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Detalhes da procissão de São Benedito, na Marujada de Bragança (PA) (foto de Wagner Cosse) |
Clique nas fotos para ampliá-las. Fotos de Thelmo Lins
Bragança é
uma cidade histórica do Pará. Tive a informação que é a mais antiga cidade do
Norte do país, por onde os portugueses começaram a colonizar a Amazônia. Este
local é a próxima parada na turnê Brasil Profundo, que empreendo de 15 de
dezembro de 2016 a 20 de janeiro de 2017 por sete estados brasileiros, ao lado
do meu companheiro de viagem, Wagner Cosse.
Toda a viagem, aliás, realizada
nessa época do ano, foi elaborada em decorrência da estadia em Bragança. Pois
ali acontece, no mês de dezembro, uma das mais importantes manifestações
folclóricas do país, a Marujada. O auge da festa acontece nos dias 25 e 26 de
dezembro, dias de Natal e de São Benedito, padroeiro da cidade.
Como ficamos sabendo do evento? Pois
bem, em junho de 2015, quando Wagner e eu viajávamos para a Chapada Diamantina,
conhecemos os advogados belenenses Maíra e José Maria (veja postagem: http://descobertasdothelmo.blogspot.com.br/2015/06/bahia-2-natureza-de-fazer-novos-amigos.html) em um restaurante de Mucugê (BA). Conversa
vai conversa vem, Wagner introduziu o assunto do Grupo Folclórico Aruanda, do
qual ele é o diretor artístico. O casal contou da festa de Bragança, que eles
participam, e nos convidou para conhece-la pessoalmente. A narrativa instigou
Wagner a fazer uma pesquisa sobre as outras danças e manifestações da Marujada
que não fazem parte do acervo do Aruanda.
Pois bem, um ano e meio depois nos
organizamos para estar presentes nessa manifestação, abrindo mão do Natal em
família. Wagner, munido de gravador e câmera de vídeo, entrevistou os
integrantes da Marujada e registrou seus principais momentos.
A festa é organizadíssima. Tem uma
forte tradição cultural e já perdura há 150 anos, mesclando influências dos
negros, dos índios e brancos. As músicas, danças e trajes são sofisticados, com
um ritual bem elaborado, sujeito a constantes ensaios para apurar as
apresentações. Cargos importantes como a capitoa e o capitão (a Marujada é uma
manifestação fortemente matriarcal) são passados de pai para filho durante
várias gerações e são postos vitalícios. Já outras posições podem ser
pleiteadas e há filas para ocupa-los. Ter uma posição de destaque na
manifestação é uma honra para os integrantes e um motivo de grande respeito na
comunidade. Coube ao juiz da festa deste ano, Bill (Josinaldo Reis), amigo de José Maria e Maíra, nos apresentar os principais elementos da festividade.
Os dois dias mais importantes
acontecem, como disse, nos dias 25 e 26 de dezembro. No Natal, logo de manhã,
vê-se um imenso cordão de pessoas trajando roupas azuis e brancas. Elas dançam
no adro da igreja e no salão da Marujada. No dia seguinte, dia de São Benedito,
é o auge da manifestação. As roupas, agora, são vermelhas e brancas e o
contingente humano quadriplica nas ruas de Bragança, tomando toda a cidade, com
aproximadamente 120 mil habitantes. É um mar humano vestido de vermelho e branco,
que sai às ruas em procissão.
Durante o dia há danças, almoços
comunitários (Wagner e eu fomos convidados a partilhar com eles esse momentos, a convite do Bill),
festejos. É simplesmente encantador. De arrepiar! Fizemos vários registros
fotográficos, que podem ser conferidos no final deste texto.
Quanto à Bragança, é uma cidade que
ainda conserva alguns edifícios históricos, apesar do impacto da modernidade no
seu casario. Alguns prédios estão sendo restaurados, o que nos dá um alento e
esperança. Mas as ruas ainda estão sem esgotamento sanitário e há, como em
outras cidades brasileiras, muita poluição visual na fachadas das casas
comerciais.
Como fica à beira de um rio (Caeté), veem-se
muitos barcos e uma paisagem ribeirinha bem interessante. O mercado velho foi
reformado, o que melhorou muito o aspecto daquela região da cidade. Mas a
quantidade de urubus que acercam o local, principalmente a área onde são
separados os peixes, remete a um filme de terror.
Ficamos hospedados em dois hotéis da
cidade: o Aruans e o Casa Madrid. Este último foi o melhor dos dois, pois foi
inaugurado recentemente, em um prédio histórico. Os quartos ainda são novos e
bastante confortáveis. Fomos muito bem recebidos pela gerente, que marcou nossa
presença registrando em fotografias.
Vou continuar falando de Bragança na
próxima postagem, quando visitaremos a bela praia de Ajuruteua. Até lá!
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Vista da orla de Bragança |
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Interior da igreja de São Benedito |
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Imagem de São Benedito |
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Mercado municipal |
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Urubus nos telhados próximos ao mercado |
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Rio Caeté |
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Rio Caeté |
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Na orla de Bragança |
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Matriz de N.Sra. do Rosário |
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Interior da matriz (detalhe da pintura) |
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Praça e Instituto Santa Terezinha ao fundo |
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Instituto Santa Terezinha |
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Palácio do Arcebispado de Bragança |
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Hotel Casa Madrid |
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Interior do Museu da Marujada: almoço do dia 25 de dezembro |
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Refeição servida no Museu da Marujada |
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Wagner no Museu da Marujada |
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Wagner, Maíra, Thelmo e José Maria |
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Marujas abrem a festa no dia 25 de dezembro: azul e branco |
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A capitoa e a vice-capitoa |
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A capitoa e o capitão da Marujada |
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No dia 26 de dezembro, todos vestem vermelho e branco |
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Baile no Museu da Marujada; música e dança durante todo o dia |
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Saída da procissão de São Benedito |
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Marujas abrem a procissão de São Benedito, no dia 26 de dezembro |
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À noite, a festa acontece na praça em frente à Igreja de São Benedito |
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