domingo, 26 de maio de 2013

Na Tanzânia, com lua cheia, hotéis deslumbrantes e milhares de gnus

Com um dos mais de mil baobás de Tarangire

A despedida de Nairóbi aconteceu no mesmo hotel onde nos hospedamos anteriormente, o Southern Sun Mayfair Nairóbi. Desta vez, com um sabor diferente, pois a direção nos ofereceu um quarto executivo, mais sofisticado, o que nos fez sentir mais acarinhados. O turismo africano é de excelência e os hotéis capricham na qualidade dos serviços.
Pois bem, fazendo um breve resumo: estamos (Wagner Cosse e eu) empreendendo uma viagem pela África, com o objetivo de visitar a Etiópia, o Quênia e a Tanzânia. No Quênia, conhecemos o paulistano Tímor. A próxima etapa é a Tanzânia. Saímos da capital queniana na manhã do dia 22 de maio de 2013, de van. Cruzamos a fronteira duas horas e meia mais tarde. Pagamos 50 dólares por pessoa para obter o visto, que foi concedido com muita tranquilidade. Aproveito para comentar aqui que nos foi oferecido, em Belo Horizonte, um serviço de despachante para obtermos os vistos com antecedência. Por acharmos os custos altos (cobravam 120 reais por pessoa por visto, totalizando cerca de 1.000 reais para mim e para o Wagner), resolvermos não contratar a empresa. Foi uma ótima opção, pois não tivemos nenhum problema na África, uma vez que sempre apresentávamos todos os documentos dos pacotes turísticos.
Em terras tanzanianas, logo tomamos contato com a moeda do país, que também se chama shilling. Com um dólar, obtém-se 1600 shillings. Ufa, vamos precisar de calculadora por aqui. Mas, também, notamos que a economia nos pontos turísticos está dolarizada. E os preços bem mais salgados.
Chegamos a Arusha, o ponto de início da jornada pelo país. Logo conhecemos o guia Joseph, um senhor bonachão, que fala castelhano. Conhecemos, ainda, Alberto e Silvia, dois espanhóis da região de Leon que, a partir de então, compartilharam a viagem conosco e com o Tímor. O casal estava em lua de mel.
Pegamos uma estrada para Tarangire, a meio caminho do Serengeti, nosso destino final. Os primeiros quilômetros foram uma verdadeira tortura. O trânsito da rodovia, em reforma, foi desviado para um caminho empoeiradíssimo. Por fim, o alívio do trecho asfaltado.
Chegamos a Tarangire, um parque marcado pelo expressivo número de baobás, mais de mil. Cada um mais belo e majestoso que o outro. Dos vários animais que vimos, destacou-se um casal de leões em pleno ato sexual. Uma cena selvagem, vibrante e de grande impacto para todos nós.
Como já ressaltei em outras postagens, os lodges são um caso à parte nessa viagem. São lindos, charmosos e bem localizados. A impressão que temos é de estarmos no enredo de um daqueles filmes dos anos 50 passados na selva e que, a qualquer momento, Ava Gardner vai entrar na área de lazer e pedir uma bebida.
No Serengeti não foi diferente. O mítico parque africano, que abraça parte da Tanzânia e do Quênia, é um deslumbre, tanto pela vegetação, quanto pelo número expressivo de animais que ali vivem. O que mais nos chamou a atenção foram os gnus. São milhões. Estão todos ali, juntos com milhares de zebras, iniciando uma jornada por uma trilha de mais de três mil quilômetros, até chegarem ao Quênia, em setembro.
No parque, nos hospedamos no Pioneer Camp, talvez o melhor hotel desta viagem. Não somente pela localização privilegiada, o que nos permitia uma vista panorâmica do parque, mas pela qualidade do serviço. Os quartos, como em Masai, são barracas muito bem estruturadas, com charmosos móveis e um chuveiro sensacional, abastecido com água quente à base de energia solar. Todo o serviço é aprimorado por uma concepção bastante arrojada de interação com a natureza, com um viés ecologicamente correto.
Para melhorar ainda mais o ambiente, o hotel serviu um suntuoso jantar à beira da piscina. E, se isso já não bastasse, ainda surgiu uma lua cheia no céu, coroando todo o ambiente de extremo romantismo.
Do Serengeti, partimos para a cratera de Ngorongoro, um extinto vulcão que se transformou em um oásis para o reino animal. Brincando, julgo que é um resort de luxo. Os bichos vivem ali rodeados por montanhas, vários lagos e uma vegetação primorosa. Leões, zebras, rinocerontes, hienas, aves de todas as cores e tamanhos, inclusive uns poucos, mas fiéis, flamingos (pois é, a visão deles ficará para uma próxima viagem), que convivem ali com a harmonia que é possível na luta pela sobrevivência.
No charmoso hotel de Ngorongoro, localizado no alto de uma das montanhas que formam a cratera, pudemos admirar o mais belo por do sol de nossa passagem pela África, aguçando ainda mais os sentidos e carregando de novas tintas essa experiência magnífica de conhecer parte dessa incomparável continente.
Nesse período da viagem, com a companhia de nossos amigos espanhóis, de Wagner e Tímor, uma canção foi marcante: é “Jambo”, que se transformou na música de nossa viagem.  Clique no link abaixo e ouça a canção, enquanto aprecia as fotos de nossos safaris (http://www.youtube.com/watch?v=oDuY50rJK-k)

Hakuna Matata!




