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Praça da Revolução, em Santiago de Cuba |
O trecho entre Havana e Santiago de Cuba,
segunda cidade do país, a 969 km de distância da capital, foi feito de avião.
Resumo da ópera: um aeroporto chinfrim, voo atrasado (como, aliás, estamos
acostumados no Brasil) e restrições quanto ao peso da bagagem – 40 quilos por
pessoa, sendo, no máximo, 20 quilos em cada mala. Nossa bagagem – minha e do
meu companheiro de viagem, Wagner Cosse – ultrapassou o limite e era preciso
pagar, pelo excesso, o equivalente a 100 reais. Não é muito, pensando bem, mas
para quem já estava com restrições financeiras foi uma facada. Para piorar a
situação, o funcionário da companhia aérea nos propôs o pagamento de uma
gorjeta (ou propina) para liberar o valor. Isso nos deixou muito indignados. E
acabamos pagando o valor total, mesmo contrariados.
Santiago
de Cuba tem cerca de 520 mil habitantes. Além de ser a segunda cidade do país,
é conhecida como um local de grande efervescência musical e artística. E pelo
calor. É o município mais quente de Cuba. E dá-lhe quente nisso. A temperatura
vai a quase 40 graus com tranquilidade. Além de ser quente, é abafada e úmida,
diferentemente de cidades onde há uma brisa ou um vento amenizador.
Sentimos
o bafo logo que saímos do avião. No táxi ou no quarto de hotel, com o ar
condicionado, a situação é diferente, mas na vida real a coisa é
enlouquecedora. A cidade fervia (no sentido exato da palavra) por causa da Fiesta del Fuego, que acontece anualmente no princípio de julho. E emenda com
o Carnaval, a partir da segunda quinzena. O festival é um encontro de culturas,
com o foco na América Latina. Cada ano, um país é homenageado. Este ano, foi a
vez do Suriname. Vimos apenas a movimentação dos turistas e dos visitantes, mas
saímos da cidade antes de começar a festa. Sobre o Carnaval, soubemos que é
animadíssimo (o melhor do país), com desfiles de carros alegóricos e fantasias,
como acontece no Brasil.
A
cidade foi se revelando aos poucos e, com todo esse fogo, mostra toda sua fama
musical e cultural. Em cada esquina e praça, um grupo musical. Lá, conhecemos a
Casa de Trova, uma instituição no país, um lugar onde os músicos se apresentam
e mostram toda potência de seus ritmos musicais. No caso de Santiago, o son, a
salsa, o bolero e outros ritmos. Uma energia parecida com a do samba e dos
ritmos afro-brasileiros. Vale lembrar que foi ali que o grande Compay Segundo,
do Buena Vista Social Clube, fez sua carreira e foi enterrado.
Conhecemos,
ainda, o museu Casa de Diego Velásquez, tombado pelo patrimônio universal. Não
se trata do famoso pintor espanhol. Esse Velásquez, também da Espanha, foi o
colonizador de Cuba nos idos de 1500, quando construiu na cidade uma belíssima
residência, que serviu de suporte para a conquista do território cubano.
Janelas de treliça, forros de inspiração mourisca, madeiras nobres em toda a estrutura
compõem a arquitetura do prédio, mobilizado magníficos móveis de diversas
épocas da colonização.
O
museu fica principal praça da Santiago de Cuba, o Parque Céspedes. Ali estão a
catedral, a prefeitura municipal e inúmeros prédios históricos, alguns deles hotéis
de fama internacional, que receberam famosos de várias épocas. Ao lado da
praça, fica uma rua comercial, que achei encantadora. Aberta somente para os
pedestres, a via Enramada, é enfeitada por várias placas comerciais – que não
havia visto em Havana – colocadas ali ainda nos tempos pré-revolucionários. Os
edifícios neoclássicos que ladeiam toda a rua dão um ar aristocrático ao local,
muito frequentado pela população. Há uma belíssima farmácia com mobiliário
muito antigo, museus e outros monumentos. Chamou-nos a atenção um grupo musical
composto de senhores mais idosos, que faziam um som diferenciado, tendo como
instrumento principal um órgão mecânico fabricado no próprio país.
Em
Santiago se encontra um monumento de grande importância para a história recente
de Cuba, o Quartel Moncada, onde houve a primeira tentativa, embora frustrada,
de tomada de poder dos revolucionários liderados por Fidel Castro, em 1953.
Ainda podem ser vistas, no local, as marcas de bala do confronto. O quartel
abriga um bem equipado museu sobre o episódio, que deflagrou, posteriormente,
na revolução de 1959.
Outro
monumento importante é o Castelo do Morro, um imponente forte construído em
1637, pelos espanhóis, para defender a cidade dos ataques de piratas. Declarado
patrimônio da humanidade, o castelo proporciona uma vista maravilhosa da baía
de Santiago, além de permitir uma viagem ao tempo dos corsários e das diversas
lutas sangrentas travadas naquelas águas.
De grande impacto é a escultura do General Maceo, na Praça da
Revolução. Criada por um artista local, Alberto Lezcay, mistura rocha com
grandes placas de ferro. Visitamos, também, o monumento dedicado a Che Guevara, com palavras de ordem dessa personalidade icônica.
Conhecemos,
na cidade, o nosso guia Ricardo e o motorista Fidel, com quem viajaríamos para
o interior de Cuba, numa convivência de sete dias. Uma viagem exclusivíssima,
feita somente para mim e para o Wagner. Faríamos o percurso de carro, num
automóvel moderno, que faz parte da frota de táxis do governo federal. No país,
estamos sendo atendidos pela Cubanacan, agência pública, que representa outras
agências internacionais.
Continuamos
a trilha. E viva Cuba!
Fotos de Thelmo Lins e Wagner Cosse
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Mansão Bacardi, em bairro elegante da cidade |
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Quartel Moncada |
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Marcas de bala em Moncada |
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Catedral de Santiago: a torre sofreu abalos com o furacão Sandy |
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Parque Céspedes. Na varanda azul, foi realizado o primeiro discurso de Fidel, após vencer a revolução |
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Estudante cubana |
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Edifícios elegantes do centro da cidade |
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Casa de Diego Velásquez |
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Casa de Diego Velásquez |
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Forro da Casa de Diego Velásquez |
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Wagner (dir) recebe informações do bem preparado guia da Casa de Diego Velásquez |
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Belo exemplar do mobiliário da Casa de Diego Velásquez |
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Casa de Diego Velásquez |
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Com o Wagner, na Casa de Diego Velásquez |
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Casa de Diego Velásquez |
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Casa de Diego Velásquez |
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Via Enramada |
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Grupo musical no centro da cidade: órgão mecânico |
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Museu Bacardi, o mais antigo do país |
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Prefeitura de Santiago de Cuba |
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Loja de artesanato |
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Artesã |
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Ave local |
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Castelo do Morro |
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Baía de Santiago de Cuba |
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No hall de entrada do hotel em Santiago de Cuba |
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Monumento a Che Guevara |
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Residência do bairro Vista Alegre |
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Praça |
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Parque Céspedes à noite |
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Casa de Diego Velásquez à noite |
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Cartaz da Fiesta del Fuego |
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Grupo musical da Casa de Trova |
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Vista panorâmica da cidade à noite |
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Vista panorâmica da cidade à noite |
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