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Na ponte velha de Córdoba, sobre o rio Guadalquivir |
Em pleno sábado de Aleluia, ainda hospedados em Sevilha, Wagner e eu tomamos um trem para conhecer Córdoba, a 150 quilômetros da cidade. O objetivo era visitar a catedral da cidade, que foi uma antiga mesquita durante o período em que os mouros administraram essa região da Península Ibérica, entre o século XI e XV.
Da estação até o sítio histórico de Córdoba, chamado Judiaria, por causa dos judeus, faz-se em menos de 30 minutos a pé, passando por belas praças, passeios e bulevares. Bulevar! Aqui na Espanha estou conhecendo o que é um bulevar, ou seja, mais do que o nome de um shopping em Belo Horizonte ou um modo mais ecologicamente correto de chamar a ação de adaptar a região do ribeirão Arrudas para receber mais pistas de automóveis.
A Judaria é charmosíssima. São becos e ruelas de casas branquinhas, cheias de lojas, ateliês, cafés e restaurantes. Dentro das casas, veem-se pátios floridos, com mesinhas e cadeiras, onde o sol é bem-vindo. Depois da chuva e do frio que alterou a temperatura de Sevilha, chegamos a uma Córdoba ensolarada, com o céu azul. A natureza resplandece e nos fortalece para enfrentar mais um dia de jornada. Digo isso, porque associada à emoção de ver e sentir tantas coisas belas, o corpo fica muito cansado, os pés e as costas doem de tanto andar, parar, observar...
Suplantados os problemas físicos, chegamos ao nosso destino, a mesquita-catedral. É indescritível e, temo, ser difícil demonstrar o que vemos ali pelas fotos. É, sem dúvida, o templo mais bonito e impressionante que já vi em toda a minha vida. E olha que já passei pelas igrejas históricas de Ouro Preto, pela catedral de Praga e pela Notre Dame de Paris. Não há como dimensionar a fantástica mistura de duas culturas e religiões: árabes e europeus; muçulmanos e católicos. Construída como uma mesquita, lá pelos idos do século XI, o templo passou para a dominação dos reis católicos espanhóis que aproveitaram a influência oriental e inseriram os aspectos do cristianismo.
Por isso, é possível ver imagens do Cristo crucificado e da Madona ao lado de inscrições árabes. As colunas e os arcos, típicos das mesquitas islâmicas, dividem o espaço com enormes altares dourados, imensos órgãos de tubos e rebuscados entalhes em madeira. A cada recanto, uma capela mais suntuosa do que a outra, ao lado de rebuscados arabescos das mil e uma noites. Pequenas vitrines com peças da arqueologia do templo antigo e peças utilizadas nas missas e cerimônias católicas.
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Trecho do interior da catedral, depois que foi transformada em um templo católico |
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Altar do templo católico |
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Wagner observa o museu com antigas ruínas do templo |
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Arabescos das mil e uma noites |
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Outro portal |
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Uma das capelas laterais, dedicada a santos católicos |
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Teteria de Córdoba |
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Como é servido o chá |
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O bulevar de Córdoba |
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