Em frente à basílica de Santa Sofia |
Depois de dois dias ensolarados, embora um pouco frios, chove insistentemente. Estou em Istambul, no hotel que fica ao lado da Basilica Santa Sofia, com uma vista de tirar o fôlego, na qual alcanço o Palácio Topkapi, o Bósforo e o Chifre de Ouro. Não sabe do que estou falando? Pois é, esses nomes se tornaram familiares para mim, desde que resolvemos – eu e meu companheiro de viagem, Wagner Cosse – realizar esta empreitada de conhecer a Turquia.
Já enlevados com os arabescos árabes de Sevilha, Córdoba e Granada, chegamos à capital dos sultões, odaliscas, dervixes e das mesquitas, com seus pontudos e reluzentes minaretes. É uma cidade de 2.600 anos, cujo bairro denominado “novo” remonta ao século 18. Uma brincadeira, para nós brasileiros, que achamos que tudo que passou de 50 anos é velho.
Após o dia extenuante de viagem, entre Granada-Barcelona-Istambul, com problemas de toda a ordem, inclusive os da falência da companhia espanhola Spainair, que nos obrigou a comprar novas passagens, conseguimos apenas um saldo suficiente de energia para um breve jantar e uma noite de sono. A proposta era acordar no dia seguinte, para realmente sentir os ares dessa mística cidade.
Istambul tem 15 milhões de habitantes. É a quarta maior cidade do mundo. Desse total, 6 milhões vivem no lado europeu, que se separa do asiático, onde vive a maioria, pelo estreito de Bósforo. Dizem que por aqui trafegam em média 130 embarcações por dia. O porto movimentadíssimo transfere-se para o clima da metrópole, com sua população pulsante, barulhenta e enlouquecida. Homens de braços dados, sem qualquer conotação homossexual; mulheres de lenços na cabeça e até de burcas; edifícios antiquíssimos e construções moderníssimas se fundem esse labirinto de sensações, cheiros, sons e emoções.
Considerando que o dia está ensolarado, a minha primeira atividade, depois de descansar bastante, foi me encaminhar para a Praça Sultanahmet, que fica a dois quarteirões do hotel. Nesta praça estão três símbolos de Istambul: a basílica Santa Sofia, a mesquita Azul e o palácio Topkapi. Embora muitos locais estejam em restauração, é comum encontrar nos jardins da cidade flores de várias cores e variedades, especialmente as belíssimas tulipas, que aqui, em abril, ganham um festival inteiramente dedicado a elas. Tulipas amarelas, vermelhas, lilazes, azul e até negras são observadas nos canteiros de diversos pontos da cidade, inclusive nas grandes avenidas movimentas. E, ao lado deles, uma horda de fotógrafos, tentando captar a melhor imagem para levar como lembrança.
Dediquei a primeira visita à Santa Sofia. A antiga mesquita, que virou uma igreja católica e, finalmente, um museu é um palácio grandioso. O prédio espanta por suas dimensões, seus entalhes dourados, os candelabros, a pintura das paredes e, principalmente, pelos mosaicos da época de Constantino (Istambul chama-se Constantinopla até 1453, quando foi dominada pelos turcos otomanos). Embora alguns locais estejam necessitando de restauro – e os turcos estão fazendo esse minucioso e pesado trabalho – a basílica impressiona os visitantes.
Aproveitei para matar a minha fome com uma “simit”, espécie de rosca de gergelim, muito popular por aqui, que custa uma lira turca (a moeda tem uma cotação similar à do real, facilitando a nossa conversão). Além dessa guloseima, é de deixar água na boca a beleza e quantidade de doces encontrados na cidade. As vitrines são uma profunda tentação. Os sabores, alguns exóticos, ativam aquele paladar mais oculto que conservamos em algum escaninho de nosso cérebro.
O dia prosseguiu com uma caminhada, já noturna, pela região da torre de Gálata e da Istiklal Caddesi, uma rua super famosa por seu comércio requintado, a vida noturna agitada e por ser um corredor de pedestres, somente quebrado por um charmoso bondinho que passa de vem em quando. A rua é um turbilhão de pessoas, assim como os becos laterais, onde estão os restaurantes, bares e boates. São centenas de pequenas tabernas com música, bebida e muita gente.
Em Istambul existem várias linhas de metrô a céu aberto que facilitam a vida da população e dos turistas. Os principais pontos de visitação estão inseridos na rede. Por isso, o transporte pela cidade torna-se ágil e barato.
Bem, por enquanto, é só isso! Amanhã tem mais! Viva!
Praça Sultanahmet |
Mulheres turcas com seus lenços cobrindo o cabelo |
Homem turco com roupa colorida |
Vista da basílica de Santa Sofia |
Santa Sofia |
Lustres da basílica |
Mosaico com imagem de Jesus Cristo |
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