sábado, 14 de abril de 2012

Na mística Istambul

Em frente à basílica de Santa Sofia

            Depois de dois dias ensolarados, embora um pouco frios, chove insistentemente. Estou em Istambul, no hotel que fica ao lado da Basilica Santa Sofia, com uma vista de tirar o fôlego, na qual alcanço o Palácio Topkapi, o Bósforo e o Chifre de Ouro. Não sabe do que estou falando? Pois é, esses nomes se tornaram familiares para mim, desde que resolvemos – eu e meu companheiro de viagem, Wagner Cosse – realizar esta empreitada de conhecer a Turquia.
            Já enlevados com os arabescos árabes de Sevilha, Córdoba e Granada, chegamos à capital dos sultões, odaliscas, dervixes e das mesquitas, com seus pontudos e reluzentes minaretes. É uma cidade de 2.600 anos, cujo bairro denominado “novo” remonta ao século 18. Uma brincadeira, para nós brasileiros, que achamos que tudo que passou de 50 anos é velho.
             Após o dia extenuante de viagem, entre Granada-Barcelona-Istambul, com problemas de toda a ordem, inclusive os da falência da companhia espanhola Spainair, que nos obrigou a comprar novas passagens, conseguimos apenas um saldo suficiente de energia para um breve jantar e uma noite de sono. A proposta era acordar no dia seguinte, para realmente sentir os ares dessa mística cidade.
            Istambul tem 15 milhões de habitantes. É a quarta maior cidade do mundo. Desse total, 6 milhões vivem no lado europeu, que se separa do asiático, onde vive a maioria, pelo estreito de Bósforo. Dizem que por aqui trafegam em média 130 embarcações por dia. O porto movimentadíssimo transfere-se para o clima da metrópole, com sua população pulsante, barulhenta e enlouquecida. Homens de braços dados, sem qualquer conotação homossexual; mulheres de lenços na cabeça e até de burcas; edifícios antiquíssimos e construções moderníssimas se fundem esse labirinto de sensações, cheiros, sons e emoções.
            Considerando que o dia está ensolarado, a minha primeira atividade, depois de descansar bastante, foi me encaminhar para a Praça Sultanahmet, que fica a dois quarteirões do hotel. Nesta praça estão três símbolos de Istambul: a basílica Santa Sofia, a mesquita Azul e o palácio Topkapi. Embora muitos locais estejam em restauração, é comum encontrar nos jardins da cidade flores de várias cores e variedades, especialmente as belíssimas tulipas, que aqui, em abril, ganham um festival inteiramente dedicado a elas. Tulipas amarelas, vermelhas, lilazes, azul e até negras são observadas nos canteiros de diversos pontos da cidade, inclusive nas grandes avenidas movimentas. E, ao lado deles, uma horda de fotógrafos, tentando captar a melhor imagem para levar como lembrança.
            Dediquei a primeira visita à Santa Sofia. A antiga mesquita, que virou uma igreja católica e, finalmente, um museu é um palácio grandioso. O prédio espanta por suas dimensões, seus entalhes dourados, os candelabros, a pintura das paredes e, principalmente, pelos mosaicos da época de Constantino (Istambul chama-se Constantinopla até 1453, quando foi dominada pelos turcos otomanos). Embora alguns locais estejam necessitando de restauro – e os turcos estão fazendo esse minucioso e pesado trabalho – a basílica impressiona os visitantes.
            Aproveitei para matar a minha fome com uma “simit”, espécie de rosca de gergelim, muito popular por aqui, que custa uma lira turca (a moeda tem uma cotação similar à do real, facilitando a nossa conversão). Além dessa guloseima, é de deixar água na boca a beleza e quantidade de doces encontrados na cidade. As vitrines são uma profunda tentação. Os sabores, alguns exóticos, ativam aquele paladar mais oculto que conservamos em algum escaninho de nosso cérebro.
            O dia prosseguiu com uma caminhada, já noturna, pela região da torre de Gálata e da Istiklal Caddesi, uma rua super famosa por seu comércio requintado, a vida noturna agitada e por ser um corredor de pedestres, somente quebrado por um charmoso bondinho que passa de vem em quando. A rua é um turbilhão de pessoas, assim como os becos laterais, onde estão os restaurantes, bares e boates. São centenas de pequenas tabernas com música, bebida e muita gente.
            Em Istambul existem várias linhas de metrô a céu aberto que facilitam a vida da população e dos turistas. Os principais pontos de visitação estão inseridos na rede. Por isso, o transporte pela cidade torna-se ágil e barato.
            Bem, por enquanto, é só isso! Amanhã tem mais! Viva!

Praça Sultanahmet

Mulheres turcas com seus lenços cobrindo o cabelo

Homem turco com roupa colorida

Vista da basílica de Santa Sofia

Santa Sofia

Lustres da basílica

Mosaico com imagem de Jesus Cristo

Mosaico com imagem de Constantino


Santa Sofia vista da janela do hotel

Palácio Topkapi visto da janela do hotel

O Estreito de Bósforo

A mesquita Azul iluminada

A torre de Gálata

A Istiklal Caddesi
Vitrine de doces turcos

Tulipas das praças e jardins de Istambul


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