sábado, 27 de junho de 2015

Bahia 2 - A natureza de fazer novos amigos nas trilhas da Chapada

No alto, Wagner (camisa roxa) e eu (preto) e amigos do Parque da Cachoeira da Fumaça.
Sentados, Érika, Fábio, Hemal e Reyna
      

    Fazer amigos. Este parece um dos objetivos de quem vai visitar a Chapada Diamantina, na área central da Bahia. E essa característica também nos contaminou (a mim e a meu companheiro de viagem, Wagner) a todo instante. Seja em um pedido de informação, seja por estarmos com espíritos abertos à novidade ou pela influência daquela natureza exuberante que habita o local, a todo o momento trombamos com pessoas legais, dispostas a trocar experiências.
            O primeiro encontro aconteceu de maneira inusitada. Ao chegarmos a um restaurante de comida regional – o Lampião – ficamos com dúvidas entre o que escolheu do cardápio. Vimos, então, a garçonete servir um prato muito atrativo na mesa ao lado. Nela estavam os advogados belenenses Maíra e José Maria. Ao notarmos nossa curiosidade, Maíra ofereceu seu garfo para experimentarmos a comida. Achamos aquela atitude tão inusitada e, com certeza, desprendida, que logo ficamos atraídos por aquelas pessoas tão interessantes.
Horas mais tarde, estávamos tão íntimos que parecíamos velhos amigos. Na pauta, assuntos deliciosos, como música e folclore. O casal contou histórias saborosas a respeito de sua experiência como integrantes dos festejos de São Benedito, em Bragança (PA), onde participam ativamente da marujada. Wagner, que integra o Grupo Aruanda, saboreou cada fato relatado pelos novos amigos e prometeu visitá-los na festa, para conhecer o evento de perto. José Maria também falou de sua experiência como cineasta amador e produtor musical. Não é sua profissão, mas ele nutre uma grande paixão pela música “brega” de Belém e a considera a cena musical de sua cidade a mais original do país, no atual momento.
Nos dias seguintes, novos amigos foram se somando à lista. No café da manhã de nossa pousada, conhecemos o casal Hemal e Reyna. Ele, um indiano; ela, zambiana. Moram em Londres e estão vivendo um período de férias sabáticas de quatro meses, conhecendo uma parte do Brasil e outros países da América Latina, como Argentina, Chile e Peru. Bastante sociáveis, a convivência com eles permitiu com que nós treinássemos um pouco o nosso inglês enferrujado pelas raras oportunidades de uso.
No rastro dos novos amigos, chegaram os queridos Fábio e Érika, um casal paulista que conhecemos durante um passeio. Extremamente abertos a novas experiências e com sede de novidades, tornaram-se ótimos companheiros de viagem. Fábio administra uma empresa de manutenção de aparelhos celulares em Campinas e é dono de um restaurante italiano em São Paulo. Já Érika é funcionária da Caixa Econômica Federal. Dali em diante, marcamos ponto em várias atrações turísticas locais. São pessoas extremamente carinhosas e sensíveis.
Vale também lembrar de um outro casal, bem mais jovem, que conhecemos na Chapada Diamantina: Pedro e Daiane. Não fizemos passeios juntos, mas nos encontramos em diversas ocasiões, quando pudemos conversar sobre viagens e outras experiências.
Aliás, as trilhas e os passeios acabam aproximando as pessoas. Ficamos horas caminhando e apreciando a natureza e, nesse espírito, somos instigados a promover novas amizades. Fazemos fotos em comum, compartilhamos de momentos especiais nas vidas de outros e acabamos fazendo parte de suas melhores lembranças. Nesse encontro afetivo, pululam convites para visitar a Inglaterra, São Paulo, Pará, Minas Gerais. E, quem sabe, realizar outras excursões para outras localidades, criando novos e fortes elos.

Durante a viagem, recebemos a triste notícia da morte do grande compositor Fernando Brant, um dos maiores nomes da música brasileira, autor de grandes hits, como “Bailes da Vida”, “Encontros e Despedidas”, “Ponta de Areia” e “Maria, Maria”. Mas, na lembrança de que o conheceu de perto e sabia de sua generosidade e talento, emociono-me ao recordar “Canção da América”, composta em parceria com Milton Nascimento. Desta canção, recordo os versos: “amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo peito, dentro do coração”. Que esta seja a nossa sina: a de fazer novas amizades e de reverenciar nossos amigos queridos!

Fotos de Thelmo Lins e Wagner Cosse

No Vale do Capão, com Reyna, Fábio, Hemal, Érika e Wagner

Érica e Fábio no Morro do Pai Inácio


No restaurante Absolutu!, em Lençóis

Hemal e Reyna (de vermelho), Wagner e eu, com as cozinheiras da pousada Lavramor, em Lençóis

Na caminhada da Cachoeira do Buracão, com Wagner, Fábio e Érika


Érika na trilha da Cachoeira do Buracão

Wagner e eu no canion da Cachoeira do Buracão

Com Fábio, Wagner e Érika na Cachoeira dos Mosquitos

Com Maíra, Wagner e José Maria, em restaurante em Lençóis

Hemal e Reyna no na Gruta da Pratinha

Reyna, Wagner, eu, Hemal, Pedro e Daiane, na doceria Pavê&Comê, em Lençóis

Fernando Brant: "amigo é coisa para se guardar..."

2 comentários:

  1. Que sina boa a de arrecadar pessoas! Influência encantada da Chapada mas também coração aberto para recebe-las. E viva o fundo musical em que se escuta Fernando Brant! ;-)

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