segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Brasil Profundo 11 – Teresina

Ao fundo, a Ponte Metálica João Luis Ferreira, que liga Teresina a Timon, no Maranhão (foto de Wagner Cosse)
Clique nas fotos para ampliá-las. Fotos de Thelmo Lins

            Saímos de Piripiri (PI), no dia 09 de janeiro de 2017, em direção à Teresina. Na estrada, conhecemos o Memorial da Batalha do Jenipapo, marco da resistência e da luta do Piauí e do Maranhão pela independência da Coroa Portuguesa. A visita ficou comprometida pela falta de atrativos e de mais explicações sobre o confronto. No entanto, vale a pena procurar sobre o assunto na internet, pois foi um movimento importante, que consumiu muitas vidas e é pouco conhecido dos brasileiros.
            Chegamos a Teresina e  capital do Piauí foi, pouco a pouco, derrubando vários preconceitos que eu tinha sobre ela. Achava-a uma cidade árida, extremamente quente e sem atrativos. De cara, encontrei uma metrópole moderna, com ruas bem traçadas, belos passeios públicos e muita arborização. E, para completar, é banhada por dois rios monumentais: o Parnaíba e o Poti.
            Além disso, sintonizamos várias emissoras de rádio com ótima programação musical e, nelas, ouvimos o anúncio de pré-carnavalescos para a escolha dos representantes do Rei Momo para idosos e portadores de deficiência. Quer mais inclusão social do que isto? A cidade cativava em todas as suas vertentes.
            Teresina foi se descortinando para nós (eu e Wagner Cosse, meu companheiro de viagem). A recepção aconteceu no Hostel Aruba que, embora não fornecesse o café da manhã, mostrou-se uma pousada muito bem localizada e com um ótimo visual. Inclusive interno, graças aos grafites desenhados nas proximidades dos elevadores. Havia, também, uma boa internet, o que possibilitou que pagássemos as contas em dia (IPTU, IPVA, dentre outras. De grande importância, para quem está fora de casa a quase um mês!). Em seguida, rumamos para o centro da cidade.
            Em alguns quarteirões, pudemos conhecer a catedral, o Palácio Karnak (sede do governo estadual), o Teatro 4 de Setembro, o Cine Rex e o centro de artesanato. Neste local, passeamos por inúmeras tendas, com uma grande diversidade de ofertas. Encantei-me com os totens feitos de buriti que, segundo a funcionária da loja, são exclusivos dali. Mas também havia peças em madeira e outros materiais. O local ocupa o prédio de uma antiga prisão e ainda podemos observar, em algumas lojas, alçapões onde os presos políticos eram torturados durante o período da ditadura militar.
            Saímos dali e fomos lanchar na Fazendaria Café, uma espécie de delicatessen, com muitas comidinhas deliciosas. Lembra o estilo da roça, também comum em Minas Gerais, acrescido das tapiocas e dos sucos típicos do nordeste. Foi uma escolha espetacular!
            Como o dia já findava, aproveitamos para fazer fotos noturnas da região central, onde se trafega com muita segurança e tranquilidade. Depois, fomos para o hostel, pois o tempo ameaçava uma chuva, que acabou acontecendo. Como Teresina tem uma grande incidência de raios, fomos nos abrigar e descansar para o passeio do dia seguinte.
            Logo que amanhecemos, fomos conhecer o local onde os rios Parnaíba e Poti se encontram, mas não se fundem. O Parnaíba tem água barrenta, enquanto o Poti é esverdeado. O local, em determinamos momentos, lembrou-me as imagens do jardim de Giverny, onde o pintor Claude Monet pintava suas famosas ninfeias. Paisagem encantadora. No local há restaurante e quiosques de artesanato. Apesar de mal cuidado, foi um passeio encantador. Ali perto fica o Polo Cerâmico do Poti Velho, que, confesso, não me chamou muita atenção.
            A próxima parada foi o Mercado Central. Para chegarmos até lá, passamos perto da famosa Ponte Metálica João Luís Ferreira, sobre o rio Parnaíba, que une Teresina a Timon, no Maranhão. Um lugar emblemático, que está em todos os postais da cidade, ao lado da moderna ponte estaiada, que conhecemos mais tarde.
            O mercado é um labirinto de lojas e restaurantes. A gente encontra de tudo um pouco, desde artesanato, carnes, legumes, frutas, verduras até os chapéus de cangaceiro. Em frente, está a Praça Marechal Deodoro, a Igreja do Amparo, a mais antiga de Teresina, e o Hotel Luxor, onde almoçamos um caprichadíssimo bufê.
            Como o calor derretia nosso cérebro, saímos da região central e fomos conhecer a Casa do Cantador, uma associação que congrega os violeiros do Piauí e que, uma vez por ano, organiza uma grande roda de viola. Lá fomos recebidos pelo músico e repentista Raimundo Britto, que integra a diretoria. Achei particularmente interessante as placas que a associação criou para homenagear os violeiros falecidos. Elas são fixadas nos troncos das árvores, com trechos de suas cantigas ou poemas.
            O dia caminhava para o crepúsculo e planejamos passar este momento na ponte estaiada de Teresina, um belíssimo monumento que inaugura uma nova fase da capital piauiense. Depois de pagarmos uma taxa de visitação, pegamos um elevador para alcançar o mirante, localizado no alto da torre, de onde se tem uma incrível vista de 360 graus da cidade. O visual contempla o majestoso rio Poti, com suas margens abundantes de vegetação e sua coloração esverdeada. À medida que a noite se aproximava, a ponte vai ganhando novas cores graças a uma iluminação especial. Assim, aquela parte da cidade se transforma em um local especialmente charmoso, com pistas de caminhada e ciclismo, e uma grande circulação de pessoas.
            Despedimo-nos de Teresina com estas vistas espetaculares, encantados com o que vimos e vivenciamos. Dali, desceríamos para a Serra da Capivara, no sul do Estado. Mas, antes, uma parada na antiga capital do Piauí, Oeiras, que conheceremos na próxima postagem.

            Continuem conosco na jornada pelo Brasil Profundo!

Museu da Batalha do Jenipapo





Cemtério onde estão enterrados dos restos mortais dos combatentes



Flor do mandacaru

Teresina


Teatro 4 de Setembro

Cine Rex

Centro de Artesanato

Totens em buriti




Grafite do Hostel Aruba (foto de Wagner Cosse)


Teresina vista do hostel

Fazendaria Café


Restaurante na área nobre da cidade

Edificação histórica

Passeio público à noite

Catedral de Teresina

Catedral

Palácio Karnak

 Encontro dos rios Parnaíba e Poti






Jardim Giverny piauiense

Wagner na margem do rio Poti

Rio Poti (verde) e Parnaíba (barrento)

Praça de Teresina



Avenida arborizada em Teresina (foto de Wagner Cosse)

 Centro histórico

Ponte metálica

Igreja do Amparo

Praça Marechal Deodoro

Praça Marechal Deodoro

Praça Marechal Deodoro

Mercado

Mercado

Mercado

Mercado

Mercado

Casa do Cantador

Raimundo Britto e Wagner Cosse

Placa em homenagem ao violeiro falecido

Ponte Estaiada 


Vista do rio Poti










Região de pistas de caminhada e ciclismo

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