ao invés de punir, incentivasse os moradores a terminar suas
residências. Como a cidade ficaria muito mais bonita e atraente!
Outro ponto abordado pela guia
que nos acompanhou durante o passeio foi o impacto das mudanças ambientais no
lago. Segundo ela, o Titicaca está vários centímetros mais baixo do que há
algumas décadas, o que reflete o aquecimento global e a redução do nível das
chuvas. Ela não se mostrava muito otimista com o futuro. Em 2023, o governo da Bolívia
“emitiu um alerta para uma possível seca no lago, informando que a profundidade
estava a dois centímetros abaixo do nível considerado preocupante”.
Ilhas de Totora dos Uros
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Morador explica como se criam as ilhas de totora |
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Regina e eu com uma moradora local |
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Wagner, Regina e eu em cima da ilha de totora |
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Barco que faz o trajeto até as ilhas
Ilha Taquile |
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Subida íngreme com os amigos gaúchos |
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Música e dança dos taquileños |
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Portal da ilha |
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Praça principal |
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Wagner (de azul) brinca com os taquileños e turistas |
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Titicaca visto de Taquile |
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Moradores com trajes típicos |
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Igreja local |
Lago Titicaca
Puno
Centro Histórico
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Piso da rua de pedestres |
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Praça principal |
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Interior da Catedral |
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Interior da Casa del Corrigedor |
Máscaras e artesanato de Puno