Na Cachoeira do Buracão, em Ibicoara |
Já postamos aqui vários
momentos da viagem à Chapada Diamantina, na Bahia, santuário ecológico brasileiro.
E falamos também da Cachoeira da Fumaça, a maior da região, com 380 m. Nesta
nova postagem, vamos visitar outras cachoeiras belíssimas que tivemos a
oportunidade de conhecer.
A primeira delas é a Cachoeira
dos Mosquitos, 36 km de Lençóis. Ao contrário do que o nome pode sugerir, não se
trata de um local repleto de pernilongos e muriçocas. Mosquito era o apelido de
uma espécie de pequeno diamante comumente encontrado ali no passado. Para meu
alívio, o acesso não era tão complicado como o da Fumaça. A caminhada dura
pouco menos de 20 minutos, com uma trilha bem tranquila, sem grandes subidas e
descidas. A coloração da água é conhaque, como na maioria das cachoeiras. Em
alguns pontos, ela parece um gel de tão espessa. Ao deitarmos em seu leito,
parece que estamos em uma hidromassagem.
Devido à intensidade das chuvas nos dias anteriores à nossa
visita, não conseguimos chegar muito próximos da queda d´água. Ela jorrava uma
quantidade fenomenal de água e as gotículas se espalhavam a uma longa distância,
invadindo inclusive as lentes das câmeras fotográficas. O curso do rio também
estava muito caudaloso. Sem segurança (e sem um guia que nos desse um suporte),
preferimos não nos arriscarmos. Mas, junto com os meus colegas de viagem
(Wagner, Érica e Fábio), aproveitamos as águas do riacho, tomamos sol e nos
banhamos.
Como já citei anteriormente, muito desses locais ficam em
áreas particulares. Por isso, os proprietários cobram uma taxa para entrar. No caso
da Cachoeira dos Mosquitos, nós negociamos o pagamento na Associação dos Guias de
Lençóis (R$ 10).
A outra queda d´água que nos encantou foi a Cachoeira do
Buracão, que fica em Ibicoara, sul do parque, mais próxima de Mucugê, para onde
nos transferimos nos dias seguintes. Esta, sim, um passeio completo. Ela está
localizada dentro de um parque mantido pela prefeitura local. Fizemos ma hora
de caminhada, por trilhas lindíssimas, onde avistamos outros rios e cachoeiras.
Só é possível fazer o percurso na companhia de um guia, que contratamos na
associação de guias do município. Há uma diversidade incrível de plantas e
flores no local, que me obrigou a fazer vários registros fotográficos.
Ao chegarmos às proximidades do Buracão, o guia nos
repassou coletes salva-vidas. Com eles, mergulhamos em um riacho que permite o
acesso ao poço da cachoeira. Então, passamos por um cânion, nadando contra a
correnteza. A visão da enorme queda, de 90 m de altura, é um misto de espanto e
medo. As águas formam uma grande piscina em que nos mantemos a boiar sobre os
coletes. Aviso: as águas são bem frias. No início, é difícil, mas depois nos
acostumamos. É quase impossível fotografar, devido aos chuviscos. Mas nosso
companheiro de viagem, Fábio, tinha uma espécie de capa de celular apropriada para
essas ocasiões e conseguiu fazer alguns registros.
Depois do banho restaurador, retornamos pelas margens do
rio Espalhado, que dá nome ao parque, conhecendo outras quedas da região,
inclusive a interessantíssima Cachoeira do Recanto Verde, cujas águas desabam
por debaixo das rochas.
Logo
após, nosso guia Jubran nos levou para um almoço “da roça”, feita pela cozinheira
Gal (nome de artista), que apresentou alguns pratos bem típicos – e simples –
da culinária local. Deliciosos, por sinal. O restaurante fica numa comunidade
que desenvolve o projeto de construções sustentáveis, equilibrando elementos da
natureza. O trabalho é chefiado por um espanhol que vive há alguns anos na
região.
Em Ibicoara também pode ser visitada outra cachoeira
belíssima, descoberta há pouco tempo: a da Fumacinha. Mas o trajeto era muito
complicado demandaria mais alguns dias. A trilha por cima tem 20 km
ida-e-volta. Por baixo, chega a 34 km. Preferimos deixar para uma outra
ocasião.
Encerramos mais esta etapa da viagem. Na próxima
postagem, vamos para Mucugê, uma encantadora cidade baiana, no centro da
chapada, que se preparava para festejar o São João.
Fotos de Thelmo Lins, Wagner
Cosse e Fábio Lago.
Cachoeira dos Mosquitos
Ibicoara e Cachoeira do Buracão
Casa com arquitetura sustentável |
Rio Espalhado |
Cachoeira do Recanto Verde |
Fábio e Wagner na piscina do Buracão |
Cachoeira do Buracão |
O guia Jubran e o cânion |
Buracão do alto |
Eu, Fábio, Wagner, Gal, Érika e Jubran, no almoço/jantar "da roça" |
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