quarta-feira, 11 de abril de 2012

Córdoba e sua mesquita-catedral

Na ponte velha de Córdoba, sobre o rio Guadalquivir


Em pleno sábado de Aleluia, ainda hospedados em Sevilha, Wagner e eu tomamos um trem para conhecer Córdoba, a 150 quilômetros da cidade. O objetivo era visitar a catedral da cidade, que foi uma antiga mesquita durante o período em que os mouros administraram essa região da Península Ibérica, entre o século XI e XV.
            Da estação até o sítio histórico de Córdoba, chamado Judiaria, por causa dos judeus, faz-se em menos de 30 minutos a pé, passando por belas praças, passeios e bulevares. Bulevar! Aqui na Espanha estou conhecendo o que é um bulevar, ou seja, mais do que o nome de um shopping em Belo Horizonte ou um modo mais ecologicamente correto de chamar a ação de adaptar a região do ribeirão Arrudas para receber mais pistas de automóveis.
            A Judaria é charmosíssima. São becos e ruelas de casas branquinhas, cheias de lojas, ateliês, cafés e restaurantes. Dentro das casas, veem-se pátios floridos, com mesinhas e cadeiras, onde o sol é bem-vindo. Depois da chuva e do frio que alterou a temperatura de Sevilha, chegamos a uma Córdoba ensolarada, com o céu azul. A natureza resplandece e nos fortalece para enfrentar mais um dia de jornada. Digo isso, porque associada à emoção de ver e sentir tantas coisas belas, o corpo fica muito cansado, os pés e as costas doem de tanto andar, parar, observar...
            Suplantados os problemas físicos, chegamos ao nosso destino, a mesquita-catedral. É indescritível e, temo, ser difícil demonstrar o que vemos ali pelas fotos. É, sem dúvida, o templo mais bonito e impressionante que já vi em toda a minha vida. E olha que já passei pelas igrejas históricas de Ouro Preto, pela catedral de Praga e pela Notre Dame de Paris. Não há como dimensionar a fantástica mistura de duas culturas e religiões: árabes e europeus; muçulmanos e católicos. Construída como uma mesquita, lá pelos idos do século XI, o templo passou para a dominação dos reis católicos espanhóis que aproveitaram a influência oriental e inseriram os aspectos do cristianismo.
            Por isso, é possível ver imagens do Cristo crucificado e da Madona ao lado de inscrições árabes. As colunas e os arcos, típicos das mesquitas islâmicas, dividem o espaço com enormes altares dourados, imensos órgãos de tubos e rebuscados entalhes em madeira. A cada recanto, uma capela mais suntuosa do que a outra, ao lado de rebuscados arabescos das mil e uma noites. Pequenas vitrines com peças da arqueologia do templo antigo e peças utilizadas nas missas e cerimônias católicas.
            Mas Córdoba não é somente a Judaria e a mesquita-catedral. Há ainda, um extenso centro histórico, com várias teterias (casas de chá) onde se é possível degustar a bebida feita de várias especiarias, além de doces árabes e frutas secas, damascos, passas e dati (uma espécie de castanha). Os aromas das infusões dominam o ambiente decorado com motivos orientais e almofadas. É um momento de profundo deleite e relaxamento. Namastê!


Labirinto do bairro da Judaria

Judaria

A catedral-mesquita

Arquitetura árabe do interior da mesquita-catedral

Deslumbramento

Colunas impressionantes

A cúpula toda decorada com motivos islâmicos

Detalhe dos portais

Trecho do interior da catedral, depois que foi transformada em um templo católico

Altar do templo católico

Wagner observa o museu com antigas ruínas do templo

Arabescos das mil e uma noites

Outro portal

Uma das capelas laterais, dedicada a santos católicos

Teteria de Córdoba

Como é servido o chá

O bulevar de Córdoba


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