Lodge em Tarangire



Tarangire





Com Alberto, Silvia, Wagner e Timor, em Ngorongoro

Com Timor e Wagner, em Ngorongoro


Serengeti



No lodge do Serengeti

Gnus... milhares de gnus e zebras



Com Alberto, Silva e Timor, no Serengeti



Dentro da barraca do logde em Serengeti



Jantar à beira da piscina

No jantar, com Wagner, Tímor, Alberto e Silva






Wagner no lodge em Ngorongoro

Observando o fim de tarde em Ngorongoro






Lua cheira em Ngorongoro



Na cratera de Ngorongoro

A versão moderna do homem macaco: Wagner Cosse

Uma cena rara: um hipopótoma fora da água

Turistas observam leoa

Briga de gnus machos

O lago de pouquíssimos flamingos em Ngorongoro

terça-feira, 21 de maio de 2013

No Masai Mara, voo de balão, leões e contato com a cultura tradicional

Voando de balão sobre o parque Masai Mara, no Quênia



Passei parte da primeira tarde em Masai Mara no hotel, cochilando e tentando recuperar as forças para a próxima etapa do roteiro, que seria um passeio de balão sobre o enorme vale, na manhã do dia seguinte. O voo não é barato - custa 450 dólares por pessoa - mas é bastante aprazível.
Do alto, tem-se a sensação exata da enorme área, povoada por centenas de animais. Menos, aliás, do gostaríamos de ver. Segundo o guia, muitos deles ainda estão na Tanzânia e só chegam ao Quênia em setembro. Entre eles, os quase 2,5 milhões de gnus. Mas valeu a pena a experiência. Diferentemente da Turquia, com a média de 80 a 300 balões, dependendo da época do ano, no Quênia havia apenas dois. No final, além de belas imagens, fomos recepcionados por um lauto café da manhã, servido na savana. Na foto oficial, com todo o grupo, empunhamos orgulhosos a bandeira do Brasil.
Durante o dia, fizemos dois safaris de aproximadamente três horas cada. Parece um parque de diversão que, em determinadas horas, recalibram as nossas emoções, em jorros de pura adrenalina. A visão de leões, por exemplo, mesmo em estado de letargia, é impactante. Sem querer quase disparamos 200 fotos à espera de alguma ação dos felinos. Abrir a boca, por exemplo, é um prêmio a ser conquistado. No grupo do balão, alguns exibiam fotos de duas chitas (que tem uma grande semelhança com o guepardo), mãe e filha, destroçando uma impala. É apavorante, mas ao mesmo tempo se transforma em um troféu da natureza. Vimos apenas uma chita caminhando pela área, o que foi suficiente para comemorarmos.
Dos Big Five (leão, elefante, rinoceronte, hipopótamo e búfalo), também vimos uma manada de rinocerontes adultos e crianças, mergulhados no rio. Cada uma de suas aparições era como se fosse um gol. Belos pássaros, girafas, solitários elefantes, centenas de impalas e búfalos fizeram parte do cardápio (somente visual, é claro).
Visitamos uma aldeia do povo masai, que ainda conserva suas características tradicionais. Fomos recebidos pelo jovem líder e vários rapazes, que entoaram cantos, fizeram demonstrações de danças e de seus saltos. Wagner, Tímor (meus companheiros de viagem) e eu fomos convidados a entrar na roda. Depois, percorremos a aldeia, conhecemos uma das casas, flagramos as sorridentes e brincalhonas crianças e ainda conhecemos um breve ritual de música das mulheres, com seus trajes coloridos. Aproveito para explicar que, segundo os masai, as roupas vermelhas dos homens são usadas com o intuito de espantar os grandes animais, principalmente os leões. Como não poderia deixar de ser, encerramos a visita em um pequeno shopping à maneira masai, com muitos adereços, tecidos e estatuetas de madeira.
Um misto de orgulho e tristeza nos invadiu nessa visita. Os masai quase nos imploravam para adquirir seus produtos artesanais. A pobreza e as duras condições de vida também nos emocionaram. Eles são honrados e representam uma cultura rica e ancestral, mas vivem em condições que, aos olhos ocidentais, parecem desumanas. Tentamos nos fixar em sua beleza e altivez, para não transformar tudo isso em sofrimento para nós.
À noite, no nosso confortável lodge, saboreando de um jantar maravilhoso e desfrutando de tanto acolhimento, pensamos o quanto a humanidade é marcada pelos disparates, diferenças, alegrias e tristezas. Um equilíbrio delicado, como a natureza.

No grupo do balão, com a bandeira do Brasil


Paciência e muitas fotos para conseguir esta pose


O belo e instigante rei dos animais






A dança e os saltos dos masai

Wagner, com a coroa de chefe da tribo (uma juba de leão)


E e o masai que faz um barulho na dança

Adereços


Crianças masai

Tribo masai

As mulheres masai (neste caso, as matriarcas)








O comércio dos masai


O solitário elefante

Hipopótamo, outro dos Big Five



Uma leoa

Leoa atravessa a estrada

Hipopótamos se banham no rio






E ainda apareceu um rasgo de arco-íris

Fim de tarde no Masai Mara

Um por do sol, com direito a uma revoada de pássaros

A chita: a foto não ficou boa, mas é um registro de um momento mágico

A chita

Viagem ao Peru - Parte VIII - Machu Picchu

  Conhecendo o esplêndido sítio arqueológico de Machu Picchu (Foto de Wagner Cosse editada por Thelmo Lins) Clique nas fotos para ampliá-las...