Com os amigos Fábio, Érika e Wagner, no Poço Azul |
Pequenas vilas históricas,
belíssimas grutas e cachoeiras, natureza exuberante. Estas são características
da Chapada Diamantina, na Bahia. Mas outra impressionante razão para ir ao
parque são as águas imaculadamente azuis que brotam de dentro de suas cavernas.
Parece incrível, pois a maior parte das águas que correm os riachos e quedas
d´água tem aquela cor de conhaque, muito comum também na região de Diamantina e
Serro, em Minas Gerais. São limpíssimas, mas têm esta coloração.
No entanto, dentro daquelas
formações rochosas, brotam águas azuladas, fruto de uma combinação inusitada de
elementos minerais que ali são depositados. E o que é mais fantástico: a
tonalidade impressionante só é possível ser observada em algumas horas do dia
(e até mesmo em determinadas épocas do ano), devido à incidência do sol sobre
os poços.
Visitamos três deles: a
Pratinha, o Poço Azul e o Poço Encantado. Embora sejam propriedades da União,
para alcançá-los é necessário passar por áreas particulares e os seus
proprietários cobram taxas de manutenção.
Na Pratinha, que fica no norte
do parque, 60 km de Lençois, é possível experimentar o mergulho, sempre
acompanhado por um guia. Com os devidos coletes salva-vidas, laternas e óculos
de mergulho, nos embrenhamos por uma gruta, onde é possível observar o fundo do
poço. O passeio não é tão excitante, mas a coloração da água, quando estamos na
abertura da gruta, é de tirar o fôlego.
No Poço Azul, a uma distância
parecida, só que em outra direção, também é possível mergulhar. No local, com a
incidência da luz do sol sobre as águas azuladas, parece que estamos boiando no
infinito. Ou melhor, pairando sobre um céu azul. É inacreditável! Os
proprietários do local obrigam todos os visitantes a se banharem em chuveiros
antes de entrarem na água, para tirarmos excessos de cremes e gordura da pele.
É uma forma de manter a limpidez da água. Para nossa surpresa, a temperatura da
água não é tão fria como poderíamos imaginar. Do lado de fora, é possível
provar uma deliciosa comida regional por preços bem razoáveis.
A terceira experiência
aconteceu dia depois, no Poço Encantado, já na região de Andaraí, centro-sul do
parque. Esse poço é aberto somente para visitação. Depois de descermos
aproximadamente 100 m de um enorme salão da gruta, avistamos uma pequena lagoa.
Entre 10 e 12h, quando o sol entra por uma fresta, ele provoca uma visão
impactante, revelando o profundo azul das águas. Elas chegam a ter 60 m de
profundidade. Somente profissionais especializados têm a liberação para
mergulhar no poço em algumas épocas do ano, no intuito de fiscalizar a
qualidade das águas e a vida dos animais que ali habitam – entre eles, um raríssimo
peixe albino cego.
É impossível não se sentir
privilegiado por estar nesses locais, na época do ano em que a luminosidade é
mais adequada para a incidência dos feixes de luz. Para nossa felicidade, o sol
também marcou sua presença. Em dias nublados, não é possível ter a mesma visão.
É a Chapada Diamantina que a cada dia revela novas surpresas para os visitantes
apaixonados.
Fotos de Thelmo Lins e Wagner Cosse.
Fotos de Thelmo Lins e Wagner Cosse.
Gruta da Pratinha
Wagner na entrada da gruta |
Poço Azul
Com os amigos Érika e Fábio (na escada), entrando no poço Azul |
Poço Encantado
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