|
Thelmo Lins em Teotihuacán, cidade sagrada dos aztecas |
No
terceiro dia de nossa viagem ao México, conhecemos o grupo com o qual compartilharíamos
as próximas aventuras e a guia Silvia. Formamos um grupo multinacional, com
brasileiros, espanhóis, colombianos e italianos, num total de 14 pessoas. Do
Brasil, havia seis pessoas, contando comigo e com o Wagner.
Assim,
partimos para o centro histórico da cidade do México e sua praça principal,
popularmente conhecida como Zócalo. Ali estão a gigantesca e imponente
catedral, o palácio do governo, alguns prédios públicos e hotéis, que formam um
conjunto arquitetônico coeso e suntuoso. Conhecemos a catedral, com sua
monumentalidade, e me chamou a atenção principalmente os belíssimos órgãos
barrocos, a imagem do Cristo Negro e a fachada, toda em arabescos. Uma
curiosidade é que, devido a cidade ter sido construída em terreno pantanoso,
onde havia ate um lago no passado, e ser erigida numa região de grandes abalos sísmicos,
pesadas construções como a catedral correm o risco de afundar. Logo na entrada
do templo religioso, pode-se observar que o piso já esteve a dois metros abaixo
da atual estrutura, retificada durante os anos, para facilitar o acesso aos
visitantes e fieis.
Houve,
ainda, o sempre relembrado terremoto de 1985, que destruiu parte da cidade,
levando consigo muitas construções antigas. Numa tentativa de reconstrução, arqueólogos
se depararam com muitos templos aztecas que estavam encobertos por edificações coloniais
espanholas. Algumas dessas ruínas podem ser visitadas e uma delas está
localizada na parte de trás da catedral.
A
visita prosseguiu para uma das alas do Palácio Nacional, escritório oficial do
presidente da republica. A razão está no impressionante mural de Diego Rivera,
obra prima da arte mexicana. A pintura conta a história do país, com mais de
mil personagens marcantes, como o padre Hidalgo, Benito Juarez e Porfírio Dias.
O pintor se retratou no painel como um frade católico seduzido por uma
prostituta. Sua mulher, Frida Khalo, também esta lá, na sessão que narra as
lutas populares por um regime socialista.
Outras
obras, criadas pelos discípulos de Rivera, adornam as varandas do palácio, sem
o mesmo impacto do primeiro mural, mas de grande beleza plástica.
Apos
a visita ao Zócalo, rumamos para o sítio arqueológico de Teotihuacán, a 47 quilômetros
da capital. O centro religioso dos aztecas é um dos mais importantes monumentos
do mundo antigo. Ali estão as imponentes pirâmides do sol e da lua, além de palácios
e centros cerimoniais. Apesar de ter sido habitada principalmente por nobres e
sacerdotes, agregou uma população de mais de 125 mil habitantes no sexto século
depois de Cristo – na época, uma das maiores cidades do planeta. As construções
que sobreviveram aos nossos dias atestam a riqueza e a capacidade empreendedora
desse povo pré-colombiano.
O
dia 14 de junho também marcou o aniversário de Wagner. E, para sua surpresa,
preparamos um bolo, com direito a velinhas e um grupo de mariachis cantando uma
canção alusiva à data. Meu companheiro de viagem não resistiu e deixou que a
emoção tomasse conta e as lagrimas caíram à vontade.
Por falar em emoção, a visita ao santuário da Virgem de Guadalupe, foi outro ponto marcante da viagem. Ver tão acesa e cheia de energia a fé do povo mexicano nessa imagem que apareceu a um índio nos idos do século 16, nos faz repensar na vida e, simplesmente, acreditar em milagres.
Voltando
à cidade, aproveitamos a noite de sábado, com direito à lua cheia, para
jantarmos no agradabilíssimo Café de Tacuba, um antigo convento que se
transformou em restaurante no final do século 19 e até hoje brinda seus
frequentadores com uma comida saborosa e boa música.
Nenhum comentário:
Postar um comentário