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Veneza vista do mar. Ao lado direito, um pedaço do Palácio dos Dodges.
À esquerda, o leão alado, símbolo da cidade.
Fotos de Thelmo Lins Clique nas fotos para ampliá-las
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Depois de Paris, foi Veneza a cidade que fez ter aquela sensação de incredulidade quanto ao fato de, finalmente, eu poder estar ali e ver tudo aquilo de perto. A praça (ou piazza) São Marco é, sim, deslumbrante, com todos aqueles pombos, aquela catedral magnífica e, também, os milhares de turistas que a visitam. Foi, para mim, um momento de grande emoção e reencontro com meus sonhos e desejos mais profundos.
Veneza é única, inexplicável, impressionante. E poderia aqui descrever inúmeros adjetivos, que não conseguiria passar o que é a sensação de estar ali, andar por aqueles becos, atravessar as pontes, observar as vitrines e se embalar com as gôndolas se remexendo pelos canais, com turistas, casais, grupos de amigos, boa parte deles em sua aventura mais romântica.
Estive em Veneza em agosto de 2019, com os amigos Conceição, Vinicius e Wagner, dentro do roteiro de uma turnê por vários países europeus (veja textos abaixo). Depois de um longo período – a última postagem foi em dezembro do ano passado – retomo a narrativa daquela viagem especial, após viver turbulentos momentos na minha vida pessoal. Agora, quando escrevo este texto, estamos no final de maio de 2020. O mundo está assolado pela Covid-19, uma pandemia que alterou todas as relações humanas. A Itália foi um dos países mais castigados pela doença e, no carnaval deste ano, Veneza estava completamente vazia, sem turistas, como uma cidade fantasma.
Retornando a agosto de 2019, é a primeira vez que vou à Itália. Chegamos de trem pela estação ferroviária Santa Lucia. Pegamos um vaporeto até a estação São Marco, a mais próxima de nosso hotel. Prepare-se para as escadas, pois quase não há elevadores na cidade, pelo fato de que tudo aquilo está boiando sobre o mar e a maioria das edificações tem vários séculos. E prepare-se, também, para circular com as malas por vielas apertadas, esquivando-se dos incontáveis pedestres.
Após uma breve passagem pelo nosso hotel, pegamos uma embarcação que nos propiciaria um passeio pela orla de Veneza, indo em direção a Burano e Murano, duas famosas ilhas. Já dentro da barca, pudemos apreciar os contornos da cidade, com suas torres, abóbodas, pináculos. Os desenhos das nuvens ajudavam a composição das belas telas naturais. Alerto que este passeio foi adquirido ainda no Brasil, pois no verão ele costuma ficar sempre lotado.
Paramos em Burano para almoçar. Trata-se de uma ilha com casas coloridas e um artesanato de qualidade. Tanto ali quanto em Murano, podem ser apreciados (e adquiridos) os famosos e belos cristais multicolores. São locais extremamente agradáveis para passar uma tarde sem estresse.
O retorno nos proporcionou um pôr do sol de tirar o fôlego, que pincelou o velho casario de tons alaranjados.
Ficamos em Veneza apenas dois dias. No segundo dia, cada um ficou mais à vontade para fazer o seu passeio preferido e eu resolvi me afastar do grupo e caminhar sozinho pelas ruelas da cidade, a esmo, deixando que a paisagem me cativasse.
As belas vitrines das lojas exibiam artigos de todos os tipos, atestando a beleza e a sensibilidade do famoso design italiano. Havia, é claro, inúmeras lojinhas de suvenires, inclusive com as lindas máscaras do carnaval veneziano.
Andei por entre praças, canais, visitei igrejas e até o belíssimo Teatro Fênix, onde eu parei para almoçar. Este teatro pegou foto nos anos 1990 e foi totalmente restaurado conforme a planta original. Visitei a Ponte Rialto, a mais famosa da cidade. Pude apreciar de registrar os arabescos criados nas águas pelas gôndolas e seus gondoleiros e os muitos barcos que trafegam por aquela avenida diferenciada.
Muita, mas muita gente. Teve um determinado momento que eu parei e fiquei estupefato olhando aquela multidão andando em grupos – grande parte dela, de origem asiática. Veneza recebe cerca de 14 milhões de turistas anualmente (pelo menos, antes da pandemia). E, tal como Florença, que visitaríamos em seguida, está cobrando uma taxa de todas as pessoas que visitam a cidade, independente de se hospedarem ou não. O objetivo é diminuir o número de visitantes de um dia, aqueles que passam pela cidade, mas não se hospedam. E minimizar o grande afluxo, que está comprometendo a estrutura do município. Vira-e-mexe, ele é ameaçado de afundar devido às cheias, as mudanças climáticas que alteram o nível dos mares e oceanos e, é claro, o turismo desordenado.
Impossível visitar a catedral ou museus sem comprar ingressos com muita antecedência, a não ser que se preste a ficar horas numa fila. Como tinha pouco tempo, desisti da ideia. A dica, tal como o barco citado acima, é comprar tudo antes pela internet.
No fim do dia, nos reencontramos para conferirmos, mais uma vez, o efeito do crepúsculo sobre a cidade. Lembro-me bem que estava no alto da Ponte da Academia, ao lado dos meus amigos. A noite se aproximava e as luzes de Veneza se acendiam, criando novos efeitos provenientes da luz dos postes sobre as águas dos canais e prédios. Linda, lindíssima cidade. Realmente, única.
Saímos cedo para a estação, por meio do vaporeto, que circula pelo Grande Canal, parando nos pontos específicos. Parecia um city tour, tamanha a beleza do caminho, margeado por edifícios históricos de grande beleza. Na estação, pegamos o trem para Florença, nosso próximo destino.
Arrivederci!
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Praça de São Marco |
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A praça à noite |
Igreja de São Marco
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A igreja e o campanário |
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Detalhe do Palácio dos Dodges |
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Multidão passeia por Veneza |
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Uma das ruelas da cidade |
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Ponte Rialto |
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Região do Rialto |
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Casario e céu |
Teatro Fênix
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Camarote principal |
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Fachada |
Grande Canal
Passeio de barco a Burano e Murano
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Contornos da cidade vistos do mar |
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Vinicius, Conceição e Wagner, companheiros de viagem |
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Murano |
Burano
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Artesanatos e suvenires locais |
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Rua principal: casario colorido |
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A embarcação do tour pelas ilhas |
Cristais de Murano
Pôr do sol em Veneza
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Vitrine |
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Anoitecer |
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Outras vitrines |
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Cidade ganha novo visual à noite |
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A rua onde se localizava nosso hotel |
Que riqueza!
ResponderExcluirSeu relato é tão perfeito que nos transporta para cada um daqueles lugares!!!!
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