domingo, 28 de junho de 2015

Bahia 4 - Nos poços azulados na Chapada Diamantina

Com os amigos Fábio, Érika e Wagner, no Poço Azul


Pequenas vilas históricas, belíssimas grutas e cachoeiras, natureza exuberante. Estas são características da Chapada Diamantina, na Bahia. Mas outra impressionante razão para ir ao parque são as águas imaculadamente azuis que brotam de dentro de suas cavernas. Parece incrível, pois a maior parte das águas que correm os riachos e quedas d´água tem aquela cor de conhaque, muito comum também na região de Diamantina e Serro, em Minas Gerais. São limpíssimas, mas têm esta coloração.
No entanto, dentro daquelas formações rochosas, brotam águas azuladas, fruto de uma combinação inusitada de elementos minerais que ali são depositados. E o que é mais fantástico: a tonalidade impressionante só é possível ser observada em algumas horas do dia (e até mesmo em determinadas épocas do ano), devido à incidência do sol sobre os poços.
Visitamos três deles: a Pratinha, o Poço Azul e o Poço Encantado. Embora sejam propriedades da União, para alcançá-los é necessário passar por áreas particulares e os seus proprietários cobram taxas de manutenção.
Na Pratinha, que fica no norte do parque, 60 km de Lençois, é possível experimentar o mergulho, sempre acompanhado por um guia. Com os devidos coletes salva-vidas, laternas e óculos de mergulho, nos embrenhamos por uma gruta, onde é possível observar o fundo do poço. O passeio não é tão excitante, mas a coloração da água, quando estamos na abertura da gruta, é de tirar o fôlego.
No Poço Azul, a uma distância parecida, só que em outra direção, também é possível mergulhar. No local, com a incidência da luz do sol sobre as águas azuladas, parece que estamos boiando no infinito. Ou melhor, pairando sobre um céu azul. É inacreditável! Os proprietários do local obrigam todos os visitantes a se banharem em chuveiros antes de entrarem na água, para tirarmos excessos de cremes e gordura da pele. É uma forma de manter a limpidez da água. Para nossa surpresa, a temperatura da água não é tão fria como poderíamos imaginar. Do lado de fora, é possível provar uma deliciosa comida regional por preços bem razoáveis.
A terceira experiência aconteceu dia depois, no Poço Encantado, já na região de Andaraí, centro-sul do parque. Esse poço é aberto somente para visitação. Depois de descermos aproximadamente 100 m de um enorme salão da gruta, avistamos uma pequena lagoa. Entre 10 e 12h, quando o sol entra por uma fresta, ele provoca uma visão impactante, revelando o profundo azul das águas. Elas chegam a ter 60 m de profundidade. Somente profissionais especializados têm a liberação para mergulhar no poço em algumas épocas do ano, no intuito de fiscalizar a qualidade das águas e a vida dos animais que ali habitam – entre eles, um raríssimo peixe albino cego.

É impossível não se sentir privilegiado por estar nesses locais, na época do ano em que a luminosidade é mais adequada para a incidência dos feixes de luz. Para nossa felicidade, o sol também marcou sua presença. Em dias nublados, não é possível ter a mesma visão. É a Chapada Diamantina que a cada dia revela novas surpresas para os visitantes apaixonados.

Fotos de Thelmo Lins e Wagner Cosse.


Gruta da Pratinha



Wagner na entrada da gruta





Poço Azul


Com os amigos Érika e Fábio (na escada), entrando no poço Azul

Poço Encantado


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