segunda-feira, 16 de junho de 2014

Descobrindo os tesouros dos povos mexicanos

No Museu Nacional de Antropologia do México, tendo ao fundo a Pedra do Sol, dos aztecas


O segundo dia na cidade do México começou com a vibração da torcida mexicana que, num jogo difícil, venceu a seleção camaronesa por 1 a 0. Diferentemente do Brasil, o país não interrompe seus serviços e fecha o comércio para ver os jogos da Copa do Mundo, nem mesmo quando seu escrete está em campo. Para nossa felicidade, os museus e outros equipamentos turísticos estavam em pleno funcionamento.
A primeira atividade foi uma caminhada pelo belo Paseo de la Reforma, uma extensa avenida decorada por árvores, jardins e esculturas, com aproximadamente 3,5 quilômetros. Quando foi criada, nos idos da década de 1910, era circundada por imensos casarões de estilos variados, como o neoclássico e o art deco. Com o tempo e o crescimento populacional, eles foram derrubados, assim como na Avenida Paulista (São Paulo), e substituídos por edifícios gigantescos, alguns com arquitetura bastante arrojada. A monumental estátua do Anjo da Independência, que retrata uma mulher alada, em marcante tom dourado, foi instalada em ponto de destaque no Paseo. Ela é o símbolo da capital mexicana. Nos domingos esse local é fechado para os caminhantes e ciclistas, numa ação municipal para valorizar o centro da cidade e atrair os moradores e seus familiares.
Mas no dia de Santo Antônio, o nosso objetivo era chegar ao Museu Nacional de Antropologia, com o importantíssimo legado dos povos que habitaram o país no passado, como os aztecas e os maias, entre tantos outros. E difícil descrever o impacto que os milhares de objetos provocam nos visitantes. São obras de arte, instrumentos musicais, máscaras, estátuas, ídolos, joias e até templos inteiro, entre originais e reproduções, que impressionam pela beleza e sofisticação. Eles exibem, de maneira contundente, o legado das civilizações passadas nessa parte do mundo. Um dos pontos altos é a Pedra do Sol, criada pelos aztecas. O local ainda abriga um bom restaurante e uma loja de suvenires com preços razoáveis.
O museu está localizado no Bosque Chapultepec, onde também ficam outros espaços culturais, como o Museu de História e Museu de Arte Contemporânea. Além disso, há um grande lago e outros atrativos. Um deles, que chamou a minha atenção, foi a presença de um fotógrafo lambe-lambe, que disponibiliza dois cavalos de madeira e trajes locais, como o sombreiro, para nos sentirmos mexicanos tradicionais. Wagner, meu companheiro de viagem, e eu não resistimos a pousar para uma foto, vestidos de Pacho Villa e Emiliano Zapata, para podermos posteriormente rir da brincadeira.

O mico

Depois desse entrevero lúdico e cultural, partimos para o que consideramos o mico da viagem. Para introduzir o assunto, é importante ressaltar que sempre gostei de experimentar a vida de uma cidade do jeito como vivem seus moradores. Na capital do México, por sua grandiosidade e por sua população de 23 milhões de habitantes, o metrô é o meio de transporte mais eficiente. Cinco milhões de pessoas o utilizam diariamente. As 12 linhas cruzam todo o perímetro urbano, com uma série de ônibus auxiliares, trólebus, trens ligeiros, que são metrôs de superfície, e o modelo tipo BRT, que os mexicanos denominam de metrobus. O sistema cobre 195 estações e 177 km de linhas. Uma lição para cidades como São Paulo e, mesmo, Belo Horizonte que, apesar de bem menor, investe pouco na melhoria do transporte público.
Mas, voltando ao mico, a proposta era fazer o passeio de barco em Xochimilco (ou seria XochiMico?), onde existem 140 quilômetros de canais e charmosas embarcações coloridas, bem típicas do México. Depois de enfrentarmos quase duas horas entre metrô e o trem ligeiro (que só tem rapidez no nome, pois ele para em 17 estações!), chegamos a uma cidadezinha que lembra mais um bairro pobre da periferia das grandes cidades. Um lugarejo feio e sem muitos atrativos. Mas ali se cultivam as flores e verduras que abastecem o país. Tirando duas ou três coisas agradáveis, como a igreja e a praça principal, tudo é de uma feiura impressionante, agravada por uma iluminação pública de péssima qualidade, que deixa as ruas muito escuras (ficamos lá entre 19 e 22h). O passeio pelos canais, apesar de relaxante, foi tedioso. As margens são desinteressantes e sujas. Ou seja, não consegui ver ali nenhuma razão para fazer parte dos guias turísticos – e com destaque! Para piorar, não havia nem um lugar decente para comer. Uma pena, depois de tanto esforço.

Retomamos frustrados para o hotel, esperando vitórias nas próximas partidas.   

Fotos de Thelmo Lins e Wagner Cosse.


Paseo de la Reforma


Edifícios do Paseo de la Reforma







Wagner Cosse no Paseo de la Reforma

Antigos casarões são substituídos por prédios modernos


Obelisco do Anjo da Independência

Anjo da Independência

Antigo casarão do Paseo

Estátua de Diana, a Caçadora

Paseo de la Reforma

Vestidos a caráter!
Museu Nacional de Antropologia do México
Prédio

Homem das cavernas: reprodução do sepultamento

























Passeio de barco em Xochimilco






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