segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Europa 12 – Florença

Em frente ao Duomo de Florença (foto de Wagner Cosse)

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            Estávamos em agosto de 2019, quando ainda era possível viajar, perambular por aí, conhecendo, investigando e desfrutando de lugares maravilhosos e atraentes. Um ano depois, quando escrevo este texto, estamos há mais de quatro meses de confinamento, isolamento social, devido à pandemia do coronavírus. O turismo praticamente foi extinto nesse período. As empresas ligadas a viagens, como companhias aéreas e ferroviárias, estão à míngua, muitas falindo ou demitindo grande número de empregados. O aspecto é de desolação e até de certa falta de esperança.

            E foi justamente neste momento que me vem à lembrança minha visita à Florença, naquele agosto, quando conheci esta icônica cidade italiana. É estranho imaginar, nas nossas atuais condições, aquele grande número de pessoas circulando pelas praças e ruelas do centro histórico, principalmente porque era verão, a estação com maior fluxo de turistas.

            Viajávamos em quatro pessoas (Conceição, Vinicius, Wagner e eu) e chegamos à cidade na manhã do 19º dia da turnê que empreendemos (vejam os textos neste blog, nomeados como Europa de 1 a 11). Ficamos em um hotel simples, próximo da área histórica, que tinha, como curiosidade, um terraço, de onde se tinha uma bela vista da cidade.

            Tínhamos um dia para conhecer Florença. Uma pena, mas foi o possível dentro de nosso roteiro. Então, nos organizamos para extrair o melhor desse tempo. Wagner e eu optamos por fazer caminhadas a pé, apesar do forte calor. Conceição e Vinícius conheceram um guia brasileiro que trabalha na cidade e que possuía um carrinho parecido com aqueles transportes de pistas de golfe. Nele, eles percorreram as principais atrações com menos cansaço.

            Mas, enquanto estávamos juntos, fomos direto à Piazza (praça) del Duomo, onde está situada a catedral dedicada a Santa Maria del Fiore. Impossível entrar, se não houver comprado o ingresso com antecedência. A fila é quilométrica. No entanto, somente a fachada já vale a visita. É lindíssima, em estilo neogótico. Defronte ao templo, está o também belo Batistério (a porta é um deslumbre). A visita interna vale a pena, pois lá estão obras de arte de grandes pintores italianos, como Giotto, por exemplo. Se você tiver a oportunidade de ficar na cidade por mais tempo, e comprar o ingresso pela internet, não perca esta atração.

            De quase todos os lugares de Florença é possível observar os contornos arredondados dessa imponente igreja, com sua enorme cúpula. Notei que é possível também subir ao seu topo, pois havia visitantes lá. O Campanário é a torre do Duomo, com o mesmo estilo arquitetônico do restante do templo.

            Depois disso, é claro, fomos à Piazza della Signoria (1332), onde estão localizados o Palazzo Vecchio e a réplica em tamanho original do David, de Michelangelo (a original está em um museu da cidade). Bem em frente ao palácio, está a Loggia dei Lanzi (1382) e suas esplêndidas estátuas de mármore e bronze. As mais famosas são “O Rapto das Sabinas”, de Giambologna (1583), e o “Perseu”, de Cellini (1554). O palácio está aberto à visitação, sendo uma parte gratuita e outra mediante a compra de ingressos. Na parte gratuita, há um café, onde fizemos nossa refeição. Na parte paga, é possível visitar as dependências da construção, como o famoso Salone dei Cinquecento (1495). Sugiro assistir ao filme “Inferno”, disponível nas plataformas virtuais, em que o personagem de Tom Hanks visita este e outros lugares de Florença, com imagens de tirar o fôlego.

            Dando continuidade ao passeio, resolvi caminhar sozinho, enquanto Wagner conhecia o Palazzo Vecchio (ele ganhou um ingresso). Passei defronte ao museu Uffizi, uma das mais importantes galerias de arte do mundo. Nele estão obras de grandes artistas italianos, como Leonardo da Vinci, Rafael e, principalmente, Botticelli. Para visitá-lo, paga-se uma taxa e enfrenta-se uma longa fila. Fiquei na dúvida se entrava ou não, pois passaria ali umas boas três horas, fora o tempo de espera. Resolvi abdicar desse programa em prol de conhecer um pouco mais a cidade.

            Em viagens como essa que fizemos pela Europa, a gente acaba caminhando muito e, no meu caso, ficando muito tempo em museus. É um dos meus programas favoritos, embora seja também extremamente cansativo. Ainda mais para mim, que gosto de fotografar, às vezes a visita a um museu chega a ser extenuante, pois ficamos muito tempo parados de pé em frente às obras. Enfim, caminhar mais pelas ruas foi uma boa decisão, deixando que meus passos me levassem a esmo, sem preocupação de tempo e horário.

            Um pouco mais adiante, chega-se ao rio Arno, o principal da região, com a famosa Ponte Vecchio (1345). Ocupada originalmente por açougueiros, curtidores de couro e ferreiros, o local provocava um grande mal cheiro na cidade, barulho e até a poluição do rio. Em 1593, eles foram expulsos dali e a ponte foi ocupada por lojas. Atualmente, é um dos pontos de venda de requintadas joalherias.

            O dia caminhava para seu final e eu reencontrei o Wagner. Havíamos combinado de assistir ao pôr do sol na Praça Michelangelo, de onde pode se ter uma maravilhosa vista da cidade. Lá é o ponto de encontro de centenas de pessoas, que estão interessadas no espetáculo da natureza. É indescritível. Espero que as fotos mostrem um pouco da cena que vimos, completamente embasbacados.

            Extenuados, mas felizes, fomos descansar, pois na manhã do dia seguinte seguiríamos para Roma, a capital da Itália, e o último destino de nossa turnê. Como eu já adiantei em outra postagem sobre as nossas viagens de trem, acabamos transformando o nosso cansaço em motivo de riso, tirando fotos bastante teatrais na estação ferroviária.

            Até a próxima!


Vista parcial do centro histórico, com as torres do Palazzo Vecchio, o Campanário e o Duomo (dir)

A privilegiada vista do terraço de nosso hotel


Piazza del Duomo




Meus companheiros de viagem: Wagner, Conceição e Vinicius




Detalhe da porta do Batistério

Batistério

Piazza della Signoria



Fachada do Palazzo Vecchio

David, de Michelangelo (réplica)

Perseu, de Cellini

Fonte da piazza

O Rapto das Sabinas



Interior do Pallazo Vecchio






Fachada da Galeria Uffisi com o Palazzo Vecchio ao fundo



Rio Arno e a Ponte Vecchia





Piazza della Croce



Estátua de Dante


Praça Michelangelo e o Pôr do Sol de Florença









O brilho das luzes nas águas do rio Arno


Na estação ferroviária, revelando nosso cansaço em poses teatrais (foto Wagner Cosse)

Um comentário:

  1. Ei Thelmo. Parabéns. Está ótimo. Redação excelente e lindas fotos. Voce tem muita sensibilidade para fotografar. Obrigado por compartilhar.

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