quarta-feira, 11 de abril de 2012

Semana Santa em Sevilha

Em frente ao "meu" palácio (de San Telmo), em Sevilha


Fiquei quase uma semana sem escrever, porque o cotidiano da viagem me atropelou. Em Sevilha, Córdoba e Granada, as três cidades espanholas que visitei, tive problemas com o acesso à internet. Daí a postagem estar atrasada.
            Hoje (quando escrevo) é dia 10 de abril de 2012. Estou no aeroporto de Granada esperando um voo para Barcelona, de onde partirei para Istambul, na Turquia. Tivemos um problema agora cedo, pois os bilhetes que compramos via o site www.decolar.com, de Granada para Barcelona, era da companhia área Spanair, que faliu em janeiro deste ano e nem nos avisou. Pagamos pelo trecho, mas não conseguimos embarcar. Tivemos que comprar outras passagens, para não perdermos o voo entre Barcelona e Istambul. Um incidente chato e caro, pois nos custou mais de 1.200 euros. Quando voltarmos ao Brasil, esperamos resgatar os valores pagos anteriormente. Seja o que Deus quiser, nessa batalha pelos direitos do consumidor!

            Mas, voltemos à viagem. Ao lado bom dela, é claro. E, agora, vou relatar um pouco do que vimos e sentimos em Sevilha.
            Chegamos à cidade – eu e meu companheiro de viagem, Wagner Cosse – em plena festividade da Semana Santa, que aqui é coisa seriíssima. As várias irmandades ligadas às principais igrejas da cidade preparam-se para esse evento com pompa e circunstância. Em todas as instituições, são preparados altares esplendorosos, encimados por belíssimas imagens de Nossa Senhora, Senhor do Passos e outras figuras bíblicas, entre velas e flores. Os andores são obras-primas em ouro, prata e outros materiais requintados, deslumbrando todos os visitantes e tocando os seus corações para a fé católica.
            Aqueles homens de capuzes pontudos, que também vemos em algumas cidades brasileiras (em Goiás Velho, por exemplo), estão aqui em várias cores: roxo, azul, preto e branco, cinza. Crianças vestidas com hábitos, que lembram coroinhas ou os meninos cantores, também estão pelas ruas. As mulheres vestem seus hábitos negros, com véus e penetas nos cabelos, numa indumentária típica da região – e do que associados à Espanha também. Esse colorido invade a cidade, que prepara uma imensa infraestrutura de cadeiras e camarotes nos pontos especiais por onde as procissões transitam. Além disso, nota-se no ar o cheiro perfumado do incenso e as diversas sonoridades das corporações musicais, que trazem trajes diferenciados: uma hora são centuriões, noutra soldados fardados e, até mesmo, emplumados personagens.
            Os eventos acontecem durante todo o dia e, em alguns dias, avançam pela madrugada. As ruas ficam lotadas de pessoas de todas as idades, inclusive bebês, admirando as procissões. A arquidiocese distribui um panfleto com a programação completa. Acompanhar todas as procissões é abdicar do direito de dormir ou descansar. São muitas irmandades e, em alguns momentos, várias delas estão nas principais ruas e ruelas de Sevilha. Até as maneiras de desfilar, de carregar o andor, de marchar são bem definidas, formando pessoas específicas para cumprir as diversas missões que o cerimonial exige.
            Toda a tradição já seria de embasbacar qualquer visitante da cidade. Mas quando tudo isso acontece em meio às construções belíssimas de Sevilha, o ritual se torna uma apoteose. É tudo incrível. Wagner exclama, a cada momento, “que maravilha”, “que maravilha”,  “que maravilha”. Lembrei-me da minha querida amiga e professora de canto, Babaya, que diria “arrasou!”. Sevilha é um deslumbre. Cidade espanhola por excelência, que emana vibrações, cores, sonoridades, cheiros, tradição. Mistura a fé católica com as influências mouras, fazendo uma ponte incrível entre o ocidente e o oriente que forjaram o desenvolvimento da Andaluzia.
            Em determinado momento, entrei num dos templos católicos – e eles são incrivelmente decorados com gigantescos altares dourados – para fazer algumas fotos, quando estava acontecendo uma cerimônia religiosa. O coral entoada uma linda canção, enquanto os fiéis se enfileiravam para comungar. Aquelas velas acesas, os panos vermelhos, as vestimentas dos religiosos, os andores riquíssimos fizeram-me emocionar e, de joelhos, agradeci a Deus por me permitir viver essa experiência. Levarei para a minha vida todas as emoções provocadas por essa cidade tão especial, que está no coração de todos os espanhóis e de seus visitantes.
            Ah, só mais um comentário. Toda esta passagem por Sevilha foi coroada pela lua, que se encheu toda e se instalou no céu, para nosso encanto e admiração.


Detalhe de um andor

As imagens lacrimosas de Nossa Senhora estão presentes em todas as irmandades

Detalhe de um andor

Detalhe da imagem de Cristo

Crianças paramentadas para a festa

Outro andor: cada um é mais luxuoso que o outro

Capuchinhos desfilam na procissão

Capuchinhos rumam para a procissão

Procissão arrasta multidões de fieis e turistas


Loja de artigos para toureiros e outras vestimentas andaluzas

Mulheres vestidas à moda sevilhana

Uma das ruas principais da cidade

Veja o esquema preparado para a festa, com cadeiras e camarotes

A noite mostra a face iluminada dos prédios históricos

A lua marca presença por trás da Giralda

Detalhe de prédio paramentado para as cerimônias da Semana Santa

O passeio de carruagem, um charme a mais em Sevilha

A deslumbrante Plaza de Espanha

A velha torre coroa o belo passeio à veira do  rio  Guadalquivir

Paisagem noturna de Sevilha

A Giralda

O mítico rio Guadalquivir iluminado

Multidão diverte-se nas ruas e becos de Sevilha
Loja com artigos femininos bem típicos da região



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